PROTAGONISMO E PARTICIPAÇÃO INFANTIL NA ESCOLA, COM FOCO NAS CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS.
Por: Lidieisa • 22/3/2018 • 1.552 Palavras (7 Páginas) • 459 Visualizações
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O discurso sobre o protagonismo infantil tem início na América Latina, alimentando-se das fontes do protagonismo popular, que agrupa diversos coletivos, que lutam por uma melhoria em suas condições de vida. Alejandro Cussiánovich, que tem refletido e acompanhando experiências de participação protagonista infantil, considera que dignidade, iniciativa, poder, excelência, reconhecimento e aceitação são conceitos associados ao exercício do protagonismo de crianças. Protagonismo significa também assumir responsabilidades, contribuir e construir conjuntamente, em tal sentido o considera como ponto de união, de encontro, não compatível com nenhuma forma de separação ou dispersão. Implica interação e inter-relação com o seu ambiente, com os outros.
Na perspectiva pedagógica de Malaguzzi (1999) tem-se o respeito às necessidades da criança e a valorização das suas potencialidades, através de uma prática que respeita o direito das crianças de interagirem e comunicarem-se nesses espaços sociais.
A revisão bibliográfica feita por autores que estudam o protagonismo nas práticas sociais e a sua significação nessas práticas, como Ferretti; Zibas; Tartuce (2004) denota que há diferentes interpretações para o termo ‘protagonismo’, pois aparece associado à participação, identidade, autonomia e cidadania, entre outros. Em alguns casos o emprego do termo protagonismo aparece distinto de participação, em outros aparecem como sinônimos. Constatam também que o emprego do vocábulo participação é mais frequente, trata-se de um termo de uso corrente na língua portuguesa. A explicação do que significa participação está associada ao significado de protagonizar, e é comum ser utilizado em contexto de ações sociais que visem envolver crianças em processos decisórios para transformações sociais.
Nesse propósito de compreender a criança protagonista nas práticas da Educação Infantil, são importantes as contribuições de Loris Malaguzzi, professor Italiano idealizador do sistema de municipal de Reggio Emilia do nordeste da Itália. Malaguzzi elaborou e coordenou a construção de uma pedagogia singular, deixando suas contribuições para a implementação de políticas, práticas pedagógicas e a formação de professores que atuam na Educação Infantil. Voltou seus estudos e teorizações somente à educação de crianças pequenas, o que o diferencia de outros pensadores.
Uma participação efetiva e protagonista é alcançada formando parte de grupos ativos, onde se expressam ideias e se tomam decisões, incluindo as opiniões de crianças, adolescentes e adultos. Isso significa não ser simples espectador, senão atores do próprio futuro, reconhecendo e respeitando a liderança das crianças e dos adolescentes, e propondo estratégias para uma maior participação de todos e todas. Isso implica também em comprometer-se com a realidade, cumprindo um papel multiplicador e promovendo a participação do restante da sociedade. A participação é um dos eixos fundamentais para promover o protagonismo da infância.
Desde o paradigma do protagonismo infantil, fala-se na participação que reconhece a infância em sua capacidade e possibilidade de perceber, interpretar, analisar, questionar, propor e agir em seu ambiente social, comunitário e familiar. Crianças de 3 a 5 anos de idade com participação na escola, isso faz com que o sentimento de pertencer a um grupo, de ser uma pessoa importante e querida, e a percepção crescente da capacidade de aprender é aspectos fundamentais da formação de nossos pequenos alunos.
Nesse sentido, a primeira etapa da vida escolar visa a formar estreitos vínculos com professores e funcionários, e com todas as situações de aprendizagem experimentadas para dar vazão à curiosidade, à vontade de conhecer, à confiança em si mesmo e ao respeito pelos outros. Num clima de confiança e afeto, os alunos adquirem segurança em sua própria capacidade expressiva, cognitiva, motora, afetiva e social em relação aos outros e ao conhecimento, e têm inúmeras oportunidades de desenvolver sua criatividade e o apreço pela descoberta e pela cultura.
Nessa primeira etapa da vida, ser autônomo está relacionado à capacidade de assumir pequenas responsabilidades, considerando as necessidades pessoais e do outro, dentro de regras e limites valorizados para uma convivência saudável. Os alunos cuidam de seus pertences e do material de uso comum, conversam para resolver problemas, e aprendem a recolher o diálogo como forma de expor seu ponto de vista e compreender o dos outros.
Criar espaços reais de participação das crianças pequenas valoriza sua possibilidade de ação, ao mesmo tempo em que as insere na vida da escola.
3 . CONCLUSÃO
De fato, conceber a criança como protagonista ativa de seu processo de crescimento é abrir espaço à sua própria participação e à participação das suas famílias no processo de ensino e de aprendizagem. Para que isso ocorra, o olhar do professor e a sua escuta são fundamentais. Por meio desta postura, o professor busca o entrelaçamento entre os interesses das crianças, das famílias e da instituição em que estão inseridos, aproximando-os de suas concepções pedagógicas. Desse modo, esta abordagem de planejamento retroalimenta-se de seu próprio contexto, em que os atores (crianças, professores e pais) vão escrevendo a sua própria história.
O conhecimento é construído por meio das relações e interações pedagógicas empreendedoras estabelecidas entre e com as crianças, favorecendo a sua elaboração e expressão.
A educação infantil é onde a criança desenvolve suas potencialidades, e utiliza de várias linguagens para se expressar e conhecer o mundo, desenvolver sua identidade, ao perceber o outro e a si próprio, trabalhando valores importantes para sua atuação sobre a sociedade.
Como ressalta Dolabela (2003), a importância de um ambiente que estimule desenvolvimento de características empreendedoras nas crianças e afirma que é essencial para o desenvolvimento empreendedor e as capacidades do sujeito para que este possa empreender sua própria vida e sociedade.
Para que esse processo seja estabelecido é essencialmente importante desenvolver o respeito pelas opiniões das crianças e garantir espaço para expressarem-se, questionarem e opinarem, proporcionar-lhes informações das situações que ocorrem no meio de convivência, com orientações adequadas
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