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Fichamento formação do estado, propriedade privada e do estado: Estágios pré históricos de cultura

Por:   •  3/11/2017  •  3.073 Palavras (13 Páginas)  •  513 Visualizações

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Engels busca de tal forma definir essas tribos, enumerando suas características:

- Um território próprio e um nome particular

- Um dialeto próprio só desta tribo

- O direito de dar posse solene aos sachens e chefes militares eleitos pelas gens

- O direito de depô-los, ainda que contra a vontade das suas respectivas gens

- Ideias religiosas e ritos comuns

- Um conselho tribal para assuntos comuns

- Em algumas tribos, um chefe supremo, cujas atribuições são sempre muitos restritas

Vale ressaltar que a tribo mais desenvolvida e com esses fatores seguidos à risca, são os já citados Iroqueses. Engels cita as principais características dos iroqueses:

- Alianças perpetua das tribos consanguíneas

- Orgão de conselho federal formado por 50 sachens, todos com igual importância

- Poder da confederação não era concentrada em apenas um líder no poder executivo

- Decisões unanimes

- As assembleias eram realizadas com o povo iroquês reunido, cada um podia tomar a palavra, porém quem dava o resultado final era o conselho

, entre outros.

Essas algumas características são sob as quais viveram e vivem até hoje essa tribo indígena, sendo definida por Engels como “uma sociedade que não conhecia ainda o estado” (pagina 105). Podemos assim analisar como uma tribo passa a se difundir pouco a pouco por um grande continente, onde lentamente passam a transformar-se, na sua língua por exemplo. De acordo com Engels, pode-se afirmar a gens, já como, uma “unidade social”, onde a ordem Gens – Fratrias – Tribo, mesmo com características distintas, podem completar-se entre si, trazendo à tona uma maneira de buscar o entendimento que faltava entre gregos e romanos.

Engels traz à analisa também a incrível simplicidade desses gens, que não havia uma autoridade de vigia, como policiais e soldados, onde tinham os problemas basicamente resolvidos por meio da coletividade. Pode-se colocar esse ideal como a real democracia, onde realmente a autoridade é o povo, onde todos os cidadãos são iguais e não há classes sociais. Fato relevante que Engels cita, é diretamente ligado ao período imperialista, onde houveram certas invasões em busca de exploração das maiores nações em busca da acumulação do capital. Invasões falhas, nas quais a coletividade do povo Iroquês venceu, uma vez que tinham um desenvolvido porte físico.

Porém, como tudo, tem um prazo de vencimento, e como segundo Marx esta “nação” estava ligada à primitividade, foram vencidos por nada mais que a propriedade privada, fator desencadeador de diversas perdas de padrões éticos e morais (fator marcante da sociedade iroquesa) da antiguidade.

IV– A gens Grega

O capítulo IV inicia-se mostrando a forma de organização grega, igual ao modo de organização complementar Iroquesa: gens-fratrias-tribos. Engels ainda faz uma colocação importante, que diz “poderia faltar a fratria, como entre os dóricos, ou a confederação das tribos, que não se chegava a formar em todos os lugares, mas em todos os casos era sempre a gens a unidade”. Porem, diferentemente dos Iroqueses, eles buscavam uma certa riqueza privada, na qual, os seus casamentos ocorriam nas próprias gens, para assim as riquezas não saírem. Assim como nos gens iroqueses, era factível o direito de eleger e tirar os seus chefes, não perdendo assim o caráter democrático, até então. A gens ateniense em especial, segundo Engels era caracterizada por ter:

- Solenidades religiosas comuns e exclusividade de sacerdócio em honra de um Deus determinado

- Um lugar comum para enterrar os mortos

- Mutuo direito da herança

- Reciprocidade de prestação de socorro, defesa e apoio contra a violência

, entre outros.

As fratrias eram formadas por várias gens (média de três). Devido ao aumento dos conflitos, geradas pelo aumento das ocupações de terras, junto à fome, passa-se a existir a apropriação de bens de terceiros, nas quais como consequência passam a surgir uma nova divisão social, dessa vez baseada em classes e junto com ele, o domínio da classe dominadora sobre a dominante, na qual como consequência, passa a existir o Estado.

V– Gênese do Estado Ateniense

Atenas é citada por Engels como melhor exemplo de desenvolvimento do Estado (pelo menos na sua primeira fase), com a inserção de autoridades de poderes governamentais. De tal forma começava a transformação de uma sociedade verdadeiramente democrática em uma dominada pelo Estado de característica de propriedade privada e tribos repartidas. Passou-se a produzir em grande escala, além de produtos advindos da terra como cereais, eram também produzidos produtos manufaturados, para serem posteriormente comercializados nas grandes navegações marítimas.

Criou-se um conselho geral ateniense, no qual, os interesses antes discutidos particularmente em cada tribo, passou a ser discutido numa administração geral, fato marcante para o fim das comunidades gentílicas. Fato posterior mas não menos importante, foi a já citada (mas não definida) divisão entre as classes, nas quais tinham os Eupátridas (nobres), Geomores (agricultores) e Demiurgos (artesãos), onde à priori não resultou em grandes mudanças nos direitos, porém vinha cada vez mais a extinguir os laços gentílicos, trazendo consigo um caráter hereditário nos seus cargos administrativos.

Fator antes marcante nas comunidades tribais, a liberdade, passava a ser extinta, segundo Engels, extintas pelo dinheiro e pela ambição, fatores que não existiam nas gens. A partir dessas características iniciaram-se o já citado, exploração do dominante sobre o dominado. Nesse momento, levantamos a situação onde os agricultores (que antes plantavam para si e sua comunidade) pagavam grande parte (quase tudo) do retirado da sua plantação para pagar o arrendamento da sua terra para o cultivo. E assim foi criado o endividamento e por consequência a escravidão, que nada mais era do que a venda dos próprios filhos de agricultores

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