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Fichamento: Iluminismo – A Revolução das Luzes

Por:   •  31/7/2018  •  4.141 Palavras (17 Páginas)  •  246 Visualizações

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para criar novas verdades a partir de seu entendimento do mundo.

“ A partir de agora, tudo o mais deverá girar em torno desse sujeito que pensa, a razão será o ponto de partida para o conhecimento do mundo exterior e , mais do que isso, será o ponto de partida para criar os instrumentos necessários para dominar a natureza.”(pg.13)

O método da dúvida foi de fundamental importância para o surgimento das ciências modernas, tornando –as diferentes dos antigos saberes no que diz respeito a visão do mundo.

“O antigo sistema geocêntrico foi substituído pelo sistema heliocêntrico.(...) Passou a se atribuir a experiência um papel fundamental na descoberta das leis da natureza. (...) surge a matematização do espaço que cria a possibilidade não de apenas expressar as leis naturais, mas sobretudo de poder esperar da investigação cientifica uma certeza tão rigorosa quanto a que é dada pelo método matemático.( pg. 14)

Na Idade Média, a visão do universo tinha a terra como centro de um universo finito e fechado, em torno da qual se moviam os astros, distribuída em uma ordem hierárquica, em que a terra possui um grau de perfeição menor que o dos astros e é um lugar de transformação onde Deus colocou o homem para dominar a natureza e onde cristo operou a encarnação e redenção, para que por meio Dele, o homem se aproximasse dos céus, morada de Deus.

A razão mudou essa visão de mundo, definindo o universo como aberto, invertendo a posição da terra, que se torna mais um planeta que gira em torno do sol, sendo da mesma natureza que os astros e obedecendo as mesmas leis. Esse modo de pensar serviu de base para a moderna astronomia, que servindo –se de aparelhos físicos e matemáticos como o telescópio, possibilitou uma melhor observação dos corpos celestes.

A matemática aplicada aos corpos celestes possibilitou um outro conhecimento, o das propriedades dos astros, superando a visão qualitativa anterior, que explicava a disposição dos corpos celestes segundo a sua natureza. Segundo Galileu Galilei, a linguagem pela qual deus criou o mundo e que pode portanto expressar a organização da natureza é a matemática. A aplicação das leis matemáticas ao estudo da natureza, deu origem a física moderna, da qual Isaac Newton é o maior representante. Para Newton,

“Nas bases das leia naturais está o principio da gravitação universal, segundo a qual matéria atrai matéria na razão direta das suas massas e na razão inversa do quadrado das distancias. Desse modo um único princípio geral pode explicar os movimentos dos corpos na terra, a órbita dos planetas, a trajetória dos cometas.”(pg.17)

O crescimento das ciências modernas da natureza permitiu ao homem a autonomia do entendimento e consequentemente a possibilidade de manipulação das forças naturais.

No campo do pensamento e das ciências humanas, outro pensador de grande significação foi John Locke, segundo ele,

“A mente humana é como um papel em branco que vai sendo preenchido a medida em que entra em contato com as coisas do mundo exterior. As crenças, a moralidade, tudo isso é produto do meio em que o homem vive.(...) em relação as ideias recebidas de outros homens das autoridades eclesiásticas, cientificas, e politicas, é preciso refletir muito e não aceita-las sem discussão.”(pg.18)

Em relação a politica, Locke afirma que:

“Toda associação politica é preservação da propriedade.(...) a propriedade é mais do que o conjunto de bens que cada um possui, é também a vida, a liberdade e a força de que cada pessoa dispõe para conseguir o necessário a subsistência.(...) tudo que se adquire pelo esforço próprio, com o trabalho pode ser considerado legitimamente propriedade de quem trabalhou.”( pg.19)

Ao colocar o trabalho como propriedade humana, Locke rompeu com a idéia medieval de que o trabalho era castigo do homem, pelo contrário, segundo ele, a capacidade de produzir trabalho era justamente o que legitimava ao homem a condição de humano, pois:

“Se Deus deu a todos a razão e os talentos para trabalhar, ninguém tem o direito de ficar com braços cruzados.”(pg.20)

Outrossim, “há um consentimento tácito entre todos os homens, de que quem trabalha, tem o direito de usufruir do produto de seu trabalho, o qual, por isso mesmo, será legitimamente, propriedade sua.”(pg.20)

A ideia de propriedade do trabalho, reforçara a autonomia do humano, levando a necessidade de libertação dos ferros do Estado, nesse caso, do Antigo Regime monárquico, pois, segundo Locke, o estado deve ser criado para servir aos indivíduos, enquanto preservador da propriedade privada, da vida e dos bens do cidadão. Portanto, se o estado deve existir enquanto legitimador do direito de propriedade dos indivíduos, é o inviduo o detentor do poder soberano e as leis, elaboradas pela vontade do povo para suprir suas necessidades.

John Locke foi um dos intelectuais liberais que apoiaram Guilherme de Orange, Que subiu ao trono Ingles na chamada Revolução Gloriosa, inaugurando a era da monarquia constitucional na Inglaterra.

A razão como destruidora dos falsos saberes.

A filosofia iluminista não tinha a pretensão de apenas criar novos saberes, antes, era preciso denunciar os falsos saberes que se até então se apresentavam como verdadeiros e que geralmente serviam a interesses particulares, a fim de que minguada a sua credibilidade, desse espaço aos novos saberes.

“Os pensadores iluministas, deram um importância prioritária ao papel crítico da razão, que deve denunciar idéias ou discursos que por trás da pretensão da verdade pode estar simplesmente ocultando as ambições de poucos.” (pg. 23)

Como exemplos de falsos saberes estava a astrologia e o Antigo Regime; a primeira por servir apenas ao que se dizem decifradores dos astros, para os quais,

“é importante que os homens tenham medo porque homens amedrontados são mais fáceis de ser conduzidos.”(pg.24)

Quanto ao Antigo Regime, a tradição ao afirmar que o poder dos reis era sagrado, tornava os súditos passivos e obedientes, já que obedecer ao rei era servir a Deus e justificava a tirania dos governantes.

Outro pensador iluminista de grande importância, foi Voltaire, escrevendo uma obra diversificada e militando contra a ignorância e a tudo que se opunha ao conhecimento e a obtenção de uma vida mais feliz, ao que chamou de Infame.

“A Infame é como um monstro de muitas faces. Uma delas, talvez a mais

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