LUDICIDADE COMO ETRATÉGIA DE ENSINO DA MATEMÁTICA

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O conhecimento matemático é historicamente construído e, portanto, está em permanente evolução. Assim o ensino da matemática incorpora esta perspectiva, possibilitando ao aluno conhecer as contribuições que ele oferece para compreender as informações, analisá-las e posicionar-se criticamente diante delas. Com tudo atualmente, o ensino desta disciplina faz parte de um processo complexo que depende de fatores e profissionais com habilidades e competências, que vai muito além, de fundamentos teóricos, fórmulas e metodológicos para mediar o ensino da matemática. É notório que boa parte dos professores ainda utiliza práticas ultrapassadas que desfavorecem a aprendizagem e muitos deles não utilizam o recurso da ludicidade para o desenvolvimento educacional em situações de ensino, uma vez que esta não é uma simples transmissão de idéias ou práticas, mas a reelaboração individual de conceitos e significados. A aprendizagem, portanto, passa a ser um processo de reconstrução individual, didático.

Com isto, pretende-se verificar como as atividades lúdicas podem ser utilizadas como estratégia didática de ensino, preponderante para a construção do processo de ensino da matemática, que, caracteriza-se como uma das disciplinas escolares que apresentam significativos níveis de dificuldades para o entendimento entre os alunos do ensino fundamental II. Tendo como principal objetivo descrever algumas intervenções didáticas promovidas pelo uso dos jogos e brincadeiras, no processo de ensino aprendizagem, destacando o papel do jogo como facilitador no processo de aquisição de conhecimento em matemática.

Atualmente, busca-se no lúdico uma forma de estimular a motivação em classe e muitos resultados de algumas experiências tem contribuído positivamente para a efetivação de tarefas lúdicas associadas ao aprendizado escolar justamente porque esses fatores representam condições para o aprendizado.

E no âmbito da formação educacional os métodos de transmitir o ensino por meio do lúdico, situam-se estrategicamente na didática que cumpre um papel importante no sentido de propiciar uma reflexão criteriosa sobre os limites e possibilidades da atuação docente.

O trabalho será dividido em três tópicos: No primeiro será abordado o conceito de ludicidade no processo de ensino aprendizagem, sua aplicação, a posição do docente como agente do processo de ensino ao adotar o lúdico em suas aulas de matemática e a finalidade que o lúdico desempenha na formação do aluno. O segundo tópico abordará a pesquisa de campo em duas escolas da rede município de ensino de Wenceslau Guimarães sobre como está sendo adotado e, empregado pelos professores esta estratégia pedagógica. Serão proposto questionários a fim de perceber o emprego de tais praticas. Por fim, no terceiro tópico acontecerá à análise dos dados coletados das entrevistas e discussões das hipóteses sobre a importância do lúdico no ensino aprendizagem, sendo ela vital para o amadurecimento, desenvolvimento motor, cognitivo e operacional, proporcionando aos discentes meios de se formar como sujeito de seu conhecimento no mundo dos cálculos e da lógica matemática.

Mediante todas as questões, surge o questionamento que norteiam a pesquisa: Qual a compreensão que professores do ensino fundamental II, das escolas municipais de Wenceslau Guimarães tem sobre o uso do lúdico no ensino de matemática?

2 A LUDICIDADE: HISTÓRIA, CONCEITO, APLICAÇÃO E PROCESSO FORMATIVO DO PROFESSOR AGENTE DO SABER

Segundo o dicionário Michaellis, a matemática é a ciência que trata das medidas, propriedades e relações de quantidades e grandezas e que inclui a aritmética, a Algebra, a geometria, a trigonometria etc. M.aplicada: a que tem aplicações concretas, como na astronomia, nos vários ramos da física etc. M. pura: a que estuda as propriedades dos seres em abstrato. Percebe-se, no entanto, que a matemática é a ciência necessária no cotidiano das pessoas que a usam para contar, fazer análises, é utilizada com instrumento de avaliação financeiro de uma instituição, para orientação pessoal, para a construção civil, elétrica dentre outras funções.

A palavra lúdico vem do latim, ludus que significa brincar através dos jogos. Sendo um meio incentivador ao ensino da matemática. Percebendo o aprimoramento do ensino nos dias atuais, a sociedade vem exigindo uma mudança no ensino, sendo o educador o responsável por proporcionar essas mudanças no desenvolvimento do aluno, introduzindo o lúdico na educação percebendo que é uma atividade criativa que fortalece os laços sociais e gera felicidade.

A preocupação com o crescimento e desenvolvimento racional e intelectual dos estudantes já existia na época de vários estudiosos como Platão que já em meados de 367 a.C apontava a importância da aplicação dos jogos no desenvolvimento da criança, juntamente com Aristóteles defendiam o uso do lúdico como metodologia de ensino. Com o passar do tempo suas idéias perderam credibilidade e entraram em declínio ou mesmo foram ignoradas, pela sociedade da época.

[...] Platão foi o principal deles e forma, com Aristóteles, as bases do pensamento ocidental. A educação, segundo a concepção platônica, deveria testar as aptidões do aluno (...) formulou modelos para o ensino por que considerava ignorante a sociedade grega de seu tempo. Por seu lado, Aristóteles, que foi discípulo de Platão, planejou um sistema de ensino bem mais próximo do que se praticava realmente na Grécia de então, equilibrando entre as atividades físicas e intelectuais e acessível a grande número de pessoas (FERRARI, 2003, p. 7).

Dessa maneira, pode-se afirmar que a ludicidade não é metodologia recente, teve origem na história Greco-Romana, quando Platão defendia o conceito de um modelo de educação para o seu tempo, com a finalidade de integrá-lo a uma dimensão ética e política, possibilitando à sociedade da época a diminuição da ignorância, afirmando que educar era importante e trazia felicidade.

A introdução da ludicidade, na educação escolar iniciou-se, com o educador alemão Froebel (1782-1852), que entendia a brincadeira como o primeiro recurso para a aquisição da aprendizagem, além de uma diversão e modo de criar representações do mundo concreto para entendê-lo. No século XX, a educação é direito de todos e é garantida em lei em diversos países.

O Brasil atualmente é um país que evidencia sérios problemas estruturais e prejudiciais, diretamente ligado a educação, principalmente na classe de poder aquisitivo menor. A falta de especialização e formação continuada dos profissionais