Trabalho apresentado à disciplina de Sociologia; Paulo Freire

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Segundo Paulo Freire a educação tem o papel fundamental de libertar o homem, libertando-o fundamentalmente de sua pressão, do lugar de oprimido. Tornando-o autônomo, ou seja, consciente de si no mundo. Para ele a educação é uma ferramenta educativa de igualdade social. Sendo assim, a autonomia e a liberdade são bases de suas teorias.

O método Paulo Freire surgiu em Angicos, Pernambuco e foi premiadíssimo fora do Brasil. Atuou nos Estados Unidos e principalmente no Chile modificando a realidade e o pensamento educacional. Além de levar seu método também para a Europa e África.

Aqui no Brasil sua educação foi marginalizada. Isso porque existia um grande conflito político entre as ideias libertadoras de Paulo Freire e os sociais Políticos da Época. Dentro dos 20 anos de ditadura que tivemos, Freire era criticado porque pensava dentro do processo educacional a tomada de consciência dos educandos, ou seja, que o educando a partir da sua realidade vivida, a realidade sócio, histórico e cultural de cada um, pudesse ter consciência do lugar que ocupa na sociedade, e além de ter consciência do seu lugar, ter também consciência sobre aquilo que o oprime.

O que deve ter levado Paulo Freire a pensar como pedagogo na transformação da realidade educacional é justamente a ligação que ele tinha com a questão dos oprimidos, as diferenças sociais e também a diversidade sociocultural que leva o autor a pensar numa metodologia de ensino que ao letrar, ou alfabetizar, os educandos já desse ali a consciência de quem eles são.

"Somente quando os oprimidos descobrem, nitidamente, o opressor, e se engajam na luta organizada por sua libertação, começam a crer em si mesmos, superando, assim, sua “conivência” com o regime opressor" (FREIRE,1987, p.29).

A grande proposta de Paulo Freire era de educar os oprimidos, então, seu vínculo passa a ser com as classes operárias e com os economicamente desfavorecidos. Ativando assim, principalmente no interior do Brasil, Norte e Nordeste, porém divulga seu trabalho para que outros professores conheçam o material com o qual ele trabalha, para que estes possam servir também para as outras regiões. Onde possa chegar em mais escolas operárias e também em escolas públicas.

Paulo Freire criticou uma educação utilizada para os oprimidos que ele chamou de educação Bancária, que significa uma educação que tinha como proposta fundamental transmitir conteúdos que iam ficar retidos no aluno só numa situação de reprodução. Para ele esses conteúdos são colocados para dentro da criança, não como uma ação reflexiva, mais sim como depósitos de conhecimentos que vão se sobrepondo sem serem refletidas. Por serem uma sobreposição de conhecimentos, um depósito de conhecimentos sobre o aluno é que ele diz que a educação é bancária, como um banco de reservas de conhecimentos.

Para que a educação deixe de ser simplesmente um processo de depósitos de conhecimento de conteúdo, um atrás do outro sobre o educando, sem reflexão e passar para ação reflexiva da ação do educando sobre o conhecimento, Paulo Freire propõe um método, uma ação, principalmente ligada a questão da tomada de consciência a partir da alfabetização. Seu trabalho é fundamentalmente pautado na alfabetização, na construção do processo de letramento. Portanto, alfabetizando –se com as letras, as pessoas acabavam alfabetizando-se no mundo.

O método Paulo Freire é uma proposta de educação tomada por ele dentro do processo brasileiro que leva a pensar em uma busca de conteúdo programático diferenciado. Porém, essa proposta foi vista com maus olhos, devido a proposta de educação avançada interferir de alguma forma na realidade política. Mesmo assim, Paulo Freire não desistiu de sua proposta e a levou adiante, buscando discutir dentro dela uma metodologia que fizesse com que o educando questionasse o mundo onde vivia, questionasse a realidade brasileira e que além de questionar, interferisse diretamente sobre ela. E para que o aluno fizesse isso, independentemente de ser criança, jovem ou adulto, Freire dizia que ele precisava tomar consciência de si. Para isso os envolve num processo dialógico, pois é a partir disso que ele leva os educandos a pensarem na realidade em que vivem, por meio de conversas livres ou até mesmo a partir de escolhas de palavras e temas geradores.

As palavras geradoras são especificamente as palavras utilizadas pelos alunos no cotidiano do seu dia-a-dia. E são essas palavras chamadas de geradoras e que vão auxiliar no processo de tomada de consciência, ou seja, a partir destas palavras, Paulo Freire leva o homem a pensar em sua realidade e o mundo que o cerca.

A intenção dessa pedagogia freireana, do método Paulo Freire é fazer que das palavras geradoras, o educando possa então pensar nos temas geradores, ou temas discutidos coletivamente pelo grupo. Esses temas são sempre tirados do coletivo, ou da ação coletiva da sala de aula, formal ou informal.

Paulo Freire deseja que a educação seja de autonomia e liberdade, levando o homem a ter consciência de si e do mundo, a ter liberdade, agir livremente, a pensar sobre as questões que os cercam, a ser autônomo naquilo que faz, sem dependência dos outros, um homem alfabetizado nas letras e no mundo. Essa educação autônoma e liberta está ligada diretamente à realidade social vivida pelos alunos e a história de vida de cada um.

Mais além desse conceito sócio histórico, Paulo Freire também usa outro tópico fundamental como fonte da liberdade, o diálogo. Segundo ele, é na ação dialógica, na troca constante entre os homens, que vai se construindo e tomando cada vez mais consciência de si e de sua própria realidade. A ação dialógica então prevê, no mínimo, duas pessoas, e mais ainda, uma ação grupal, coletiva de onde se extraem as expressões do mundo. É a partir do diálogo que temas e palavras geradoras, a consciência de si e a metodologia Paulo Freire em si vão tomando corpo, e dessa ação vai sendo construída um novo homem, capaz de agir sobre si e sobre o meio no qual está inserido.

Para Paulo Freire seu método na verdade era uma teoria de conhecimento. Tratava muito mais de um método de aprender do que de ensinar. Sua concepção de educação popular rompe radicalmente com a educação elitista e contribui para uma formação de uma sociedade democrática. O conhecimento fundamenta-se na cultura do educando. Para ele, alfabetizar é libertar, e seus pontos de partidas se dão a partir de suas próprias experiências. Tendo como objetivo avançar na leitura do mundo e compreender-se como sujeito da história. Pois, ao entrevistar um aluno,