A Dificuldade de Aprendizagem
Por: Evandro.2016 • 22/12/2018 • 1.644 Palavras (7 Páginas) • 314 Visualizações
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É importante perceber que crianças em fase de aprendizagem, começando a escrever tem uma certa dificuldade na escrita. Muitas vezes essa dificuldade é associada a desleixo, ou falta de atenção. É importante ainda que se compreenda que nem sempre porque uma criança tem uma letra considerada fora do padrão exigido ela tenha disgrafia. É essencial nesse momento o olhar do professor sobre o aluno com dificuldade para ajudar na identificação do problema.
- Disgrafia x Disortografia
Como já foi dito anteriormente a disgrafia é um desvio na escrita, ocasionando muitas vezes uma escrita ilegível. Muito se confunde a disgrafia e a disortografia que também se caracteriza como um distúrbio na escrita, e pode ser etimologicamente definido como: Dis (desvio) + orto (correto) + grafia (escrita).
Ou seja, nesse caso a criança tem dificuldade em assimilar a grafia das palavras, ou seja podem ocorrer troca de letras, letras faltando ou mesmo palavras. Nesse caso a criança tem a motricidade para escrever, mas tem dificuldade para assimilar a forma de escrita. Enquanto na disgrafia mesmo tendo domínio da forma de escrita a criança tem dificuldades de passar para o papel.
Uma criança disortográfica não é necessariamente disgráfica, e nem o contrário.
- Causas
Muitos são os fatores que podem levar a uma escrita deficiente. Existem três tipos de causas para a disgrafia, sendo elas: causas maturativas, caracterial e pedagógica. A primeira, se refere a alterações psicomotoras, em geral, essas crianças são naturalmente desordenas, é o que chamamos popularmente de falta de coordenação motora.
O segundo é uma causa idiossincrática, se refere a características na personalidade da criança. Esse fator pode estar associado a questões psicoafetivas que podem vir a influenciar no seu desempenho. Um bom exemplo são crianças com uma família instável, e acabam na escola tendo bastante dificuldade mesmo que se esforcem.
O terceiro e último, está relacionado a causas pedagógicas. O professor ao entrar em uma sala de aula opta por utilizar um ou mais métodos para o ensino. É possível que um determinado aluno acabe por se sentir prejudicado e isso afete a sua escrita. Geralmente, está relacionada com alterações no tipo da letra, na qualidade e velocidade da escrita.
Existem ainda autores como Nora Cinel (2003) que apontam outras causas para a disgrafia, entre elas: distúrbio na coordenação visomotora, ou seja, associada a dificuldade no acompanhamento visual. Distúrbios na motricidade ampla e fina, que se refere a falta de coordenação entre o que a criança se propõe a fazer e o que ela realmente faz. E por último deficiência na organização temporoespacial, direita/esquerda, cima/baixo.
- Características
Muitas podem ser as características apresentadas pela criança disgráfica, é importante compreendermos que ao fazer o diagnostico é necessário que a mesma tenha um conjunto de características para ser considerada com disgrafia. Mais uma vez o olhar atento de pais e professores é essencial, mas é sempre necessário consultar um especialista. Algumas características são:
- Lentidão na escrita;
- Letra muitas veze ilegível;
- Letra excessivamente grande ou pequena;
- Traços irregulares, podendo ser muito grossos e fortes ou muito leves, quase imperceptíveis;
- Espaçamento irregular entre letras e palavras;
- Erros e borrões que impossibilitam a leitura do que foi escrito, embora, muitas vezes a criança consiga ler o que escreveu;
- Desorganização geral no texto;
- Utilização incorreta do lápis, caneta, ou outro.
- Como identificar
Como já foi dito no começo é comum crianças que estão aprendendo a escrever terem dificuldades na escrita, o que dificulta o diagnóstico da disgrafia. É por isso também que ao analisar as características é preciso observar se existe um conjunto delas e não casos isolados.
Se for observado um conjunto de quatro ou mais dessas características é importante ficar atento. O professor ou a professora podem ainda fazer um pequeno teste. Este consiste em pegar uma folha branca, A4, e pedir para que determinado aluno escreva uma frase, ou um pequeno texto. Ao final do exercício o professor poderá observar se a escrita desse aluno se encaixa no que podemos considerar como disgrafia.
É importante reforçar sempre que mesmo observando e percebendo certas características, não devemos fazer um pré-julgamento e sim levar a criança a um profissional especializado.
- Intervenção
Um dos primeiros passos para se lidar com a disgrafia, assim como qualquer outro distúrbio é a relação entre professor e aluno. Pois a criança precisa perceber no educador alguém que irá ajuda-la e não julga-la por suas dificuldades.
O processo de aprender a escrever é sem dúvida bastante complicado, e a criança ao fazer seus esforços é a primeira a considerar sua letra feia e se sentir desmotivada. Pais e professores devem apoiar essa criança, fazer elogios quando esta fizer algum progresso e acima de tudo não pressionar para que ela consiga fazer algo.
Essa criança se esforça bastante para conseguir fazer pequenos progressos então é importante que ela perceba que está dando resultado. Frases como “Olha, como melhorou!” ou “Esse seu ‘m’ ficou perfeito”, podem fazer muita diferença e ser um incentivo para que a criança não desista do processo.
É preciso ainda que ela receba uma intervenção individualizada, se possível também uma intervenção terapêutica, que irá trabalhar postura, percepção de tempo e espaço, e a própria auto estima da criança. Pais e professores
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