Protagonismo infantil
Por: Rodrigo.Claudino • 5/4/2018 • 1.356 Palavras (6 Páginas) • 416 Visualizações
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Protagonismo significa também assumir responsabilidades, contribuir e construir conjuntamente, em tal sentido o considera como ponto de união, de encontro, não compatível com nenhuma forma de separação ou dispersão. Implica interação e inter-relação com o seu ambiente, com os outros. Não é um protagonista, é um nós; o protagonismo como tal, tem que ser fecundo no desenvolvimento do protagonismo dos outros.
O paradigma do protagonismo se estende e desenvolve de tal forma, que sua influência pode ver-se plasmada nas próprias definições de crianças e adolescentes, que incorporaram este termo nas definições que vão construindo sobre a participação.
Uma participação efetiva e protagonista é alcançada formando parte de grupos ativos, onde se expressam ideias e se tomam decisões, incluindo as opiniões de crianças, adolescentes e adultos. Isso significa não ser simples espectador, se não atores do próprio futuro, reconhecendo e respeitando a liderança das crianças e dos adolescentes, e propondo estratégias para uma maior participação de todos e todas. Isso implica também em comprometer-se com a realidade, cumprindo um papel multiplicador e promovendo a participação do restante da sociedade.
A participação é um dos eixos fundamentais para promover o protagonismo da infância. Desde o paradigma do protagonismo infantil, fala-se na participação que reconhece a infância em sua capacidade e possibilidade de perceber, interpretar, analisar, questionar, propor e agir em seu ambiente social, comunitário e familiar.
Para que o professor promova o protagonismo infantil, e preciso utilizar o planejamento que envolva as próprias crianças no desenvolver do trabalho na sala de aula, dando sentido as aprendizagens destas, por meio de valorização de suas manifestações e interesses. Para que isso ocorra o professor deve estar atento ao que esta sendo manifestado a sua volta, fazendo constantes intervenções, dialogando e construindo vínculos para que o trabalho seja significativo para todos e também para si próprio. Assim a partir dos interesses das crianças, de suas manifestações, gestos, palavras, o professor vai construindo com elas e suas famílias um planejamento dinâmico, enriquecido durante todo o ano letivo.
O professor é o mediador do conhecimento, ao mesmo tempo que ele orienta, também e orientado pelas atitudes das crianças.
Contudo e necessário está em sintonia com o contexto social e cultural em que a comunidade escolar esta inserida, levando em consideração tudo aquilo que vem das crianças e considera-las ativas e competentes, capazes de levantar problemáticas interessantes a ser estudadas através de um projeto por exemplo.
O docente deve estar atento, apropriando-se do escutar/ver , permitindo-se perceber os interesses dos grupos de crianças, se envolvendo no interesse de suas curiosidades, para assim possibilitar a participação não só da criança, mas também da família e comunidade em geral.
Segundo Malaguzzi (1999), as crianças são potentes, ricas e com cem linguagens, cabendo ao professor fazer um trabalho mediador, relacionando-se tanto com as crianças quanto com suas famílias. Para ele:
(...) é essencial estarmos focalizados sobre as crianças e estarmos centrados nelas, mas não achamos que isso seja suficiente. Também consideramos que os professores e as famílias são centrais para a educação das crianças. Portanto, preferimos colocar todos os três componentes no centro de nosso interesse. (MALAGUZZI, 1999, p. 75)
3 CONCLUSÃO
Segundo o que aprendemos durante todo o semestre, uma das melhores formas de o professor promover o protagonismo infantil é através do brincar. Sabendo que o brincar é uma das principais linguagens que a criança utiliza na sua relação com o meio e com os outros; a cultura infantil é criada e recriada a partir da condição social, do contexto histórico em que a criança está inserida. Entretanto, o jogo e as condições imaginárias são elementos que marcam essa cultura. Nesse sentido, os jogos e as brincadeiras, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996), devem ser privilegiadas nos espaços escolares da primeira infância.
Sabemos também que a ludicidade é uma arma poderosa à favor do protagonismo infantil, porque está relacionado à forma como as crianças pequenas representam simbolicamente o seu mundo, fazendo uma interação entre realidade e fantasia.
Concluindo, conceber a criança como protagonista ativa de seu processo de crescimento é abrir espaço à sua própria participação e à participação das suas famílias no processo de ensino e de aprendizagem. Para que isso ocorra, o olhar do professor e a sua escuta são fundamentais. Por meio desta postura, o professor busca o entrelaçamento entre os interesses das crianças, das famílias e da instituição em que estão inseridos, aproximando-os de suas concepções pedagógicas. Desse modo, os atores (crianças, professores e pais) vão escrevendo a sua própria história.
REFERÊNCIAS
CAVA, Laura Célia Sant’ Ana Cabral. Ensino de Arte e Música. Londrina: UNOPAR, 2014.
SUZUKI, Juliana Telles Faria; CAVA, Laura Célia Sant’ Ana Cabral; STEINLE, Marlizete Cristina Bonafini; JÚNIOR, Orlando Mendes Fogaça. Ludicidade e Educação. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.
VAGULA, Edilaine; STEINLE, Marlizete Cristina Bonafini. Organização do Trabalho pedagógico na educação infantil: reflexão e pesquisa. 1ª Edição. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
https://www.revistaportuguesadeeducacao,2015,28/1,pp.95-116,2015,CIEd-universidadedo Minho. Acesso em 01/11/2015
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