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OS DESAFIOS DO ENSINO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS

Por:   •  13/5/2018  •  4.106 Palavras (17 Páginas)  •  327 Visualizações

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Segundo os PCNs, ensinar História requer oferecer aos alunos condições para refletirem as relações que guardam com experiências históricas de outros sujeitos em tempos e culturas diversas das suas. Oferece um contraponto que permita resignificar suas experiências no contexto na duração histórica da qual fazem parte, apresentar instrumentos cognitivos que os auxiliem a transformar os acontecimentos contemporâneos e aqueles do passado em problemas históricos a serem estudados e investigados, pode auxiliar jovens a construir o sentido do estudo da História.

Na transposição do conhecimento histórico para o nível médio, é de fundamental importância o desenvolvimento de competências ligadas à leitura, análise, contextualização e interpretação das diversas fontes e testemunhos das épocas passadas – e também do presente. Nesse exercício, deve-se levar em conta os diferentes agentes sociais envolvidos na produção dos testemunhos, as motivações explícitas ou implícitas nessa produção e a especificidade das diferentes linguagens e suportes através dos quais se expressam. Abre-se aí um campo fértil às relações interdisciplinares, articulando os conhecimentos de História com aqueles referentes à Língua Portuguesa, à Literatura, à Música e a todas as Artes, em geral. Na perspectiva da educação geral e básica, enquanto etapa final da formação de cidadãos críticos e conscientes, preparados para a vida adulta e a inserção autônoma na sociedade, importa reconhecer o papel das competências de leitura e interpretação de textos como uma instrumentalização dos indivíduos, capacitando-os à compreensão do universo caótico de informações e deformações que se processam no cotidiano. Os alunos devem aprender, conforme nos lembra Pierre Vilar, a ler nas entrelinhas. E esta é a principal contribuição da História no nível médio.

Nessa perspectiva, a História para os jovens do Ensino Médio possui condições de ampliar conceitos introduzidos nas séries anteriores do Ensino Fundamental, contribuindo substantivamente para a construção dos laços de identidade e consolidação da formação da cidadania.

Logo, procurou-se com a realização dessa pesquisa, promover o senso-crítico e reflexivo e, com isso avanços significativos na educação, pois o ensino de História desempenha um papel importante na configuração da identidade, ao incorporar a reflexão sobre a atuação do indivíduo nas suas relações pessoais com o grupo de convívio, suas afetividades, sua participação no coletivo e suas atitudes de compromisso com classes, grupos sociais, culturas, valores e com gerações do passado e do futuro. Desta forma, realizou-se um trabalho de levantamento bibliográfico que contribuirá para ampliar saberes pertinente a prática do professor de História. Utilizou-se livros, revistas, periódicos, acesso à internet com o interesse de reunir o máximo de informações a respeito de compreender os desafios que permeiam o ensino de História na educação de jovens.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A história escolar, enquanto disciplina autônoma foi instituída em fins do século XIX, na França. E assim como na França, também no Brasil deste período a disciplina buscava legitimar as idéias de nação, cidadão e pátria por meio de seus conteúdos, institucionalizando uma memória oficial, memória de uma elite que foi “coagulada no programa”, conforme Citron (1990, p. 78). Bittencourt (1993, p. 138), ao analisar a implantação da disciplina histórica no Brasil, reconstitui os primeiros passos dados na direção da construção inicial da disciplina e escreve que: A constituição da História como disciplina escolar definiu-se inicialmente pelas propostas dos liberais brasileiros envolvidos nos debates educacionais da década de vinte do século passado. Parte dos intelectuais pretendia construir uma História laica, uma espécie de ‘ciência social’ da nação que se criava sob a denominação de um Estado independente, mas não desejava abolir os princípios educativos da Igreja Católica. Durante o Império, o ensino de História estava inserido junto ao ensino religioso e mesmo com a Constituição de 1824, que trazia posições laicas, não conseguiu superar a subordinação à moral religiosa. Além disso, este ensino era apenas um apêndice do latim, como afirma Bittencourt (1993, p. 194):

Pela versão do ensino confessional, a História limitava-se a um conteúdo integrante do ensino religioso. Mas apesar de não superar a separação das questões religiosas, foi com a Constituição Brasileira de 1824 que a disciplina histórica começou a se formar como uma disciplina autônoma, sendo colocada como uma “necessidade social e política” já nas primeiras propostas educacionais (BITTENCOURT, 1993, p. 195).

Para Nadai (1993, p. 145):

No Brasil, a constituição da História como matéria de pleno direito ocorreu no interior dos mesmos movimentos de organização do discurso laicizado sobre a história universal, discurso no qual a organização escolar foi um espaço importante das disputas então travadas, entre o poder religioso e o avanço do poder laico, civil.

Tal influência, como escreve Nadai (1993, p. 147), marca a História inicialmente estudada no país, que esteve associada à História da civilização européia, tendo sido, aliás, tomada como baliza mais tarde para a composição da História Nacional.

Assim, a história inicialmente estudada no país foi a História da Europa Ocidental, apresentada como a verdadeira História da Civilização. A História pátria surgia como seu apêndice, sem um corpo autônomo e ocupando papel extremamente secundário. Relegada aos anos iniciais dos ginásios, com número ínfimo de aulas, sem uma estrutura própria, consistia em um repositório de biografias de homens ilustres, de datas e de batalhas.

Martins (2000, p. 34), em sua análise comenta que:

Não causa estranheza essa opção feita pelo imperador, ‘colando’ a história ensinada no Brasil ao modelo francês de ensino. A língua francesa penetrava por todas as manifestações artísticas e culturais da corte. As elites brasileiras não desprezavam o padrão cortês francês. Para a elite que estava preocupada com o ensino secundário, sua perspectiva era a de que, por meio dele se formariam os novos quadros do poder político. Assim, o ensino secundário seria fundamental para a formação dos quadros burocráticos do Estado. E foi justamente nestes cursos que efetivamente se estruturou e se colocou em prática as disciplinas históricas.

E foi com a criação

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