Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Imagens e ensino de história

Por:   •  28/1/2018  •  5.874 Palavras (24 Páginas)  •  404 Visualizações

Página 1 de 24

...

3. OBJETIVOS

O que se quer com este trabalho é que o professor possibilite ao aluno, uma aquisição de conhecimentos, de natureza histórica, bem como uma aquisição e ampliação de outros campos do conhecimento para sua formação geral como estudante e, conseqüentemente, contribuir para a formação de uma consciência cidadã, de natureza social. Assim, deseja-se as seguintes proposições:

- propiciar o conhecimento de outras formas de compreensão da história, pelo e para além dos livros didáticos, direcionando-o para uma leitura do mundo de natureza sócio-histórica, sob uma perspectiva dialética de observação e análise dessas inter-relações;

- Trabalhar os conceitos chaves da metodologia do ensino, com a finalidade de instrumentalizar o professor a tornar-se facilitador para o aluno a fim de ele possa entrar em contato com as diversas representações da história;

- Trabalhar os conceitos chaves de educação patrimonial, com a finalidade de sensibilizar e educar o aluno para a valorização dos espaços públicos, a partir da análise das representações dos sujeitos e seus papéis (o imaginário social) e da decodificação dos valores existentes naqueles espaços, percebendo as relações de dominação e poder dos grupos urbanos, desenvolvendo a consciência preservacionista da memória histórica , a partir do estudo da História de Pernambuco, pelas suas cidades;

- Decodificar e compreender os diversos signos, aparentes e subjacentes, das imagens existentes, seja no material didático, seja dos diversos patrimônios culturais, trabalhando os conceitos chaves da Imagética.

4. HIPÓTESES

Tenho a compreensão de que hoje, com as sociedades globalizadas, a imagem ocupa lugar central nas formulações das relações nestas sociedades. Conforme nos diz Elias Thomé Saliba[4][4], com o deslocamento do foco de análise cultural da produção para a recepção, as formas de representação ganham força, no sentido da percepção da dimensão do social e dos circuitos do poder da qual emergem. Assim o foco analítico desloca-se para acompanhar as inovações tecnológicas da mídia e suas inserções no cotidiano dos grupos sociais, ou seja, para uma análise das práticas de recepção nos circuitos de difusão da cultura e a análise das chamadas apropriações, marcadas pelo contraste existente entre os difusores, que selecionam e fabricam esta cultura, e a população em geral que apenas vai recebê-la, consumi-la. A partir do exposto pode-se afirmar que visibilidade é o critério que define as relações nas sociedades de classe, o que significa que um fato só existirá quando for escolhido para ser mostrado. Sua não escolha faz com que o fato não tenha existido, faz com que haja o seu aniquilamento social[5][5]. Tendo este pensamento como a estrutura que permeia os homens nesta sociedade globalizada, levantamos as seguintes hipóteses para este trabalho:

- Todo o dilema da historiografia contemporânea está exatamente na dificuldade da representação histórica, pois não há mais uma preocupação com a inteligibilidade política de uma situação, hoje apenas interessa mostrar a imagem[6][6]. O prestígio cada vez maior das imagens coloca em jogo o estatuto das representações utilizadas pelo conhecimento histórico, como, por exemplo, a palavra. Mas sabemos que mesmo neste mundo permeado pela videosfera é possível elaborar análises, de natureza pedagógica inclusive, no sentido de retirar as imagens do terreno das evidências, uma vez que a imagem não fala por si só, sendo necessário existir uma mediação. Cabe a todos que lidam com a imagem, inclusive ao professor, voltar-se para o seu lado mais invisível, onde possamos encontrar os possíveis vestígios de um inconsciente visual de nossa época. Por isso o estudo da imagética adquire importância fundamental na decodificação e compreensão dos seus diversos signos, a fim de instrumentalizar as leituras e representações existentes nos diversos espaços.

- Somos um país sem memória, afirmação por demais conhecida e facilmente constatável quando percorremos nossas ruas e observamos que poucas edificações, manifestações populares, hábitos e tradições resistiram à ação modernizadora do progresso. A política de preservação do patrimônio cultural não conseguiu ainda conciliar esta onda avassaladora do progresso com a preservação do passado[7][7]. Estas realizações e significações culturais, representados pelo patrimônio cultural, estão repletas de significações que possibilitam esta busca e reconstituição dessa nossa identidade, objeto de preocupação dessa pesquisa. Para isso a valorização das várias faces constitutivas do patrimônio cultural é primordial como política preservacionista desse patrimônio. Compreender os conceitos que compõe uma política de educação patrimonial e conhecer a política de preservação do patrimônio cultural nos possibilitará desenvolver um referencial para instrumentalizar no aluno na apropriação das leituras e linguagens próprias, a fim de possibilitar-lhe a formação dessa consciência preservacionista da nossa memória histórica, sem a qual não nos será possível à construção de nossa identidade e da cidadania.

- O passado começa a sofrer uma radical reelaboração, centrando-se nas narrativas livres e fantasiosas, com os meios de comunicação pulverizando os relatos históricos com o propósito de atingir a massa da população, resultado de um novo modelo de sociedade, que está baseada pela “media mass”. Buscando fugir da linguagem histórica, sem preocupação com as técnicas e as justificativas historiográficas, as vivências e os relatos subjetivos acabam por perder importância no processo de compreensão da história. Assim, as pessoas formam idéias sobre o seu meio e sua sociedade, não mais se baseando nas suas experiências mas a partir das imagens vinculadas pelos meios de comunicação, que estabelece padrões, determina comportamentos e cristaliza valores. Por isso, o estudo da historiografia contemporânea reveste-se fundamental para possibilitar o desvelar das outras naturezas da história, com o sentido de possibilitar o surgimento dos diversos atores sociais, em seus momentos históricos, tudo no sentido de direcionar estes desvelamentos (leituras) a partir de uma perspectiva sócio-histórica, que nos instrumentaliza para uma percepção crítica da história.

5. QUADRO METODOLÓGICO

A metodologia a ser empregada para a utilização das imagens no ensino de história está centrada na perspectiva da reprodução de imagens já existentes sobre os temas diversos

...

Baixar como  txt (39.9 Kb)   pdf (91.1 Kb)   docx (28.4 Kb)  
Continuar por mais 23 páginas »
Disponível apenas no Essays.club