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Educação na Concepção de Paulo Freire

Por:   •  9/2/2018  •  2.110 Palavras (9 Páginas)  •  491 Visualizações

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Neste contexto, a formação de uma consciência crítica passa diretamente pela filosofia, que caracteriza por desenvolver nas pessoas um pensamento próprio e crítico sobre a realidade do cotidiano, de questionar os dogmas ou as doutrinas religiosas que se impõem, de superar a explicação mitológica da realidade, de discutir a validade dos métodos e critérios adotados pelas ciências. (JANES TOMELIN 2013, p.25).

Na consciência crítica leva se em consideração o conhecimento que o educando possue, mesmo sendo ele de uma classe social menos favorecida, dentro dela o professor preocupa se em alinhar o conteúdo ao conhecimento prévio do educando. Não existe um conhecimento pronto existem caminhos que o professor deve apontar e aos educandos cabe a decisão de trilhá los ou nao.

O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. Uma de suas tarefas primordiais é trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se “aproximar” dos objetos cognoscíveis. E esta rigorosidade metódica não tem nada ver com discurso “bancário” meramente transferido do perfil do objeto ou do conteúdo. É exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no “tratamento” do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga á produção das condições em que aprender criticamente é possível. (PAULO FREIRE, 1996, p. 26).

Dentro da visão de Freire (1996), percebe se que a educação tem seu papel na consciência crítica é fundamental para o desenvolvimento e a formação de um ser crítico, criador, participativo que pode dar sua opinião em diversos meios da sociedade, para tanto, esse ser precisa ser curioso, porque a curiosidade como uma inquietação que indaga, inclina se a revelação, esclarece e aprimora o ser.

2.1 O SER HUMANO E SUA APRENDIZAGEM

Ao falar em aprendizagem do ser humano podemos destacar que há uma diferença notória na educação de crianças e na educação de jovens e adultos, sendo que as crianças tem uma faixa etária em que elas são obrigadas a estarem em sala de aula sob pena dos pais e ou responsáveis serem penalizados, o que não significa que estes alunos estarão comprometidos com os estudos, já quando se fala em EJA quem esta ali é porque deseja o conhecimento, é porque quer compensar aquele tempo em que não pode ou não aproveitou para estudar.

Ao propor a educação á jovens e adultos que estavam afastados do processo educativo é oferecer novas oportunidades aos mesmos conforme citação a seguir:

Paulo freire não inventou o homem; apenas pensa e pratica um método pedagógico que procura dar ao homem a oportunidade de re-descobrir-se através da retomada reflexiva do próprio processo em que vai ele se descobrindo, manifestando e configurando – “método de conscientização”. Mas ninguém se conscientiza separadamente dos demais. A consciência se constitui como consciência do mundo. (PAULO FREIRE, 2011, p. 20).

Através do EJA são oferecidas aos jovens e adultos oportunidades de voltar a sonhar e nesse processo o professor é o mediador desse educando na direção do aprendizado, promovendo o diálogo como fator conscientizador de que é possível aprender independente da idade ou classe social do educando.

Concorda se com Freire (2011), quando o mesmo fala que o ser humano não se conscientiza sozinho, é através do diálogo que este é inserido em uma cultura, se não houvesse essa conscientização cada um seguiria um caminho. Conforme McLaren (1999) “[...] através do diálogo ocorre em relação dialética com os traços estruturais da sociedade, tais como as relações de produção, as formações culturais e os arranjos institucionais”. Percebe se que o diálogo é de estrema importância para o ser humano expressar seus sentimentos e emoções, com esse fator entra o papel do professor como mediador desse processo.

Segundo Freire (1996, p. 34) “o professor que realmente ensina, quer dizer, que trabalha os conteúdos no quadro da rigorosidade do pensar certo, nega, como falsa, a fórmula farisaica do “faça o que eu faço”. Concorda se com Freire quando o mesmo fala que o professor não pode ser o dono da razão, o dever do educador é ser o mediador do saber e não o dono do saber. Freire (1996, p.34) fala que “pensar certo é fazer certo”, quando o educando torna se comunicativo, “ser crítico”, ele é o autor de sua própria história.

Neste sentido, alfabetizar-se não é aprender repetir as palavras, mas dizer a sua palavra, criadora de cultura. A cultura letrada conscientiza a cultura: a consciência historiadora automanifesta á consciência sua condição essencial de consciência histórica. Ensinar a ler as palavras ditas e ditadas é uma forma de mistificar as consciências, despersonalizando-as na repetição – é a técnica da propaganda massificadora. Aprender a dizer a sua palavra é toda a pedagogia, também toda antropologia. (PAULO FREIRE, 2011, p.25)

Concorda se com Freire (2011), quando o ser humano esta inserido em uma cultura letrada “as coisas são objetivadas, isto é, significadas e expressadas”. Agora essa palavra tem seu sentido no mundo de quem esta se alfabetizando.

[...] os alfabetizando partem de algumas poucas palavras que lhes servem para gerar seu universo vocabular. Antes, porém, conscientizam o poder criador dessas palavras: são elas que geram o seu mundo. São significações do mundo, mas suas também. Assim, ao visualizarem a palavra escrita, em sua ambígua autonomia, já estão conscientes da dignidade de que ela é portadora – a alfabetização não é um jogo de palavras, é a consciência reflexiva da cultura, a reconstituição crítica do mundo humano, a abertura de novos caminhos,o projeto histórico de um mundo comum, a bravura de dizer a sua palavra.(PAULO FREIRE, 2011, p.28).

Paulo Freire pensou em um método aonde a educação deveria ser construída por idéias, através do diálogo entre o educador e o educando, o conteúdo não viria pronto, mas, ambos irão construir o conhecimento, assim surgiu o EJA, que oferece aqueles que não prosseguiram seus estudos a oportunidade de voltarem a sala de aula e alfabetizarem se sem precisar desconstruir sua historia, apenas acrescentando conhecimentos a mesma.

3 ANÁLISE DOS DADOS

A pesquisa acima apresentada teve como base o autor Paulo Freire e outros autores que tiveram o primeiro autor como o referencial para sua obra. Foram utilizadas as seguintes obras: Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire; Filosofia

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