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O Brincar na Educação Infantil

Por:   •  19/2/2018  •  5.471 Palavras (22 Páginas)  •  431 Visualizações

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o seu desenvolvimento e aprendizado.

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DESENVOLVIMENTO

A DESCOBERTA DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

Durante muito tempo, o transtorno do déficit de atenção (TDAH) foi entendido equivocadamente como um diagnóstico com poucas implicações na vida dos pacientes. A criança era avaliada e tratada por pessoas não especializadas na área neurológica, e que entendiam as queixas de hiperatividade como uma remissão da sintomatologia da puberdade (SOUZA et al. 2007).

Em 1865, as primeiras referências à hiperatividade e à desatenção não foram publicadas em literatura médica. Apenas em 1902, a primeira descrição do transtorno foi apresentada pelos pediatras ingleses George Still e Alfred Tredgold, quais denominaram essa alteração de defeito na conduta moral acompanhado de inquietação, desatenção e dificuldades diante de regras e limites (SANTOS E VASCONCELOS, 2010).

Segundo Santos e Vasconcelos, (2010) as crianças hoje reconhecidas como portadoras de TDAH já foram denominadas por diversos subtítulos: Déficit do Controle Moral, Síndrome da Inquietude, Lesão Cerebral Mínima, Reação Hipercinética da Infância, Doença do Déficit de Atenção com e sem Hiperatividade. Nos últimos anos, porém, tanto a experiência clínica quanto as recentes pesquisas em genética, neuroimagem e neuropsicologia têm contribuído para uma drástica mudança na forma de entender o TDAH (SOUZA et al. 2007).

PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA O SURGIMENTO DO TDHA

De acordo com a Revista 100% Saúde Especial (2014, pag. 5-7) estudos realizados indicam que os fatores culturais, o modo como os pais educam os filhos e os resultados dos conflitos psicológicos não interferem no surgimento do déficit. Esses estudos também demonstram que os portadores de TDAH possuem alterações na região frontal e nas conexões com o resto do cérebro, regiões estas que estão responsáveis pelo controle ou inibição de comportamentos inadequados, pela capacidade em prestar atenção, pela memória, autocontrole, organização e planejamento. 04

O que é alterado nesta região cerebral é o funcionamento dos neurotransmissores que passam informação entre as células nervosas – os neurônios. Existem causas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões, são elas: Hereditariedade, substâncias ingeridas na gravidez, sofrimento fetal e exposição a chumbo. Alguns autores como: Ferriolli, Marturano e Puntel (2007) sugeriam que os problemas familiares (discórdia conjugal, funcionamento familiar caótico, baixo nível socioeconômico) eram fatores causais de TDHA, porém as novas pesquisas realizadas descartam esta ideia, concluindo que os problemas familiares antes citados podem apenas agravar o quadro do TDAH, e não causa-lo (Revista 100% Saúde Especial 2014, pag. 4-5).

DIAGNOSTICANDO O TDHA

O TDAH tem sido objeto de estudo de inúmeras pesquisas que visam aprimorar os critérios diagnósticos. A prevalência do déficit varia entre 5 a 15% das crianças em idade escolar e a incidência é três vezes maior no sexo masculino. Estudos epidemiológicos definiram taxas de 4 a 12% da população geral de crianças de 6 a 12 anos de idade. Dentre os pacientes com diagnóstico de TDAH, 44% apresentam outra morbidade psiquiátrica. Normalmente, entre 20 e 40% das pessoas com TDAH apresentam distúrbios de humor, depressão e ansiedade. (SILVEIRA et al. 2009).

De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico nas Doenças mentais IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - DSM IV) o diagnóstico é obtido quando o paciente atende a pelo menos seis dos nove critérios de um ou de ambos os domínios da síndrome - hiperatividade/impulsividade e desatenção (Quadro 1)( Vide Anexo) em pelo menos dois locais de avaliação distintos, como por exemplo em casa e na escola (Pereira, Araújo e Mattos 2005).

Para fins diagnósticos, o DSM-IV exige que os sintomas de falta de atenção, hiperatividade e impulsividade tenham surgido antes dos sete anos, que ocorram,

frequentemente, que sejam mal adaptativos e inconsistentes com o nível de desenvolvimento da criança, que persistam por, no mínimo, seis meses (Antony e Ribeiro, 2004). 05

(Pereira, Araújo e Mattos 2005).

Conforme a Revista 100% Saúde Especial (2014, pag. 5) na maioria das vezes o TDHA apresenta, pelo menos, mais um distúrbio associado, como: Desordens secundárias, problemas na leitura, Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), Transtornos de Ansiedade, Transtornos de Conduta e etc. Os transtornos coexistentes geram forte influência na manifestação dos sintomas da TDHA, afetando ainda mais o comportamento e o rendimento escolar.

Pereira, Araújo e Mattos (2005) relatam que, geralmente, o diagnóstico se faz na faixa etária escolar. Nesta época os sintomas de hiperatividade e desatenção frequentemente impedem que a criança se mantenha em condições favoráveis ao aprendizado, gerando problemas secundários antes não perceptíveis ou pouco

valorizados. Naqueles com predomínio de desatenção, o comprometimento do desempenho escolar ocorrerá na medida em que aumentarem a quantidade e a complexidade do material didático, com a necessidade de maior memorização e atenção a detalhes (ARAÚJO 2002).

POSSIBILIDADES DE TRATAMENTO PARA TDHA

Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção – ABDA (2014):

“O tratamento da TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador. A medicação, na maioria dos casos, faz parte do tratamento. A psicoterapia que é indicada chama-se Terapia Cognitiva Comportamental que no Brasil é uma atribuição exclusiva de psicólogos. O tratamento com fonoaudiólogo está recomendado em casos específicos onde existem, simultaneamente, Transtorno

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