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Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos

Por:   •  5/6/2018  •  4.164 Palavras (17 Páginas)  •  354 Visualizações

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A necessidade de escolarização torna – se cada vez mais urgente para que o indivíduo possa exercer sua capacidade crítica de cidadão e atuar de maneira consciente na sociedade em que está inserido.

A escolarização “é um processo de autotransformação cultural e social das coletividades” (Declaração de Hamburgo sobre Educação de Jovens e Adultos, 1997, p. 39). Atualmente, a EJA é vista não só como uma segunda chance de aprendizagem, mas também como uma porta aberta para que jovens e adultos possam se aperfeiçoar e garantir uma maior autonomia frente aos desafios cotidianos.

É sabido que a educação é um processo inerente ao ser humano e a aprendizagem historicamente construída se dá primeiramente na família e com experiências adquiridas ao longo da vida. Sendo assim, não somente a escola é espaço de aprendizagem.

Contudo, com o crescente desenvolvimento econômico, social e industrial os conhecimentos adquiridos na escola passaram a ser uma exigência para inserção na vida social. A leitura e escrita tornam-se objetos de conhecimento nos quais se estabelecem relações sociais presentes na sociedade. Porém, estes saberes não são suficientes para atender às exigências de uma sociedade letrada, é necessário imputar-se dos mesmos.

A elevada evasão, aliada ao baixo aproveitamento nas avaliações realizadas pelos alunos, nos impulsiona para a busca de propostas pedagógicas efetivas nessa modalidade de ensino. É possível que os alunos da EJA tenham um maior aproveitamento nas avaliações realizadas? Os métodos pedagógicos empregados na sala de aula são adequados para as necessidades desse público? O material didático utilizado nas disciplinas está voltado para as características e necessidades de aprendizagem dos jovens e adultos?

A partir desses questionamentos, um novo foco para a Educação de Jovens e Adultos se delineia. Acreditamos que seja fundamental o conhecimento do público da EJA para que ações futuras possam realmente ser direcionadas para as reais necessidades dos alunos e dos professores.

2 Objetivos

Objetivo geral

Investigar as características dos sujeitos alunos/professores que estão no primeiro segmento do Ensino Fundamental na EJA em Morrinhos-GO.

Objetivos específicos

•Analisar como os docentes/educadores que atuam na EJA incorporam emocionalmente o processo de letramento e o vivenciam na prática, no primeiro segmento do Ensino Fundamental.

•Descobrir de que forma ocorre a imbricação da identidade pessoal do professor/educador com o saber de sua profissão e o seu saber fazer.

•Analisar o domínio e os conhecimentos apresentados pelos professores acerca de sua prática pedagógica que indicam a interação entre seus saberes acadêmicos e os saberes adquiridos em seu cotidiano profissional.

•Verificar se nas práticas de letramento vivenciadas pelos professores/ educadores ocorre o uso de materiais pedagógicos de apoio, a inclusão digital e a manutenção de contatos com outros docentes da mesma área de atuação, de forma a enriquecer seu trabalho na EJA.

•Refletir sobre como vem sendo construída a formação continuada do docente da EJA quanto à apropriação de experiências inovadoras para a criação, produção e desenvolvimento de material instrucional utilizado em sua prática cotidiana como um reflexo de sua ruptura com o modelo tradicional de ensino.

•Analisar os motivos que levaram os alunos a retornarem à sala de aula.

•Observar as particularidades desse sujeito que foi excluído do processo formal de aprendizagem.

3 Fundamentação teórica

A EJA atende a um público singular, que por um motivo ou outro o direito à educação lhes foi negado, haja vista que as oportunidades dadas às crianças de frequentarem a escola não são as mesmas para todas. A EJA tem sido tema de políticas públicas com relação ao acesso, a permanência e ao atendimento, principalmente nas últimas décadas, em virtude do avanço da expansão do ensino básico no país. Contudo, apesar de observarmos diversas tentativas e iniciativas políticas e sociais de minimizar o problema, a educação brasileira de jovens e adultos ainda tem um longo caminho a percorrer para que possa decisivamente garantir uma educação de qualidade. Os dados divulgados pelo IBGE, em 2013, demonstram um cenário alarmante. A meta programada de extinção do analfabetismo não se concretizou, pois, na realidade, temos um índice de 8,5% de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade.

É assustador este número de analfabetos em um país que abrigou e bebeu das ideias de Paulo Freire, o qual indicou possíveis mudanças no cenário educacional brasileiro. Segundo o IBGE a taxa de analfabetismo vem decrescendo ao longo de 10 anos, porém existem fatores a serrem considerados, como por exemplo, a idade, o gênero, a etnia e situação de domicílio. Cabe chamar atenção que esta taxa é maior quando se trata de mulheres, negros, pessoas com mais de 50 anos e moradores da zona rural.

De acordo com Tamarozzi:

Temos ainda que considerar que, nesta sociedade na qual vivemos, cada vez mais centrada na circulação de informações e conhecimentos que vêm pela imagem e pela escrita, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever, tem-se revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas contemporâneas. É preciso ir além da simples aquisição do código escrito; é preciso fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano, de modo a apropriar-se da função social dessas duas práticas; é preciso letrar-se. (TAMAROZZI, 2009, p. 63).

Segundo Soares (2004) alfabetizar é tornar o indivíduo capaz de ler e escrever, mas envolve também a capacidade de o mesmo interpretar e compreender o que lê e escreve. O conceito de letramento é o processo de desenvolvimento da leitura e escrita em práticas sociais. Alfabetização e Letramento mesmo que distintos são indissociáveis e interdependentes, “a alfabetização só tem sentido quando desenvolvida no contexto de práticas sociais de leitura e de escrita e por meio dessas práticas” (SOARES, 2004, p. 97).

A EJA pode oferecer ao seu público uma possibilidade de transformação pessoal e profissional, desde que, seja oferecida por profissionais capacitados para o exercício docente, voltados para

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