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Inclusão de Alunos Surdos no Ensino Regular

Por:   •  29/1/2018  •  24.622 Palavras (99 Páginas)  •  603 Visualizações

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Oferecer o mesmo espaço escolar para todas as crianças é o mesmo que oferecer igualdade de condições. Não há, portanto, um reconhecimento das diferenças e sim uma mera aceitação da pluralidade sem que se perca de vista a norma ‘ideal’. Durante muito tempo tentaram tornar os alunos surdos parecidos com os ouvintes, tentando normalizar todos, sem respeitar suas diferenças. O entendimento sobre a sua língua e toda a cultura que envolve esse grupo de pessoas, nos faz reconhecer que existem diferenças e que devemos pensar no processo de ensino-aprendizagem, levando em conta que a responsabilidade por ensinar fica com os professores.

Há uma variação no seu conhecimento e no compromisso com a comunidade dos surdos e com as suas expectativas, o treinamento que recebem, baseia-se em ideias de ouvintes e relaciona-se com o ensino.

O nosso objetivo geral é analisar o preparo dos professores no ensino regular e observar a suas práticas no processo do ensino-aprendizagem com os deficientes auditivos e verificar se a escola está preparada para recebê-los.

Os objetivos específicos são: Analisar como a inclusão dos surdos ocorre na escola. Esclarecer se há realmente o desenvolvimento da alfabetização do aluno surdo no ensino regular.

2 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

2.1 Educação Inclusiva no Brasil

Conforme Brasil (2007), em meados do século XX, com a intensificação dos movimentos sociais de luta contra todas as formas de discriminação que dificulta o exercício da cidadania das pessoas com deficiência, emerge no mundo a ajuda de uma sociedade inclusiva. No desdobrar-se deste período histórico asseguram-se a critica às praticas de categorização de estudantes guiados para ambientes especiais, levados, também, ao questionamento dos modelos homogeneizadores de ensino de ensino e de aprendizagem, produtores de exclusão nos espaços escolares.

Os principais referenciais que destacam a educação de qualidade para todos, ao constituir a agenda de discussão das políticas educacionais, fortalece a necessidade de criação e a efetivação de ações voltadas à universalização do ingresso na escola, ao âmbito da educação fundamental, à oferta de educação infantil nas redes públicas de ensino, à composição do atendimento, à busca de alfabetização e da modalidade de educação de jovens e adultos e também a construção da gestão democrática da escola (BRASIL, 2007).

A partir desta argumentação acerca das práticas educacionais que resultam na desigualdade social de diversos grupos, os documentos Declaração de Salamanca e Linhas de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais, proclamam que as escolas comuns atuam como meio mais eficiente para lutar contra ações discriminatórias e evidência que:

O princípio fundamental desta Linha de Ação é de que as escolas devem acolher todas as crianças, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicos ou culturais e crianças de outros grupos e zonas desfavorecidas ou marginalizadas (BRASIL, 1997, apud, BRASIL, 2007, p.6).

2.2 Política de Inclusão

O direito a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis é assegurado pela convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006), que determina o compromisso dos Estados partes, com a adoção das medidas de ajuda necessárias às pessoas com deficiência, na educação regular, de acordo com a meta de inclusão integral. Mediante esses dispositivos, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), determina a educação especial como modalidade transversal aos níveis de ensino, que associa o projeto político pedagógico da escola, disponibiliza recurso, serviços e alcança o atendimento educacional especializado, em interconexão com a educação regular (BRASIL, 2011). E ainda:

Cabe ressaltar a implantação da Graduação em Pedagogia Bilíngüe- Libras/Língua Portuguesa no Instituto Nacional de Surdos-INES; a modernização o parque gráfico e estúdio do Instituto Benjamin Constant para produção de livros em Braille e em áudio; a implementação da Graduação de Letras/Libras, licenciatura e bacharela, em 18 instituições públicas de educação superior; a implantação dos Núcleos de Acessibilidades nas Instituições Federais de Educação Superior; e a realização anual do Exame Nacional de Certificação para o Ensino e a Tradução/Interpretação de Libras (BRASIL, 2011, p.36).

O Ministério da Educação, em companhia com os sistemas de ensino, programa a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), garantindo o acesso, a participação e a aprendizagem dos estudantes público alvo da educação especial no ensino regular de ajuste com a meta de inclusão integral situada no artigo 24 da convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006). E continua:

A educação inclusiva representa a mudança do modelo de escola segregada com foco na deficiência para uma concepção de escola que organiza sua proposta pedagógica com objetivo de atender as especificidades de todos os estudantes. A partir deste paradigma, que considera a condição de deficiência como parte da diversidade humana, a escola e a sociedade assumem o compromisso de atuar na eliminação das barreiras atitudinais, físicas, pedagógicas e nas comunicações (BRASIL, 2011, p.37).

Esse acordo se efetiva por meio da consolidação de medidas de apoio à inclusão escolar, entre as quais se destacam as ações instituídas pelo Decreto 6.571/2008 que garante o duplo financiamento, no setor do FUNDEB, aos estudantes público alvo da educação especial matriculados no ensino regular e no acolhimento educacional especializado; a fundação de salas de recursos multifuncionais nas escolas comuns da rede pública; a adaptação arquitetônica dos prédios escolares; a formação de professores e gestores e a disponibilização materiais didáticos e pedagógicos acessíveis (BRASIL, 2011).

À luz das mudanças conceituais e dos progressos tecnológicos do mundo contemporâneo, que permitem o desenvolvimento inclusivo das escolas, o papel do Instituto Nacional de Educação do surdo - INES e do Instituto Benjamin Constant – IBC deve ser ressignificado a fim de acolher as expectativas sociais de comunicação

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