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Imagens e ensino de história

Por:   •  25/1/2018  •  5.874 Palavras (24 Páginas)  •  416 Visualizações

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3. OBJETIVOS

O que se quer com este trabalho é que o professor possibilite ao aluno, uma aquisição de conhecimentos, de natureza histórica, bem como uma aquisição e ampliação de outros campos do conhecimento para sua formação geral como estudante e, conseqüentemente, contribuir para a formação de uma consciência cidadã, de natureza social. Assim, deseja-se as seguintes proposições:

- propiciar o conhecimento de outras formas de compreensão da história, pelo e para além dos livros didáticos, direcionando-o para uma leitura do mundo de natureza sócio-histórica, sob uma perspectiva dialética de observação e análise dessas inter-relações;

- Trabalhar os conceitos chaves da metodologia do ensino, com a finalidade de instrumentalizar o professor a tornar-se facilitador para o aluno a fim de ele possa entrar em contato com as diversas representações da história;

- Trabalhar os conceitos chaves de educação patrimonial, com a finalidade de sensibilizar e educar o aluno para a valorização dos espaços públicos, a partir da análise das representações dos sujeitos e seus papéis (o imaginário social) e da decodificação dos valores existentes naqueles espaços, percebendo as relações de dominação e poder dos grupos urbanos, desenvolvendo a consciência preservacionista da memória histórica , a partir do estudo da História de Pernambuco, pelas suas cidades;

- Decodificar e compreender os diversos signos, aparentes e subjacentes, das imagens existentes, seja no material didático, seja dos diversos patrimônios culturais, trabalhando os conceitos chaves da Imagética.

4. HIPÓTESES

Tenho a compreensão de que hoje, com as sociedades globalizadas, a imagem ocupa lugar central nas formulações das relações nestas sociedades. Conforme nos diz Elias Thomé Saliba[4][4], com o deslocamento do foco de análise cultural da produção para a recepção, as formas de representação ganham força, no sentido da percepção da dimensão do social e dos circuitos do poder da qual emergem. Assim o foco analítico desloca-se para acompanhar as inovações tecnológicas da mídia e suas inserções no cotidiano dos grupos sociais, ou seja, para uma análise das práticas de recepção nos circuitos de difusão da cultura e a análise das chamadas apropriações, marcadas pelo contraste existente entre os difusores, que selecionam e fabricam esta cultura, e a população em geral que apenas vai recebê-la, consumi-la. A partir do exposto pode-se afirmar que visibilidade é o critério que define as relações nas sociedades de classe, o que significa que um fato só existirá quando for escolhido para ser mostrado. Sua não escolha faz com que o fato não tenha existido, faz com que haja o seu aniquilamento social[5][5]. Tendo este pensamento como a estrutura que permeia os homens nesta sociedade globalizada, levantamos as seguintes hipóteses para este trabalho:

- Todo o dilema da historiografia contemporânea está exatamente na dificuldade da representação histórica, pois não há mais uma preocupação com a inteligibilidade política de uma situação, hoje apenas interessa mostrar a imagem[6][6]. O prestígio cada vez maior das imagens coloca em jogo o estatuto das representações utilizadas pelo conhecimento histórico, como, por exemplo, a palavra. Mas sabemos que mesmo neste mundo permeado pela videosfera é possível elaborar análises, de natureza pedagógica inclusive, no sentido de retirar as imagens do terreno das evidências, uma vez que a imagem não fala por si só, sendo necessário existir uma mediação. Cabe a todos que lidam com a imagem, inclusive ao professor, voltar-se para o seu lado mais invisível, onde possamos encontrar os possíveis vestígios de um inconsciente visual de nossa época. Por isso o estudo da imagética adquire importância fundamental na decodificação e compreensão dos seus diversos signos, a fim de instrumentalizar as leituras e representações existentes nos diversos espaços.

- Somos um país sem memória, afirmação por demais conhecida e facilmente constatável quando percorremos nossas ruas e observamos que poucas edificações, manifestações populares, hábitos e tradições resistiram à ação modernizadora do progresso. A política de preservação do patrimônio cultural não conseguiu ainda conciliar esta onda avassaladora do progresso com a preservação do passado[7][7]. Estas realizações e significações culturais, representados pelo patrimônio cultural, estão repletas de significações que possibilitam esta busca e reconstituição dessa nossa identidade, objeto de preocupação dessa pesquisa. Para isso a valorização das várias faces constitutivas do patrimônio cultural é primordial como política preservacionista desse patrimônio. Compreender os conceitos que compõe uma política de educação patrimonial e conhecer a política de preservação do patrimônio cultural nos possibilitará desenvolver um referencial para instrumentalizar no aluno na apropriação das leituras e linguagens próprias, a fim de possibilitar-lhe a formação dessa consciência preservacionista da nossa memória histórica, sem a qual não nos será possível à construção de nossa identidade e da cidadania.

- O passado começa a sofrer uma radical reelaboração, centrando-se nas narrativas livres e fantasiosas, com os meios de comunicação pulverizando os relatos históricos com o propósito de atingir a massa da população, resultado de um novo modelo de sociedade, que está baseada pela “media mass”. Buscando fugir da linguagem histórica, sem preocupação com as técnicas e as justificativas historiográficas, as vivências e os relatos subjetivos acabam por perder importância no processo de compreensão da história. Assim, as pessoas formam idéias sobre o seu meio e sua sociedade, não mais se baseando nas suas experiências mas a partir das imagens vinculadas pelos meios de comunicação, que estabelece padrões, determina comportamentos e cristaliza valores. Por isso, o estudo da historiografia contemporânea reveste-se fundamental para possibilitar o desvelar das outras naturezas da história, com o sentido de possibilitar o surgimento dos diversos atores sociais, em seus momentos históricos, tudo no sentido de direcionar estes desvelamentos (leituras) a partir de uma perspectiva sócio-histórica, que nos instrumentaliza para uma percepção crítica da história.

5. QUADRO METODOLÓGICO

A metodologia a ser empregada para a utilização das imagens no ensino de história está centrada na perspectiva da reprodução de imagens já existentes sobre os temas diversos

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