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Fichamento - O advogado

Por:   •  12/10/2017  •  1.557 Palavras (7 Páginas)  •  587 Visualizações

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Mais uma vez é possível observar o preconceito que Michael possuía por pessoas de classe social inferior a dele, onde o fazia pensar que estes indivíduos seriam pessoas violentas, com ódio no coração e sem capacidade de raciocínio.

- E as clínicas? Temos aquelas pequenas clínicas onde os médicos - pessoas decentes que estavam habituadas a ganhar rios de dinheiro - vão e oferecem o seu tempo para ajudar os doentes. Não cobram nada. O governo costumava ajudar a pagar a renda e a comprar os medicamentos e outros produtos necessários. Agora é o Newt que está à frente do governo e todo esse dinheiro desapareceu. Quanto é que vocês dão para as clínicas? (GRISHAM, 1998, p.16)

Percebe-se na obra, através de relatos do morador de rua que o índice de desigualdade social que existe na capital dos Estados Unidos é alto, porém há pessoas de bom coração que possuem seu trabalho com o intuito de ajudar os necessitados, sem visar o lucro que terão no fim do mês, como por exemplo os médicos das pequenas clinicas que ajudam os doentes que vivem à margem da sociedade, de acordo com o relato do morador de rua.

Parei à janela de um clube musical, ouvindo blues, com a neve agarrada aos tornozelos, e vendo os casais jovens bebendo e dançando. Pela primeira vez na minha vida, não me senti um jovem. Tinha trinta e dois anos, mas nos últimos sete trabalhara mais do que muita gente em vinte. Estava cansado, não velho mas caminhando para a meia idade, e admiti que já saíra havia muito tempo da faculdade. As belas garotas que ali se encontravam agora nem sequer olhariam para mim duas vezes. (GRISHAM, 1998, p.48)

Naquele momento, Michael Back começou a perceber que a vida que possuía não era mais o bastante para sua felicidade, lembrando que devido à dedicação ao seu trabalho, perdeu muitos anos sem aproveitar a vida que tem.

Ao virar a esquina, avistei uns homens em grupo, à espera, junto de uma porta. Passei por eles como se soubesse exatamente para onde ia, e entrei no mundo dos sem teto. Por muito que quisesse avançar e fingir que já conhecia o ambiente e que tinha trabalho a fazer, não me consegui mexer. Fiquei estupefato ao ver a quantidade de pobres enfiados na garagem. Uns estavam deitados no chão, tentando dormir. Outros estavam sentados em grupos, falando em voz baixa. Uns comiam em longas mesas e outros em cadeiras de lona. Todo o espaço ao longo das paredes estava ocupado com gente sentada de costas voltadas para os aquecedores. Crianças pequenas choravam e brincavam enquanto as mães tentavam mantê-las juntas. Os bêbados estavam deitados, rígidos, ressonando apesar do barulho. (GRISHAM, 1998, p.50)

A partir daí, Michael Back relata o início de sua experiência no mundo dos sem teto, ficando assustado com o número de pessoas aglomeradas em apenas uma garagem e com a situação em que se encontravam, tentando ao menos dormir e fugir um pouco do frio que fazia na capital dos Estados Unidos.

Os nossos planos consistiam em apresentar um processo por cada pessoa despejada que conseguíssemos localizar; um de cada vez, com muitas informações aos nossos amigos do Post. Sabíamos que Kelvin Lam estava no CCNV, mas ele e Deese eram os únicos que tínhamos conseguido localizar. Os seus casos não valiam muito dinheiro – ficaríamos satisfeitos se conseguíssemos vinte e cinco mil para cada um - mas o fato de darem entrada no tribunal apertaria mais o cerco dos réus. (GRISHAM, 1998, p.241)

No decorrer da obra, é notório vários trechos onde expõe a luta que Michael Back tinha para obter êxito nos processos de pessoas de baixa renda, despejadas e sem teto, logo após ter saído da grande empresa onde trabalhava com o intuito de ajudar aos mais necessitados.

Pouco depois, Arthur voltou à carga, explicando que a nossa teoria da responsabilidade não era absoluta. Um fenômeno natural - a neve - também fora em parte responsável pelas mortes. Seguiu-se uma longa discussão sobre o tempo.” (GRISHAM, 1998)

É perceptível a preocupação que Michael e seus colegas de trabalho tinham para com os moradores de ruas que foram despejados injustamente, principalmente devido ao frio que fazia com que pessoas desabrigadas morressem nessa temporada.

- PARECER CRÍTICO

John Grisham, através de sua obra “O Advogado”, nos traz uma reflexão junto com o personagem Michael Back em relação às questões sociais presente na vida de todos, que infelizmente são ignoradas, dando como exemplo os moradores de rua que vivem à margem da sociedade, trazendo em sua obra uma história de mudança e redenção em torno do personagem.

Posso afirmar que trata-se de uma história de rumos profissionais, como o de Michael, transformação social, pela tentativa do personagem lutar pelos direitos dos moradores de rua, como também nos faz pensar se realmente o dinheiro é tão importante em nossa vidas, se com o dinheiro podemos nos realizar por completo e por que ajudar os outros é tão difícil numa sociedade capitalista atual. John Grisham nos faz refletir sobre as leis que criminalizam

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