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O PROTAGONISMO, INFÂNCIA E AÇÃO: ESTÍMULO À PARTICIPAÇÃO INFANTIL .

Por:   •  23/11/2018  •  2.088 Palavras (9 Páginas)  •  227 Visualizações

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Por fim. Os autores afirmam que “a cidadania da infância (política, organizacional e íntima) é, em suma, a possibilidade de uma utopia coletivamente construída onde se resgate a intensidade do olhar da infância, para com ele se reconstruir uma visão renovada da sociedade” (p. 3).

Para Junqueira Filho (2013), o protagonismo infantil é a possibilidade, como também o desejo de que o professor e o aluno construam uma relação, vivam-na e que os dois sejam protagonistas conforme o que lhes compete no espaço escolar e, desta forma, evita-se a denominação ativa de um como protagonista de fato (professor) e o outro como coadjuvante (aluno). Sabe-se que, na educação, há muito tempo o docente é visto como o protagonista-mor, pois ele ensina e os alunos aprendem. Além disso, na Educação Infantil, as crianças são vistas pelos adultos de forma, pode-se afirmar, geral, por um lado como um bibelô, uma criatura fofinha, por outro lado, pestinha, criatura selvagem, de acordo com o autor, um ser que precisa ser domesticado no âmbito educacional formal.

Pode-se afirmar que as crianças sempre foram postas como coadjuvantes no processo de ensino e aprendizagem, porque têm que aprender conforme os dogmas do educador. No entanto, é importante e necessário que elas saiam dessa posição, deixem esses jeitos de passividade e passem a ter um outro jeito dentro do processo de aprendizagem, mais ativo.

O autor ressalta que se deve pensar sempre ao contrário do que se refere ao jeito da criança se portar no espaço escolar conforme as propostas dos primórdios da educação, acerca do que é aprendido na escola e com o professor, pois o jeito próprio das crianças é o que lhes faz protagonistas. Portanto, elas não devem abrir mão desse protagonismo. Desta forma, o professor deve conhecer as crianças e não querer que elas conheçam apenas o conhecimento. Por conseguinte, passam a ter uma relação, um protagonismo compartilhado tanto do professor, como da criança (JUNQUEIRA NETO, 2013). Kinney e Wharton (2009, p. 23) salientam:

Devemos reconhecer que as crianças são participantes ativos da sua própria aprendizagem. Isso significa colocá-las no centro do processo, garantindo que estejam totalmente envolvidas no planejamento e na revisão da sua aprendizagem juntamente com os educadores e que possam se envolver em conversas importantes com os adultos e com outras crianças, de modo a estender suas ideias e pontos de vista.

Desta forma, evidencia a importância de dar voz as crianças durante o processo de ensino e aprendizagem, o que enfatiza, portanto, o protagonismo infantil no âmbito escolar. Sendo assim, pode-se compreender que o professor não é o detentor da única e plena verdade, mas que há outras verdades provindas de outros indivíduos, por mais que o educador esteja no centro da discursão do “verdadeiro” saber. Ou seja, o processo de aprendizagem passa a ser pautada no diálogo construído a partir da inclusão, construção, rompimento e reorganização, no qual o professor está atuando como intermediador. Compreendendo que o adulto não é o único detentor da palavra, mas que esta pode estar com todos do grupo envolvido no processo. Edwards (1999, p. 174) salienta:

(...) o trabalho dos professores centraliza-se em “provocar oportunidades” de crescimento intelectual genuíno por uma ou mais crianças: especialmente, escutando as palavras das crianças e oferecendo essas mesmas palavras ao grupo para reestimular e estender a sua discussão e atividade conjunta. Esse método de ensino é considerado importante, complexo e delicado pelos professores, evoluindo e mudando constantemente, e é uma questão de esforço e preocupação coletivos.

Saroba (2014, p. 2) ressalta que “o protagonismo transformador é uma das características necessárias para que as crianças possam fazer a diferença no ambiente em que estão inseridas”, além disso, enfatiza que elas “poderão promover mudanças positivas, podendo arriscar, identificando oportunidades e tomando iniciativas.” Evidencia também que “o espaço escolar é um local apropriado para que as crianças possam participar ativamente deste processo, com atividades direcionadas pelo professor.” Pois, na Educação Infantil, “através de atividades simples, criativas, diferentes e envolventes, se torna uma maneira simples de estimular estas características nelas, para que se tornem adultos preparados para os desafios da vida.” Desta forma, protagonismo infantil “engloba a cooperação, a sustentabilidade ambiental, a cidadania e a ética”, por exemplo.

Sobre as ações que o professor deve realizar para promover o protagonismo infantil, pode-se considerar ainda o brincar como um fator importante acerca da linguagem da criança no seu relacionamento com o meio e com os outros (MELLO et al., 2012). Salienta-se também que a prática docente pode promover ações de incentivo as múltiplas linguagens existentes em cada criança. Além disso, é de suma importância ter um olhar mais atento, assim como uma escuta de qualidade a fim de identificar as especialidades e as potencialidades de cada um. Desta forma, pode-se considerar necessária, como já foi mencionado, uma práxis docente que dê voz e vez às crianças nos processos de ensino e aprendizagem (ASSIS et al., 2015).

Após os apontamentos e discussões sobre o protagonismo e a participação infantil no contexto educacional, compreendo que é importante o desenvolvimento de uma práxis docente pautada em uma relação entre indivíduos atuando como protagonista conforme sua característica e importância no processo de ensino e aprendizagem. Entendo que o tanto o professor quanto o aluno podem estar atuando como protagonista durante o processo de aprendizagem.

Ficou evidente, no decorrer do trabalho, que a prática do professor deve proporcionar ao aluno um espaço onde a sua voz é levada em consideração. Considerando, portanto, que o processo de aprendizagem pode ter o docente no centro das atividades, mas não como único protagonista, pois as crianças também são protagonistas das ações desenvolvidas na sala de aula e suas participações são contributivas para o seu próprio desenvolvimento biográfico e formativo, principalmente no que se refere ao contexto social.

Desta forma, compreende-se que a criança passa ser o principal ator do processo educativo e o professor assume o papel de intermediador do conhecimento. Podendo entender, então, que o protagonismo proporciona às crianças autonomia quanto à aquisição do conhecimento no espaço educacional formal, pois o protagonismo infantil é um dos fatores fundamentais para o desenvolvimento das múltiplas linguagens das crianças.

Durante

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