O Pedagogo e as Práticas Inclusivas
Por: Lidieisa • 26/4/2018 • 2.493 Palavras (10 Páginas) • 340 Visualizações
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A rigidez ética carregada da noção de culpa e responsabilidade pessoal conduziu a uma marcada intolerância cuja explicação última reside na visão pessimista do homem, entendido como uma besta demoníaca quando lhe venham a faltar a razão ou a ajuda divina.
Na Idade Média, a educação ainda era uma regalia para poucos. Esse período caracterizou‐se pela forte influência cristã e pelo privilégio dado ao clero e à nobreza. Era uma sociedade com uma concepção baseada no princípio do homem formado à imagem e semelhança de Deus, o que facilitava a exclusão daqueles que não fossem considerados normais ou perfeitos. Apenas na Idade Moderna é que a ideia de igualdade entre os homens foi considerada. Segundo Pessotti (1984) essa mudança ocorre com Revolução Francesa, que com seu ideal de igualdade, liberdade e fraternidade, representou o período denominado pelos historiadores como Iluminismo. Esse período trouxe uma nova concepção de homem e de sociedade, marcado pela racionalidade e a busca pela liberdade individual.
Já no início da década de 1960, houve um avanço no que diz respeito à educação, quando em 1961 a Lei de Diretrizes e Bases n° 4.024 destacou a matrícula de crianças excepcionais – como eram denominadas – no ensino regular, aconselhando as escolas que estivessem aptas, a ampliar o atendimento a essas crianças e, portanto, integrá‐las à sociedade. Além disso, uma experiência anterior também compôs o processo histórico que visava à educação dos alunos com deficiência no ensino regular, conforme é explicitado por Kassar (2005, p. 49):
A partir do inicio da república, a matrícula de crianças consideradas anormais passou a ocorrer de forma pontual em algumas classes especiais vinculadas a escolas públicas de modo que no final dos anos de 1920 existiam cerca de 15 classes especiais funcionando principalmente em escolas estaduais.
Foi a partir da década de 1980 que o debate sobre a educação inclusiva conquistou espaço na sociedade, pois se passou a construir uma nova proposta de inserção social das pessoas com deficiência, amplamente participativa, proposta que se mostra radicalmente diferenciada do processo excludente que vivenciaram durante séculos. A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 (BRASIL, 1996), coloca, no artigo 58, que a educação especial é uma modalidade de educação escolar que deve ser oferecida aos educandos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação preferencialmente na rede regular de ensino, o que limita a possibilidade de que eles participem exclusivamente da educação especial de forma segregada dos demais alunos do ensino regular, tal como possibilitado no âmbito do paradigma da integração.
Entretanto, faz-se necessário diferenciar integração da inclusão, na qual na primeira, tudo depende do aluno e ele é que tem que se adaptar buscando alternativas para se integrar, já na inclusão, o social deverá modificar-se e preparar-se para receber o aluno com deficiência. Na discussão sobre a educação dos surdos, devem-se relevar as necessidades e dificuldades linguísticas dos mesmos. Atualmente, entende-se, na educação desses alunos, a primeira língua deve ser a de sinais, pois possibilitam a comunicação inicial na escola em que eles são estimulados a se desenvolver, uma vez que os surdos possuem certo bloqueio para a aquisição natural da linguagem oral. O ensino de libras vem sendo reconhecido como caminho necessário para uma efetiva mudança nas condições oferecidas pela escola no atendimento escolar desses alunos, por ser uma língua viva, produto de interação das pessoas que se comunicam.
A Libras não é apenas uma linguagem, uma vez que prestam as mesmas funções das línguas orais, pois ela possui todos os níveis lingüísticos e como toda língua de sinais, a libras é uma língua de modalidade visual-gestual, não estabelecida através do canal oral, mas através da visão e da utilização do espaço. Sobre isto, SALLES (2004), menciona:
A LIBRAS é adotada de uma gramática constituída a partir de elementos Constitutivos das palavras ou itens lexicais e de um léxico que se estruturam a partir de mecanismos fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos que apresentam também especificidades, mas seguem também princípios básicos gerais. É adotada também de componentes pragmáticos convencionais codificados no léxico e nas estruturas da LIBRAS e de princípios pragmáticos que permitem a geração de implícitos sentidos metafóricos, ironias e outros significados não literais. A LIBRAS é a língua utilizada pelos surdos que vivem em cidades do Brasil, portanto não é uma língua universal.
A escola é muito importante na formação dos sujeitos em todos os seus aspectos. É um lugar de aprendizagem, de diferenças e de trocas de conhecimento, precisando, portanto atender a todos sem distinção, a, fim de não promover fracassos, discriminações e exclusões.
Diferente dos ouvintes, grande parte das crianças surdas entram na escola sem o conhecimento da língua, sendo que a maioria delas vem de famílias ouvintes que não sabem a língua de sinais, portanto, a necessidade que a libras seja, no contexto escolar, não só língua de instrução, mas, disciplina a ser ensinada, por isso, é imprescindível que o ensino de libras seja incluído nas séries iniciais do ensino fundamental para que o surdo possa adquirir uma língua e posteriormente receber informações escolares em língua de sinais.
A tecnologia foi criada para facilitar a vida do ser humano. Recursos tecnológicos estão intimamente ligados ao progresso da sociedade. O termo é objeto de reflexão desde o seu surgimento, já que não se resume aos meios de produção, mas, também, aos produtos e objetos, como CDs, DVDs, página impressa, computadores, etc (FERREIRA, 2001). O sentido da tecnologia em geral, por sua vez, é objeto de reflexão desde o surgimento do termo. Mas a complexidade não se refere ao artefato isolado, em sua existência abstrata, e sim, a sua inserção no interior das estruturas (ontológicas) em que estão integradas, que, no caso da comunicação, chamamos de dispositivos. De acordo com Lima Júnior (2007, p. 67) “Nossas escolas, que visam contribuir para que os indivíduos participem ativa e criticamente da dinâmica social, podem e devem investir na nova eficiência e competência, baseadas numa lógica do virtualizante”. É necessário trabalhar aspectos existenciais como incerteza, irracionalidade, novidade e complexidade gerada por mudanças, já que a sociedade da informação vem determinando novos padrões de comportamento das gerações futuras conforme afirma
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