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O PROTAGONISMO INFANTIL

Por:   •  5/12/2017  •  2.223 Palavras (9 Páginas)  •  360 Visualizações

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O jogo é uma atividade natural do homem, e quando usado como recurso pedagógico, possui um grande valor, pois favorecem o desenvolvimento físico, intelectual, afetivo e social da criança. As atividades lúdicas que envolvem o brincar estimulam a pensar e agir, fazendo com que ela se torne futuramente apta a resolver situações problemas que surgirão. A ludicidade ou a brincadeira se expressa de várias formas: pintando, desenhando, construindo um brinquedo ou um objeto de seu interesse, dançando, cantando... como diz Carlos Drumond de Andrade: “Brincar com crianças não é perder tempo. É ganhá-lo: se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em sala sem ar, com exercícios estéreis sem valor para a formação do homem”. Nas brincadeiras o professor precisa despertar nas crianças a curiosidade, a atenção, o senso crítico, a confiança, assim como incentivar as elaborações de ideias interessantes, questões e problemas, propiciando oportunidades para que se estabeleçam relações.

O sucesso da participação do professor deve estar baseado em uma observação cuidadosa das crianças, precisam ver os erros e os fracassos de seus alunos como uma experiência positiva de aprendizagem. Sua intervenção deve realçar e não desvalorizar o conhecimento do aluno.

A finalidade da prática pedagógica é levar o aluno a identificar e compreender um conceito, levantar hipóteses e confrontá-las com as suposições dos colegas, validando ou modificando sua própria ideia, sempre respeitando e valorizando a opinião alheia. Os conjuntos e fascículos utilizados na Educação Infantil proporcionam aos alunos o prazer de brincar, ao mesmo tempo em que são utilizados como ferramentas tecnológicas que possibilitam a construção de novas descobertas e aprendizagens.

Nos primeiros anos de vida a criança possui peculiaridades próprias da sua faixa etária, assim, ao ser inserida no ambiente educativo fora do contexto familiar, exige-se que sejam contemplados objetivos e formas de inserção social propícias à idade e aos momentos dessas crianças, tais como: seu bem estar, segurança, brincadeiras, movimentos e principalmente conhecimentos, enfim, uma gama de especificidades, pois é nesse contexto em que a criança irá desenvolver-se física, social e cognitivamente. É nessa fase que serão desenvolvidas as habilidades, pois os anos iniciais são decisivos, sendo que a base dos conhecimentos começam a se estruturar nessa etapa da vida.

A educação infantil deve permitir conhecer a realidade social, cultural e natural, com a qual a criança interage, proporcionando experiências ricas e diversificadas. Para que a criança aprenda e se desenvolva, é necessário que ela esteja em um ambiente social, em conjunto com outras crianças e adultos, participando de práticas sociais, internalizando experiências vividas que lhe auxiliam a dominar conceitos, valores e formas de comportamento.

O estudo sobre o lugar ocupado pela criança na Educação Infantil deve fundamentar-se na ideia de que as crianças desenvolvem-se sob condições adversas e no início da vida formam sua personalidade. Os hábitos, costumes e crenças também devem ser levados em consideração.

Os princípios da Participação e do Protagonismo Infantil ganharam grande visibilidade quando, juntamente com outros dez princípios, foram dando forma ao que os autores italianos denominaram de progettazione (sem tradução para o português). Alguns escritores ingleses empregaram diversas expressões para denominar a maneira como os professores em Reggio Emília trabalham e planejam com as crianças, seus colegas docentes e pais de alunos. Este conceito representa uma abordagem elaborada acerca das hipóteses iniciais e do trabalho de sala de aula, estando sujeita a modificações no decorrer do processo, dado que este não ocorre de forma linear, pois pode ir e voltar, dependendo da maneira como seus protagonistas interajam. Esta forma de planejamento opõe-se ao termo programmazione que, por sua vez, traz a ideia de currículos, programas ou estágios. (RINALDI, 2012).

Os doze princípios da proposta pedagógica da Educação Infantil reggianas encontram-se interligados, uma vez que um completa-se no outro, sendo difícil separá-los. O planejamento emerge no decorrer dos processos com as crianças, sendo que o professor, à luz dos princípios que o embasam, ao mesmo tempo em que se utiliza destes, prepara situações que interliguem os interesses das crianças às suas próprias concepções pedagógicas e escolhas, originando projetos que produzam aprendizagens não só para as crianças, mas também para os demais envolvidos. Este tipo de planejamento envolve as próprias crianças no desenrolar do trabalho de sala de aula, dando sentido e sistematizando as aprendizagens destas, por meio da valorização de suas manifestações e interesses. Porém, para que isto ocorra, os professores precisam estar atentos ao que está sendo manifestado à sua volta, fazendo constantes intervenções, dialogando e construindo vínculos, para que o trabalho possa avançar e ter maior significado tanto para o grupo, quanto para ele próprio.

Neste sentido, o planejamento é organizado por projetos, isto é, por ações que orientam os gestos e o olhar da criança (GALLARDINI, 1996). Estes projetos não são definidos antes de o professor conhecer o grupo de trabalho que terá durante o ano, nem serão realizados a partir de uma programação estabelecida de antemão, unicamente pelo professor; mas sim, ocorrem durante o percurso, com os atores do contexto escolar desenhando e escrevendo a sua própria história. Assim, a partir dos interesses das crianças, das suas manifestações, gestos, palavras, o professor vai construindo, com elas e com suas famílias, um planejamento dinâmico e enriquecido no decorrer do ano letivo. Desta maneira, as ações do professor, ao mesmo tempo em que orientam, vão sendo orientadas pelas atitudes das crianças e pelos acontecimentos significativos que vão ocorrendo nesta trajetória.

A construção social de um indivíduo começa na infância, as crianças são atores sociais plenos, competentes, ativos e com "voz". No entanto, tradicionalmente, a infância encontra-se excluída do conceito de cidadania, devido ao fator idade. A modernidade tem introduzido progressos na proteção das crianças com o desenvolvimento de políticas públicas que venham a beneficiar a infância, e que tem se revelado um progresso perto da representação histórica da infância nos últimos 250 anos. Aos poucos as crianças estão conquistando seu papel.

Partindo da concepção da criança como protagonista, capaz de grande capacidade de aprendizagem,

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