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O Pedagogo e as Práticas Inclusivas

Por:   •  5/4/2018  •  2.321 Palavras (10 Páginas)  •  334 Visualizações

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Desse modo, a escolarização de alunos com deficiência, TGD ou altas habilidades/superdotação passou a ser responsabilidade tanto do professor da classe regular, no que se refere à apropriação do currículo, quanto do professor especializado que atua no AEE, no que diz respeito à garantia de condições que atendam as necessidades educacionais desses alunos e possibilite a superação de barreiras para efetivar tal apropriação.

É por meio de novos meios de comunicação que todos os estilos de aprendizagem e formas de expressão serão valorizadas, possibilitando ao estudante o acesso ao conhecimento. Conhecer sobre as tecnologias de informação e comunicação sensibiliza o professor para quese paute pelas potencialidades dos seus alunos e não pelas suas limitações. A tecnologia assistiva é entendida como a resolução de problemas funcionais visando o desenvolvimento das potencialidades humanas, valorização dos desejos, habilidades, expectativas positivas e qualidade de vida. Para atender a esta definição temos que ter claro que a tecnologia assistiva, como meio de promoção de habilidades funcionais, deve ser usada na escola, em casa, no trabalho e nas atividades de lazer. Na área educacional seu objetivo é buscar resolver os problemas funcionais do aluno, no espaço da escola, encontrando alternativas para que ele participe e atue positivamente nas várias atividades neste contexto.

Desta forma, ela é uma ferramenta poderosa para o sucesso da vida escolar do aluno a partir do momento em que valoriza as potencialidades do aluno, maximiza o seu potencial, promove a independência e a participação ativa do aluno no processo de ensino aprendizagem e proporciona o acesso do aluno aos objetos de aprendizagem. Sua utilização pode redefinir os conceitos de incapacidade, deficiência e limitação. Usar a tecnologia assistiva é buscar com criatividade uma alternativa para que o aluno realize o que deseja ou precisa encontrando estratégias para que ele possa fazer de outro jeito.

Sendo assim, o uso da tecnologia assistiva, na escola, nada mais é do que valorizar o seu jeito de ser e de fazer do aluno e aumentar as suas capacidades de ação e interação a partir de suas habilidades. Criando novas alternativas para a comunicação, escrita, mobilidade, leitura, brincadeiras, artes, utilização dos materiais escolares e pedagógicos e uso do computador como ferramenta de aprendizagem estamos proporcionando uma real inclusão.

Mas o fato de o pedagogo ter como objeto de estudo a educação, não significa que esta ocorra apenas no espaço escolar e que este educador seja o único responsável por ela. Conforme nos aponta o antropólogo Carlos Brandão. (1981, p.7)

Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender- e - ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações?(...) Não há uma forma única nem um único modelo de educação: a escola não é o único lugar em que ela acontece e talvez nem seja o melhor, o ensino escolar não é a única prática, e o professor não é o seu único praticante.

A Pedagogia é o campo do conhecimento que tem como ocupação estudar de forma sistemática a educação, ou, ato educativo, a prática educativa. Ocupa-se da educação intencional, ou seja, investiga os fatores que contribuem para a construção do ser humano como membro de uma determinada sociedade, bem como, os processos e meios dessa formação, buscando unir teoria e prática. Em seu trabalho cotidiano, o professor precisa ampliar a visão de seus alunos por meio de situações-problema capazes de permitir que as crianças comecem a refletir sobre essa temática, percebendo que ela não se trata de uma “anormalidade”, mas sim de diversidade. Com isso, as relações entre os alunos vão sendo construídas desde cedo de forma aberta às diferenças, o que contribui profundamente para a perspectiva de uma sociedade mais igualitária e plural. Portanto, considera-se que o professor deve constituir seu trabalho baseado no pensamento de transformação, de forma a promover mudanças que levem seus alunos a um outro status.

Isso deve ocorrer por meio de sua prática pedagógica que deve propiciar atividades de aprendizado capazes de favorecer uma visão positiva das relações étnico-raciais, que possibilitam e consolidam o pensamento coletivo da identidade afro-brasileira e suas raízes históricas de forma mais ampla. Pode-se compreender que relações étnico-raciais são aquelas criadas por sujeitos de diferentes grupos, partindo de ideias, conceitos e informações sobre as diferenças raciais, percebendo suas semelhanças, criando, desta forma, um sentimento de pertencimento racial (BARBOSA, 2002).

A lei preconiza a universalização da educação para todos, garantindo o direito ao acesso, a permanência e ao sucesso dos alunos. No entanto, a realidade educacional contemporânea coloca a escola pública como o palco da diversidade, pois ali se encontram alunos de diferentes grupos. A diferença entre os grupos é visível e o trabalho pedagógico precisa voltar-se à diferença, oportunizando o direito de educação para todos. Vale destacar que o trabalho com a diversidade está ligado à proposta de inclusão, que emerge como um grande desafio para a educação, pois, pensar em inclusão pressupõe uma série de fatores, principalmente os que dizem respeito aos alunos. Assim, pensar em inclusão, não é só dirigir o olhar para os alunos com necessidades especiais, mas sim, para todos aqueles alunos que estão nas salas de aula, que muitas vezes sofrendo preconceitos e discriminações por pertencer a este ou aquele grupo. Trabalhar com uma proposta de diversidade, propiciando oportunidades de inclusão a todos os alunos na escola, não é uma tarefa fácil, uma vez que não se resume apenas na garantia do direito de acesso. É preciso que lhes sejam garantidas as condições de permanência e sucesso na escola.

Para que o processo de inclusão ocorra satisfatoriamente é preciso que haja investimento em educação, senão é um projeto fadado ao insucesso, pois a escola precisa oferecer estrutura adequada para que ele ocorra. A dura realidade das condições de trabalho e os limites da formação profissional, o número elevado de alunos por turma, a rede física inadequada, o despreparo para ensinar "alunos especiais" ou diferentes são fatores a ser considerados no processo de inclusão que garanta a participação de todos os alunos e o sucesso, evitando-se assim o alto número de alunos evadidos e até os

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