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Fichamento - Do Cabaré ao Lar - Margareth Rago

Por:   •  22/2/2018  •  1.347 Palavras (6 Páginas)  •  351 Visualizações

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3. A construção das “habitações higiênicas e baratas” se tornará um negócio lucrativo tanto para os industriais/senhorios, quanto para as companhias de saneamento.

4. Nas primeiras décadas do século XX são construídas várias vilas operárias, em geral ligadas a uma fábrica. Muito mais que uma maneira de morar, as vilas representam a vontade de impor sutilmente um estilo de vida. Através da imposição das vilas operárias, vilas punitivas e disciplinares, estabelece-se todo um código de condutas que persegue o trabalhador em todos os espaços.

5. As vilas passaram a ser projetadas para oferecer conforto e proteção, nesse sentido o poder disciplinar cria dispositivos estratégicos de estreitamento dos vínculos que unem os membros da família, e também entre esta e o patrão, numa mescla de sentimentos que incluem gratidão e cumplicidade.

6. Estratégia patronal de fixação da força de trabalho ao redor da unidade produtiva neste momento histórico de constituição do mercado de trabalho livre no país, a construção das vilas operárias permite controlar a economia interna do trabalhador, seu tempo e seu espaço.

7. A aliança entre patrões e Igreja não passou despercebida aos operários. A rigorosa disciplina exercida no interior da vida, explicitada pelo próprio discurso do poder não dispensa o auxílio dos elementos da Igreja, nem mesmo dos diretores e policiais que a dirigem.

8. Os operários são induzidos a gastarem seus salários irrisórios nos estabelecimentos da própria fábrica, que evidentemente significa um aumento nos lucros do capitalista.

9. A internação dentro dos muros da fábrica no momento de trabalho, ou dentro dos muros da vila nas horas de lazer, impede toda comunicação com o mundo exterior e as “aberturas de cabeça” que, bem ou mal, possibilitam vida monástica.

10. Se sentido controlados, o discurso operário começa a ter forma, criticando o controle total pelos patrões sobre as horas livres do trabalhador, que impõem recreações moralizadoras e alienantes, impedindo que cada um disponha livremente de seu próprio tempo.

11. As vilas operarias tiveram ainda função importante como arma direta dos patrões para quebrar a resistência dos trabalhadores, pressionando no sentido de evitar a emergência dos movimentos grevistas com a ameaça poderosa de despejo e de demissão.

Parte 5: Gestão “científica” da habitação popular

1. A partir de meados da década de 20, um outro regime disciplinar se insinua através da ação da burocracia impessoal, técnica e racional, que discute e resolve aquilo que ela própria determina como seu objeto de interesse e de conhecimento.

2. A problemática da habitação popular passa a ser utilizada como pretexto para a aplicação de regimes disciplinares de especialização dos corpos, desde o espaço urbano ate o interior da casa, de modo a facilitar a gerência da vida dos dominados até mesmo em sua intimidade.

3. A habitação popular passa a ser, no discurso dos especialistas, além de uma questão meramente técnica e pratica que os saberes neutros e racionais da engenharia e da arquitetura devem resolver, uma questão de moralidade e eugenia.

4. A casa e a cidade aparecem como espaços totalitários de produção de novos comportamentos “racionais” e da instauração de relações utilitárias numa sociedade cuja forma básica de sociabilidade se funda na troca.

5. A ciência e a técnica passam a ser vistas como indicadores de soluções para superar os obstáculos que os homens enfrentam em sua relação com o meio.

6. A classe dominante passou a argumentar que a instalação dos trabalhadores em regiões periféricas seria vantajosa para eles, onde teriam seu próprio espaço em vez de se aglomerarem nos cortiços do centro.

Parte 6: Imagens libertárias da cidade do futuro

1. Os artigos da imprensa anarquista existente no Brasil, passaram a demonstrar apostas otimistas à reconstrução racional e funcional da cidade, que assegure a qualidade da higiene pública e privada, o conforto dos habitantes, amplas áreas de lazer e descentralização das atividades econômicas e sociais.

2. As projeções anarquistas tem como referencia não só a cidade industrial, mas uma sociedade onde a automatização das fábricas e de outros serviços permite liberar o homem da sujeição à atividade única do trabalho pela sobrevivência.

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