A Utilização de jogos matemáticos na educação básica
Por: Sara • 26/10/2018 • 8.833 Palavras (36 Páginas) • 467 Visualizações
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Ele surge das experiências e atividades individuais de cada pessoa em relação ao objeto de conhecimento. Sendo assim, podemos dizer que conhecimento é o tratamento dado à informação, pelo indivíduo.
Assim, conhecimento e informação são coisas diferentes. A informação pode ser obtida de muitas formas ( livros, revistas, jornais, televisão, internet e outros ). Mas, se o sujeito não interagir com ela, ou se esta informação não for significativa para este indivíduo, ela não se transformará em conhecimento. Sendo assim, dizemos que não houve aprendizagem por parte do sujeito. O saber compreende a informação e o conhecimento num aspecto social. É um resultado da produção humana através dos tempos. O saber é um conjunto de informações e conhecimentos que passaram por processos coletivos de produção, organização e distribuição. Sendo assim, um dos papéis fundamentais da educação escolar é assegurar a propagação do saber, ou seja, é função da escola propiciar a seus alunos uma relação com os saberes, o que chamamos de cultura. Esta cultura é geralmente organizada na escola através das disciplinas, cabendo a cada professor fazer a ligação entre o aluno e a cultura, facilitando a apropriação por parte do aluno, dos saberes correspondentes a cada área do conhecimento. Neste sentido, o ensino tradicional acentua a transmissão de conhecimentos já construídos e estruturados pelo professor. Do ponto de vista do ensino tradicional, basta que o professor tenha o domínio dos conteúdos a serem ensinados para ensinar bem, e ainda, as falhas no processo de aprendizagem, na maioria das vezes, são justificadas pela pouca atenção, capacidade ou interesse do aluno.
De acordo com D’Ambrósio (1989), algumas consequências dessa prática educacional tem sido discutida pela comunidade de pesquisadores em educação matemática. Primeiro, observa-se que os alunos passam a acreditar que a aprendizagem da matemática se dá através de um acúmulo de fórmulas e algoritmos. Cria-se a ideia de que fazer matemática é seguir a aplicação de regras, que foram transmitidas pelo professor, desvinculando-se assim, a matemática dos problemas do cotidiano. Segundo, os alunos passam a considerar a matemática algo que não se pode duvidar ou questionar, assim, os alunos passam a supervalorizar o potencial da matemática formal, desvinculando o conhecimento matemático de situações reais. Desta maneira, por falta de oportunidades para manifestarem sua compreensão sobre os conteúdos, os alunos acabam perdendo sua autoconfiança em matemática. Esses problemas são gerados por professores, através de interpretações equivocadas sobre o ensino, pela falta de uma formação profissional qualificada, pelas precárias políticas educacionais em nosso país ou por restrições relacionadas às condições de trabalho. Nas escolas, pode-se notar uma preocupação em relação à quantidade de conteúdos a serem trabalhados, no pensamento de muitos professores, o aluno só apreende se resolver uma grande quantidade de exercícios. Pensando desta maneira, a quantidade de conteúdo trabalhado é a prioridade de sua ação pedagógica, ao invés da aprendizagem dos alunos. Nesta concepção de ensino, em nenhum momento durante o processo de ensino/aprendizagem são criadas situações em que o aluno precisa ser criativo ou onde ele esteja motivado a solucionar um problema. Normalmente, a matemática aplicada nas escolas não oferece ao aluno a oportunidade de se expressar e participar do processo de construção do conhecimento, o exclui de uma possível aplicabilidade destes conteúdos em sua vida fora da escola. Com a complexidade das relações econômicas e sociais e consequentemente do saber, que gera tecnologia, o gerenciamento do saber foi tornando-se cada vez mais um instrumento de poder e dominação. Atualmente, com o saber universalizado por meios de comunicação, o poder e o sucesso não estão mais relacionados ao conhecimento em si, mas, o que vale, é o que sabemos fazer com esse saber, como selecionar informações úteis para que possamos concretizar nossos objetivos, sejam eles individuais ou coletivos. Devemos repensar não o conhecimento, mas, o tratamento que se dá a ele.
CAPÍTULO II
II.1 - A busca pelo jogo
Na educação matemática há muitos exemplos de ações em que são destacados aspectos isolados dos problemas de aprendizagem. As discussões de Ubiratan D’Ambrósio ( 1986 ), J. M. Matos ( 1989 ), M.
O. de Moura ( 1992 ) e Dário Fiorentini ( 1994 ) sobre a evolução do conceito de educação matemática, mostram que os problemas de ensino, até meados da década de 70, foram analisados utilizando apenas aspectos isolados de elementos que constituem o ensino, com isso a causa do fracasso no ensino de matemática, era procurada ora nos objetivos, ora nos métodos, ora nos conteúdos.
Essas discussões têm mostrado, que o ensino de matemática necessita de contribuições de outras áreas de conhecimento, como a psicologia e a antropologia, para discutir sobre o processo educativo e a necessidade de reflexões sobre as novas propostas de ensino para que venhamos a considerar os inúmeros elementos que estão presentes na ação pedagógica do professor, seja qual for a sua área de conhecimento.
No ensino de matemática, já existe muitas possibilidades de trabalhar os conceitos desta disciplina, não utilizando o ensino tradicional, mas, levando em consideração outras propostas metodológicas, como a resolução de problemas, a abordagem Etnomatemática, o uso de computadores, a modelagem matemática e o uso de jogos matemáticos, procurando fazer com que o aluno deixe de ser um simples receptor de conteúdos, passando a interagir e participando do próprio processo de construção do conhecimento.
Em pesquisas bibliográficas, foram encontradas referências ao uso de jogos na educação que levam à Roma e à Grécia antigas, mas, se considerarmos a história mais recente, podemos verificar que é do século passado que surgem contribuições teóricas mais relevantes para o aparecimento de propostas de ensino incorporando o uso de jogos, em que os alunos passam a ser parte ativa na aprendizagem.
A análise de novos elementos incorporados ao ensino de matemática não pode deixar de considerar o avanço das discussões a respeito da educação e dos fatores que contribuem para uma melhor aprendizagem. Sendo assim, o jogo aparece dentro de um amplo cenário que procura apresentar a educação matemática, em bases cada vez mais cientificas. Acredito que deve ser neste cenário que devemos trabalhar para não cometermos erros grosseiros como os cometidos na recente história
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