EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Por: SonSolimar • 10/10/2018 • 1.211 Palavras (5 Páginas) • 277 Visualizações
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A Europa é onde há maior preocupação com a sustentabilidade, enquanto no Brasil, as ações acerca do tema ainda são incipientes. Isso se deve, em grande parte, ao desinteresse da esfera pública por esse ponto, uma vez que investimentos na área de desenvolvimento sustentável demandam tempo, recursos e boa vontade, coisas que, infelizmente, nunca foram prioridade para nossos governos.
Em geral, essas propostas são aplicadas somente de modo superficial a fim de que o essencial seja conservado, o que impede que uma ação efetiva de sustentabilidade seja implementada.
Claro que o discurso de sustentabilidade no Brasil, principalmente a partir da década de 90, vem desenvolvendo iniciativas teóricas e práticas renovadoras, ao apoiar valores, comportamento e estilo de vida com base no respeito pelos direitos humanos e ambientais. No entanto, ainda há muito que se realizar no país.
A agenda 21, documento lançado na ECO92, sistematiza um plano de ações com o objetivo de alcançar o desenvolvimento sustentável, enfatizando o papel central da educação. Isso porque ela inspira a responsabilidade nos cidadãos, de todas as classes sociais, a fim de conquistar uma vida mais sustentável e saudável.
A Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável – DEDS – é uma iniciativa dos Estados-membros das Nações Unidas, que defende que a sustentabilidade afeta todos os aspectos da vida, pois repercute no aspecto socioeconômico e incidência no meio ambiente e na cultura. Estimula mudanças de comportamento que permitam criar uma sociedade sustentável e mais justa para todos.
A ampliação da concepção de educação ambiental para “educação para a sustentabilidade” ou “para um futuro sustentável” reflete a percepção de que a educação ambiental é uma disciplina que foca na interação dos homens com o ambiente natural, as formas de conservá-lo e de administrar seus recursos adequadamente. Portanto, desenvolvimento sustentável engloba educação ambiental, colocando-a no contexto mais extenso dos fatores socioculturais e das questões sociopolíticas de igualdade, pobreza, democracia e qualidade de vida.
Uma educação crítica e integradora pode ajudar a superar as dificuldades em adotar a sustentabilidade em nossas vidas, com estímulo à autonomia e pensamento crítico, pondo fim à triste tradição brasileira de educar para atender às demandas da economia, que prioriza a profissionalização para o mercado de trabalho e valores relacionados à eficiência e à obediência.
A educação para o desenvolvimento sustentável deve, ainda, ser integrado a outras disciplinas (ser holística), utilizar diversos métodos de atuação, estimular a participação popular nas decisões, ser aplicável e ser localmente relevante. A educação não-formal nos ensina que aprende-se tanto dentro quanto fora do sistema escolar, nas interações da vida cotidiana, na família, no trabalho.
Deste modo, para a realização das mudanças necessárias, é preciso adotar um novo modelo integrador, o qual a educação ambiental ainda não conseguiu colocar em prática. Para isso, o debate sobre a educação para a sustentabilidade deve ter clareza sobre os modelos de educação, seus objetivos, interesses e valores. É, pois, preciso superar a marginalização e a dependência política em nossa sociedade.
Referências
COSTA LIMA, Gustavo da. O discurso da sustentabilidade e suas implicações para a educação. Ambiente & Sociedade, vol. 6, núm. 2, julio-diciembre, 2003, pp. 99-119. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade. Campinas, 2003.
OLIVEIRA, Lucas Rebello de; MEDEIROS, Raffaela Martins; TERRA, Pedro de Bragança; QUELHAS, Osvaldo Luiz Gonçalves. Sustentabilidade: da evolução dos conceitos à implementação como estratégia nas organizações. Produção, v. 22, n. 1, p. 70-82, jan./fev. 2012
UNESCO. Década da Educação das Nações Unidas para um Desenvolvimento Sustentável, 2005-2014: documento final do esquema internacional de implementação. Brasília, 2005.
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