O JOGO MATEMATICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: eduardamaia17 • 20/4/2018 • 4.389 Palavras (18 Páginas) • 485 Visualizações
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A motivação é fator fundamental da aprendizagem. Sem motivação não há aprendizagem. Pode ocorrer aprendizagem sem professor, sem livro, sem escola e sem uma porção de outros recursos. Mas mesmo que existam todos esses recursos favoráveis, se não houver motivação, não haverá aprendizagem (PILETTI, 1985, 42).
A motivação é um importante recurso pedagógico, mas apesar de sua contribuição na aprendizagem, ela nem sempre recebe a devida atenção do professor, providenciar material e transmiti-lo, depois cobrar nas provas, é muito mais fácil do que instigar nos alunos à vontade de questionar e atuar.
Ensinar matemática não é fácil e aprendê-la muito menos, por isso surge a necessidade de usar instrumentos como mediador entre o professor, aluno e conhecimento. Esses devem ser planejados e bem aplicados, sendo um recurso pedagógico eficaz para a construção do conhecimento matemático.
Um instrumento utilizado nos dias atuais são os jogos matemáticos, que conseguem transformar a sala de aula num ambiente gerador de conhecimentos e facilitador do processo ensino-aprendizagem.
Segundo Bom (1995, p. 09) o motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a matemática e sentem-se incapacitados para interpretá-la.
Dentro da situação do jogo, onde é possível uma atitude passiva e com grande motivação, os alunos percebem seu melhor desempenho e atitudes positivas frente a seu processo de aprendizagem.
Segundo Piaget, o jogo permite que o aluno desenvolva o pensamento dialético e se adapte à realidade e a superação desta com criatividade. Para ele, a criança constrói o conhecimento através de relações lógico-matemáticas, elaboradas a partir do meio físico-social. Ao manipular objetos, a criança faz comparações, classificações, estabelece relações, construindo assim representações mentais lógicas. A concepção piagetiana defende que os desafios propostos pelos jogos oferecem motivação ao aluno e leva-o a construir conceitos e ampliar o domínio do conhecimento
Através de jogos matemáticos, as crianças revelam suas inclinações boas ou más, sua vocação, seu caráter, sua autonomia, desenvolvendo relações de respeito e confiança em si e nos colegas. O desenvolvimento da moral é importante nessa tarefa, pois a criança a partir de sua vivência e observação constrói regras sobre o que é certo ou errado, libertando a criança da sua heteronomia, uma obediência cega, sem questionamento, sendo incapaz de distingui-los. Isso ocorre porque a criança não atingiu sua autonomia, pois a pessoa autônoma tem suas próprias convicções sobre o que é certo ou errado, sem se importar com recompensas e punições. Praticamente todas as crianças são heterônomas, mas com o crescimento e amadurecimento que o jogo proporciona, alguns se tornam autônomos. Segundo Piaget, a cooperação e a interação com outros indivíduos permitem esse desenvolvimento, pois diminui a dependência, dando-lhe o direito de construir seu próprio conhecimento.
O ser humano tem necessidades físicas e sociais, estas supõem uma reestruturação da personalidade e respeito à heterogeneidade do mesmo. Similarmente acontece que a criança que tem uma vida escolar, percebe a necessidade de agir em harmonia com outras. Por isso são estabelecidas e respeitadas as normas de convivência e compartilham: participação, cooperação, interdependência e superação de conflitos.
Os jogos trabalham a ansiedade encontrada em muitas crianças, fazendo com que elas concentrem-se mais e melhore o seu relacionamento interpessoal e auto-estima. Quando realizados de forma prazerosa e atraente dentro da matemática, ajudam a diminuir problemas apresentados, desenvolvendo relação de confiança entre professor x alunos x alunos, bem como a comunicação de pensamento, corpo e espaço afim de interação no meio.
Segundo BOSSA (1994,P85),
O jogo é uma atividade criativa e curativa, pois permite a criança reviver ativamente a situações dolorosas e ensaiando na brincadeira as suas expectativas da realidade. Constitui-se numa importante ferramenta terapêutica, permitindo investigar, diagnosticar e remediar as dificuldades, sejam elas de ordem afetivas, cognitivas ou psicomotoras. Em termos cognitivos significa a via de acesso ao saber, entendido como a incorporação do conhecimento numa construção pessoal relacionada com o fazer (BOSSA, 1994, p. 85-88).
Neste sentido, as brincadeiras que são oferecidas à criança devem estar de acordo com a zona de desenvolvimento em que ela se encontra. No processo de educação infantil o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento.É urgente e necessário que o professor procure ampliar cada vez mais as vivências da criança com o ambiente físico, com brinquedos, brincadeiras e com outras crianças.
Na concepção de Wallon, infantil é sinônimo de lúdico. Toda atividade da criança é lúdica, no sentido que se exerce por si mesma antes de poder integrar-se em um projeto de ação mais extensivo que a subordine e transforme em meio.
Wallon defende que o brincar e o brinquedo participam, juntos, na estruturação do Eu e na aprendizagem da própria vida, no desenvolvimento afetivo, motor, intelectual e social. O brinquedo, nessa perspectiva é vista como um meio que possibilita à criança conhecer e analisar o mundo e construir sua personalidade. A organização do espaço e a disponibilização do material são elementos fundamentais para que a fluidez das emoções e do pensamento aconteça o que necessário para o desenvolvimento da pessoa completa.
O objetivo dos jogos nas aulas de matemática buscou apresentar aos alunos a importância do trabalho em grupo, o respeito às regras, o desenvolvimento das habilidades psicomotoras, por meio de atividades que envolvem o movimento do corpo, além de alguns conceitos matemáticos relacionados à leitura e contagem oral dos números, classificação de objetos, noções de sequência, tempo, posição, bem como à aquisição da linguagem oral e escrita, mediante uma perspectiva interdisciplinar.
É aqui que se encontra um importante papel da escola como instituição de Educação cuidar para que essas interações entre as disciplinas se de em da maneira mais enriquecedora possível para aquele que aprende. Isto pode ser feito por meio de uma ação educativa que proponha problemas desafiantes, apresentando uma
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