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Fichamento - A Relação sujeito-predicado

Por:   •  25/12/2018  •  1.792 Palavras (8 Páginas)  •  411 Visualizações

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“[...] a lógica clássica sistematiza raciocínios construídos mediante proposições de afirmam (ou negam) relações entre classes: o exemplo sempre criado a esse respeito é o famigerado raciocínio sobre a mortalidade de Sócrates:

(14) i. Sócrates é homem. (Ou seja, Todo o indivíduo que pertence à extensão de Sócrates é homem.)

ii. Todo homem é mortal.

iii. Sócrates é mortal.

Tratando-se de sistematizar raciocínios desse tipo, a análise que Port-Royal faz da relação sujeito-predicado é satisfatória [...]; isso explica por que ela conseguiu sustentar-se por tanto tempo e gerar como subproduto uma série de conceitos de que as gramáticas escolares continuam a valer-se. ” p.13-14

“O enfoque de Frege se afasta, mais do que o de Port-Royal, da estrutura gramatical das orações. [...] Em Frege, os desrespeitos à estrutura gramatical são mais frequentes e mais radicais; na realidade, mostram que para esse autor as orações têm uma estrutura semântica própria, em grande parte autônoma com respeito â estrutura gramatical. Toda Reflexão de Frege diz respeito a essa estrutura semântica, não às estruturas gramaticais tradicionais. Não admira assim que Frege chegue a uma análise de oração bastante diferente de Port-Royal, e bastante afastada das maneiras de encarar a oração. ” p.14-15

“Para explicar a interpretação de expressões como qualquer (e também todos, algum, nenhum e outras). Em suma, é indispensável imaginar que determinadas posições de uma oração são sujeitas a variação. As posições sujeitas a variação são antes de mais nada todas as posições de sintagma nominal que acompanham o verbo, sem privilégio para nenhuma delas; chega-se assim a visualizar a estrutura da oração como contendo uma expressão de caráter predicativo, mais um número especificado de posições apropriadas para serem preenchidas com nomes de pessoas ou objetos, conforme se pode visualizar nas representações (23), (24) e (25):

[pic 1]” p.16-17

“Dado um predicado, a construção de uma oração completa se faz pelo preenchimento de suas lacunas: trata-se de suprir expressões nominais que as completem, ou seja, de utilizar expressões nominais na função de argumentos de predicado. ” p.18

“O preenchimento das lacunas de um predicado tem efeitos semânticos mais sutis quando os argumentos são expressões quantificacionais. É que, como sugere toda a discussão desenvolvida atrás, as expressões quantificacionais não são tomadas como nomes de objetos aos quais os predicados dizem respeito, mas são elas próprias expressões que dizem respeito aos predicados, precisando os limites da aplicação destes. Relembre-se a célebre frase (14) Todo homem é mortal. Na perspectiva do que vimos antes precisa ser entendida como afirmando que o ‘... é mortal’ se aplica indistintamente a todos os homens. Nessa perspectiva, utilizar na oração expressões quantificacionais é de algum modo ‘predicar a respeito de predicados’. ” p.19-20

“Há ainda dois aspectos do preenchimento de predicados por expressões nominais que convém lembrar [...]. O primeiro pode ser descrito como segue: toda vez que ligamos um argumento a um predicado de várias lacunas, preenchendo uma delas, o resultado é um novo predicado, com uma lacuna a menos. Isso tem consequências notáveis em certos casos de preenchimento por duas ou mais expressões quantificacionais. ” p.20

“O segundo aspecto a lembrar é que que na tradição fregeana, ao completar todas as lacunas de um predicado logramos expressar um pensamento, isto é, um conteúdo que poderá revelar-se verdadeiro ou falso no confronto com fatos. Ao passo que os predicados são entidades indefinidas do ponto de vista de verdade, toda oração acabada apresenta duas dimensões; o valor de verdade (o fato de ela ser verdadeira, ou falsa, nas circunstâncias) e as condições de verdade (as exigências que os fatos precisam satisfazer para que a oração seja declarada verdadeira). ” p.20-21

“A ideia central da ‘gramática de casos’ é que subjacentes às orações da forma sujeito-predicado estão esquemas semânticos compostos por um verbo e um número determinado de expressões nominais, a cada uma das quais corresponde um determinado ‘papel’ ou ‘caso’. Conforme Halliday, ‘usamos a linguagem para representar nossa experiência dos processos, pessoas, objetos, abstrações, qualidades, estados e relações existentes no mundo exterior e interior’. A construção de uma expressão complexa de tipo oracional é uma forma de o falante reelaboras sua experiência na forma de ‘pequenas cenas’, sendo os ingredientes de cada uma delas fundamentalmente três: um processo, participantes e circunstâncias. ” p.23-24

“Grosso modo, os três papéis fundamentais correspondem às três classes principais de palavras: verbo (ou locução verbal); substantivo (ou locução nominal) e advérbio (ou locução adverbial). ” p.24

“Há no mínimo mais dois outros tipos de processos que experienciamos: os processos mentais e os processos relacionais. As orações de processos mentais expressam o que se poderia chamar uma experiência pela qual um fenômeno invade a consciência do processador. ” p.24

“Evidentemente, pode-se subclassificar as orações de processos mentais sob vários aspectos. Considerando o que expressam, podemos ter, entre outros, os processos

a) perceptivos

(42) João enxergou o balão cair.

b) de reação

(43) O presente agradou o aniversariante.

c) cognitivos

(44) Maria acredita em fantasmas. ” p.24-25

“Outra forma de classificar as orações de processos mentais é considerá-las pelo ângulo do fenômeno percebido, a que se reage, em que se acredita, etc. Desse ponto de vista poderá distinguir (45) Pedro ouviu o que Maria estava falando. (46) Pedro ouviu que Maria estava falando.

em que ora é um objeto que provoca a experiência processada, ora é um fato. ” p.25

“Uma característica da língua portuguesa relativamente às orações de processos

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