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DISLEXIA O DESAFIO DE ENSINARA DO JEITO QUE A CRIANÇA APRENDE

Por:   •  14/5/2018  •  2.561 Palavras (11 Páginas)  •  327 Visualizações

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DESENVOLVIMENTO

As primeiras referências à dislexia se dão no final do século XIX, quando profissionais da área da medicina começam a questionar o motivo pelo qual algumas pessoas hábeis em diferentes atividades, com inteligência normal ou superior, tinham grandes dificuldades ao iniciarem aprendizagem da leitura e da escrita. Inicialmente objeto de estudo de oftalmologistas, a dislexia passou o século XIX sendo investigada e diagnosticada dentro das diversas especialidades médicas, com foco na perspectiva biológica. A partir do século XX, se encontra uma visão mais abrangente voltada para a compreensão do distúrbio, que passa a ser visto como de origem multicausal. De algum modo, mesmo prevalecendo o enfoque nos aspectos biologicamente funcionais, há uma abertura para compreender essa síndrome em uma perspectiva mais abrangente, ao se agregar mais de um possível fator como causa do seu estabelecimento. Nesse sentido encontramos Ajuriaguerra (1984) que contribuiu, com seus estudos e reflexões, para uma compreensão mais ampla das implicações e singularidades presentes em um quadro de dislexia.

Entender a dislexia é sem dúvida, um grande desafio para os profissionais da educação, mais ainda para os pais destes alunos. Os estudos disponíveis nem sempre contribuem para o esclarecimento, e tratamento da Dislexia.

A Associação Brasileira de Dislexia (ABD) calcula que aproximadamente 11% a 15% dos indivíduos que nos rodeiam, sejam disléxicos. Sabemos que quando pais e professores não têm o devido esclarecimento sobre a dificuldade, acabam deixando o aluno a mercê de hipóteses, não chegando a diagnósticos verdadeiros e possibilidades de avanços, o que causa frustrações e sofrimento ao mesmo. O primeiro passo é ter claro que todo e qualquer aluno, mesmo portador de dificuldades, é capaz e pode ser autônomo, dentro de suas possibilidades. Para isso, o professor deve aprimorar seus conhecimentos sobre o tema em debate para conceder ao aluno condições de realizações e verdadeiras aprendizagens, pois o educador faz sim a diferença neste processo. O devido esclarecimento e conhecimento da dislexia favorecem diferenciar as alterações que existem em um processo normal de aprendizagem e aquelas compatíveis com o distúrbio ou transtorno de aprendizagem. Assim, promoverão atitudes menos excludentes, para que a criança disléxica seja atendida adequadamente, ajudando a diminuir assim, os índices de fracasso e evasão escolar. A compreensão e a parceria são elementos essenciais para garantir o futuro destas crianças. Entender como aprendemos e o porquê de algumas dificuldades de aprendizagem é um desafio diário para muitos professores e até alguns pais, quando acompanham o desenvolvimento de seus filhos. Os indivíduos disléxicos possuem a área lateral-direita do cérebro mais desenvolvida que a de pessoas que não possuem essa síndrome, tendo geralmente, por tal motivo, mais facilidade em questões relacionadas à criatividade, solução de problemas, mecânica e esportes.

Para Coll, Marchesi, diz que:

“Dada à complexidade do sistema de ações que intervêm na compreensão e na expressão escrita, é previsível não apenas encontrar problemas, mais diferentes tipos de problemas”.

- Em primeiro lugar, podem-se encontrar alunos cujas dificuldades residem no domínio das operações envolvidas no reconhecimento das palavras. “Trata-se de alunos que cometem erros ou que são lentos ao operar a via léxica, a fonologia ou ambas, mas que não teriam problemas na compreensão da linguagem”.

Sabemos que são fundamentais as competências de ler e escrever para o ser humano, pois precisamos destas habilidades durante toda a vida, em quase todos os momentos, pois elas levam o leitor a decodificar mensagens, interpretar e compreender textos, enfim, a participar mais ativamente da sociedade.

Levando em consideração o despreparo que muitas instituições de ensino têm em relação às particularidades dos alunos - muitas vezes, inclusive, criando e reforçando estigmas – esse comportamento é responsável por uma grande parcela das causas de evasão escolar. Além disso, muitos casos de suicídio e de violência juvenil têm sido associados aos portadores dessa síndrome; comportamentos estes muitas vezes relacionados às alterações emocionais decorrentes das suas dificuldades.

O diagnóstico consiste na análise do paciente, geralmente por equipe multidisciplinar (psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo, etc.), excluindo outras possíveis causas. Tal avaliação permite que o acompanhamento seja feito de forma mais eficaz, já que levam em consideração suas particularidades individuais.

O tratamento embora não tenha cura, auxilia o paciente quanto às suas limitações, permitindo uma melhora progressiva e evitando, assim, que sofra problemas sérios relacionados à auto-estema e socialização. A criança passa por várias etapas na aquisição da linguagem. O significado das palavras e a formação da consciência vão se dando conforme a criança avança em idade e é estimulado de diferentes formas, o que será importante para que mais tarde aconteça a formação de novos e mais complexos conceitos. Ter o conhecimento de tudo isso, implica também em ter discernimento pedagógico de que a dislexia, mesmo sendo uma dificuldade, permite a aprendizagem, assim como todas as crianças especiais e “normais”, os disléxicos são aprendizes em potencial. Para Vygotsky (1991), “Não é possível pensar na construção da escrita como um processo linear e constante. É normal que durante o processo de aquisição da linguagem a criança apresente instabilidades, errando, tentando, manipulando e acertando. Todo processo de aquisição de novos conhecimentos requer reflexões e comparações, o que pode causar instabilidades, levando a indagações e perguntas constantes, até que a criança internalize e torne próprio o conhecimento a ela apresentado”. Por isso, é importantíssimo o olhar atento do professor sobre as crianças no processo de alfabetização para possivelmente estar detectando dificuldades que vão além das normais e esperadas durante o processo, e que podem ser uma possível dislexia. Sabe-se que a dislexia persiste apesar da boa escolaridade, portanto, é necessário que pais e professores saibam identificar os sinais que indicam que uma criança é disléxica e entender suas causas para poder ajudar da melhor forma.

A ABD sugere as famílias algumas indicações, visando à melhoria da qualidade de vida das crianças disléxicas, tais como:

- Estabelecer horários

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