Prática de Ensino Sobre Paulo Freire
Por: Evandro.2016 • 5/4/2018 • 3.463 Palavras (14 Páginas) • 510 Visualizações
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Sua metodologia foi muito utilizada no Brasil em campanhas de alfabetização e, por isso, foi acusado de desobedecer a ordem instituída, foi preso após o Golpe Militar de 1964, encarcerado como traidor. Após 72 dias de reclusão, foi convencido a sair do Brasil. Exilou-se por um breve período na Bolívia e, depois, foi para o Chile onde desenvolveu, durante cinco anos, trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária, além de contribuir com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. Foi no Chile que lançou a obra Educação como Prática da Liberdade que, devido ao grande reconhecimento, fez com que fosse convidado a ser professor visitante em Harvard, EUA. Ainda passou um ano em Cambridge, Inglaterra, depois na Suíça, de onde atuou como consultor da reforma educacional que estava sendo feita em colônias portuguesas, principalmente em Guiné-Bissau e em Moçambique (INSTITUTO PAULO FREIRE, S.D.).
Em 1980, após 16 anos de exílio, voltou ao Brasil. Lecionou na Universidade Estadual de Campinas e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fazendo parte do Partido dos Trabalhadores, em 1989, assumiu a Secretária de Educação do Município de São Paulo, durante seu mandato, concentrou-se na implementação de políticas de alfabetização, de revisão curricular e na valorização dos professores (INSTITUTO PAULO FREIRE, S.D.).
Em 1991 foi fundado o Instituto Paulo Freire, para complementar e amplificar as ideias dele. Em 1997, Freire faleceu devido a um ataque cardíaco. O Ministério da Justiça, no Fórum Mundial de Educação Profissional de 2009, fez um pedido oficial de perdão post mortem à família do educador.
Em Paulo Freire, sempre esteve presente o senso de humor e a constante indignação contra todo tipo de injustiça (INSTITUTO PAULO FREIRE, S.D.).
- A PRÁTICA DIALÉTICA CONTEXTUALIZADA
Para uma educação contextualizada, é de notória importância que o educador tenha conhecimentos sobre o educando tais como, sua experiência, sua classe social, sua formação familiar e sua visão de mundo. As informações com que o educando chega à escola não podem ser desconsideradas na construção de aprendizagem.
Para o educador pode ser um primeiro passo organizar situações que propiciem a expressão do aluno em relação ao seu mundo. Toda ação educativa deve ser precedida de uma reflexão sobre quem queremos ajudar a educar-se. Se essa reflexão não for feita, é possível que, se desenvolva um método educativo que reduza o educando à condição de objeto.
Quanto mais se reflete sobre a situação, a cultura, a realidade, e o ambiente concreto, mais insurge a consciência plena, que torna o ser humano capaz de mudar a sua realidade. A partir dessa tomada de consciência, é estimulada no educando a atitude crítica, que lhe dá autonomia para escolher e decidir, bem como libertar-se ao invés de submeter-se. Ao contrário de muitas abordagens educativas que têm como propósito domesticar o homem e ajustá-lo à sociedade. Para não se tornar vítima dessas abordagens limitantes, o melhor método prático não está em fornecer ideias e conhecimentos exteriores e distantes, mas no incentivo ao questionamento da tradição e da rotina em que os educandos vivem (FREIRE, 1979).
As experiências do educador possuem um contínuo esforço de leitura crítica da realidade social. As chamadas leituras da realidade devem ser vivenciadas em meio a uma participação tão próxima quanto possível na vida cotidiana dos educandos.
E esse é o caminho por onde viaja quem, ao mesmo tempo em que aprende a ler-e-escrever palavras e ideias, aprende a “ler” e a compreender a realidade da vida que vive e do mundo onde vive. Aprende não apenas a conhecer com inteligência como a sociedade é, mas aprende também a compreender com a consciência por que ela é assim, como ela foi sendo feita assim e o que é necessário fazer para que ela seja transformada (BRANDÃO, 2005, p. 58).
A eficácia e a validade do método aqui abordado dependem da compreensão do educador sobre o educando, em conhecer a sua cultura, de saber o que ele já conhece e suas situações existenciais. Assim, em nosso entendimento, respeitando o senso comum e construindo a partir dele, os educadores teriam perspectivas de atingir a superação dos desafios da prática de ensino proposta por Paulo Freire.
- CONSIDERAÇÕES SOBRE A PESQUISA
- Problema de pesquisa
Os educadores, observados no trabalho em campo, contextualizaram o conteúdo estudado à realidade dos educandos?
4.2 Métodos de investigação
Para executar este trabalho será utilizado o método etnográfico aplicado à educação. A investigação será de caráter qualitativo. O primeiro enfoque será de caráter exploratório, onde será realizada a observação em campo individualmente pelos participantes. Nesta fase os participantes observarão por 8 horas os educadores em sala de aula. Depois será realizada uma construção teórica coletiva.
4.3 Instrumentos de coleta de dados
Para a coleta dos dados, seguir-se-á o roteiro de questionamentos abaixo, com eventuais modificações sugeridas pela professora:
- Há quantos alunos na sala de aula? Como os alunos são organizados espacialmente na sala de aula?
- Como o professor inicia a aula? Como a aula é encerrada?
- Os alunos usam livros didáticos? Os alunos usam outros materiais de referência? Quais? De que maneira?
- Quais materiais são disponibilizados para os alunos?
- Qual a postura do professor em sala de aula em relação aos alunos?
- Os conteúdos são pensados e organizados de acordo com a realidade em que os alunos estão inseridos? Como se dá a contextualização?
- A/O professor (a) demonstra interesse pelos conhecimentos prévios dos alunos referentes aos conteúdos?
- A professora faz perguntas aos alunos? Ocorrem conversações sobre os estudos em sala de aula?
- A professora parece conhecer a realidade dos alunos?
- Qual a postura do professor com os alunos que não estão acompanhando as
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