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VIDA, OBRA, TEORIA DAS PRÁTICAS /EXPERIÊNCIAS EDUCACIONAIS DE L. S. VYGOTSKY E PAULO FREIRE

Por:   •  9/10/2017  •  1.975 Palavras (8 Páginas)  •  521 Visualizações

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pela aprendizagem social, principalmente a planejada no ambiente escolar.

Para Vygotsky não é suficiente o desenvolvimento biológico para realizar uma atividade, acreditando que a criança se desenvolva sozinha como o decorrer do tempo, é necessário instrumento para que o desenvolvimento aconteça (por meio da interação).

A criança é sujeito pensante capaz de vincular-se a uma ação e à representação do mundo que constitui, sendo a escola um espaço e um tempo onde este processo é vivenciado, o processo de ensino-aprendizagem envolve diretamente à interação de sujeitos, daí pode-se alcançar a ZDP que é a distância entre o nível de desenvolvimento real, ou seja, determinado pela auto capacidade de solucionar problemas e o nível de desenvolvimento proximal, demarcado pela capacidade de solucionar problemas com a ajuda de um parceiro experiente. Assim, na ZDP, ocorre o maior desenvolvimento infantil, e, portanto efetiva-se a aprendizagem. Por isso, na escola, o educador tende a favorecer esta aprendizagem e tornar-se um mediador entre a criança e o mundo, para que desta forma a criança passe de habilidades parciais para habilidades totais.

Desta forma, autor acredita que o homem não é um receptáculo vazio, tão pouco um ser passivo, inclusive é capaz de alterar/renovar/reconstruir a própria cultura, ou seja, seu pensamento. O sujeito é ativo e reage sobre o meio e isso o diferencia do empirismo.

A interação entre subjetividade para Vygotsky era sempre historicamente situada, balizada por ferramentas sociais, desde os objetos até os conhecimentos historicamente produzidos, acumulados e transmitidos.

Contrariando os interacionais, Vygotsky nega uma natureza humana apartada do meio, ou seja, admite que o ser é um sujeito que é social em essência, não podendo ser compreendido em separado do ambiente social.

2.0 PAULO REGLUS NEVES FREIRE (1921 – 1997)

Paulo Freire é reconhecidamente um mentor da educação para a consciência, sendo o mais célebre educador brasileiro, que defendia que a escola ensina o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo.

Nasceu em 19 de setembro de 1921, na cidade de Recife-PE, seu pai era uma oficial da polícia militar de Recife. Foi professor de português, mas licenciou-se me Direito na UFPE, mas no primeiro trabalho abandonou esta profissão de advogado, optando pelo magistério.

Paulo Freire era uma inspiração para gerações de professores, contudo sofria as mazelas da perseguição política.do regime militar no Brasil (1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio.

Em 1963, em Angicos (RN), chefiou um programa que alfabetizou 300 pessoas em um mês. No ano seguinte, surpreendido pelo golpe militar em Brasília, onde coordenava o Plano Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart, Freire passou 70 dias na prisão antes de ser forçado a exilar-se, encontrando abrigo no Chile.

Graças ao programa de alfabetização baseado na teoria freiriana, em 1968, a UNESCO, apontou que o Chile como uma das cinco nações que superaram a analfabetização.

Em 1968, no Chile, escreveu seu livro mais conhecido, Pedagogia do Oprimido.

Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil, onde escreveu dois livros tidos como fundamentais em sua obra: Pedagogia da Esperança (1992) e À Sombra desta Mangueira (1995). Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, foi secretário de Educação no Município de São Paulo, sob a prefeitura de Luíza Erundina.

Morreu em dois de maio de 1997, de enfarte.

Um dos princípios da Teoria Freiriana é a Dialogicidade, como prática libertadora, sendo o diálogo um fenômeno humano, em que a palavra, na análise do diálogo, tem elementos constitutivos. Desta forma, ao pronunciar a palavra (que é práxis ou surge da práxis) ocorre a transformação do mundo, pois na dialogicidade existem a ação e a reflexão.

Para Paulo Freire, o diálogo é uma relação horizontal, humilde, solidária e de confiança.

Na escola, o conteúdo programático deve ser dado no dialogo com os inseridos no meio, e nesse diálogo nascem temas geradores, componentes do conteúdo programático, cuja a realidade é mediatizadora, assim o diálogo é uma atividade pedagógica por excelência, fazendo-se que a ação pedagógica realize a investigação temática e busca de conteúdos curriculares que a ação dialógica se faça presente.

O outro eixo a ser levantado é a Politicidade, esta é de fato gerada pela pronuncia da palavra e da ação dialógica. O ato de educar é uma ato político, e um compromisso social de transformação e libertação.

Paulo Freire acredita que a neutralidade da educação implica apenas em repetição cuja transmissão está longe de ser reflexiva, da práxis.

A política gera o problematizador na relação dialógica e dialética ente o educando e o educador, já que dialogar e problematizar apreendem juntos, e é a política que busca alguma transformação através da consciência crítica.

A teoria freiriana diz que não é possível educar um povo imerso na passividade. E a politicidade que é uma ação libertadora e esclarece a conscientização crítico-reflexiva elimina a ação massificadora e manipuladora da consciência, ocasionando a opressão da consciência. A aprendizagem na teoria freiriana se efetiva no Método que é uma teoria de conhecimento (uma filosofia da educação).

O método de Paulo Freire inicia-se com o questionamento ”como o ser o humano aprende e por que aprende?” Daí nasce a necessidade da investigação temática, que é a Leitura do mundo, ou seja, a partir de sujeitos (crianças, jovens ou adultos) o que já se sabe provoca-se curiosidades.

Instigado por estudos de Habermas, Paulo Freire afirma que o interesse precede o conhecimento, e portanto ver primeiramente na leitura do mundo a essência do método, pois criticar o mundo é aproximar do mundo e retirar dele os elementos que servem para a vida, precisando somente de curiosidade epistemológica.

Em segundo momento, faz-se a tematização ou compartilhamento do mundo lido, que propicia a descoberta do significado das palavras e temas geradores a serem investigados, por meio do convívio e diálogo com o educando. O educador é também construtor do conhecimento.

Na prática de ensino-aprendizagem, o educando constrói o conhecimento e o educador coordena, motiva, ajuda, testemunha a importância da aprendizagem do conhecimento, pois não existe conhecimento na inércia do

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