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AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E O DESAFIO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

Por:   •  28/3/2018  •  2.352 Palavras (10 Páginas)  •  267 Visualizações

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Sendo assim a escola deve buscar em seu cotidiano desenvolver metodologias que contemplem diferentes formas de aprendizado, considerando as individualidades e as diferenças de cada um. Soares (2003) relata que:

As diferenças fazem parte de um processo social e cultural e que não são para explicar que homens e mulheres negros e brancos, distingue entre si, é antes entender que ao longo do processo histórico, as diferenças foram produzidas e usadas socialmente como critérios de classificação, seleção, inclusão e exclusão. (SOARES, 2003, p.161).

Com isso, percebemos que as diferenças culturais e raciais estão bem presentes no ambiente escolar, sendo estas muitas vezes utilizadas como forma de “tachar” alguém pela sua cultura ou sua cor. Porém, a escola, enquanto instituição de ensino precisa começar a reverter esse quadro.

Carvalho (2013) nos diz que:

...É preciso valorizar a diversidade em conjunto com as teorias e culturas, para assim sobrepor as barreiras e colisões que existem na sociedade ofertando desse modo melhorias no âmbito educacional da maneira que se espera para o desenvolvimento do país... Uma educação acolhedora que tem em vista considerar em toda área educacional todos os estudantes no seu beneficio à escolarização. (CARVALHO, 2013)

Através da citação de Carvalho, percebemos que a escola deve se preparar para oferecer a seus educandos, uma gama de práticas pedagógicas que conciliem as teorias e a diversidade cultural. Pois somente assim, torna-se possível efetivar uma educação qualitativa, que prepara seus educandos para viver em comunhão no meio social.

Com a diversidade cultural existente na escola, surgem questões como o preconceito, a discriminação, o bullyng, a violência, a falta de respeito para com os próprios profissionais que atuam no ambiente educativo, dentre outras circunstâncias que acabamos por presenciar e vivenciar no dia-a-dia.

Para superar essas vivências negativas no ambiente escolar faz-se necessário repensar as práticas pedagógicas, para que estas possam atender e expressar a diversidades culturais, sócias e étnicas presentes no ambiente escolar e na sociedade.

- A ESCOLA E O CURRÍCULO

Pensando em atender a demanda existente no espaço escolar, esta precisa contemplar no seu currículo ações pedagógicas que satisfaçam os anseios de cada educando, contribuindo para a formação humana, social e cultural, a valorização da diversidade, bem como a inserção destes no meio social.

Sobre o currículo escolar, Lopes (1987), reflete:

“O” currículo na visão multicultural deve trabalhar em prol da formação das identidades abertas à pluralidade cultural, desafiadoras de preconceitos em uma perspectiva de educação para cidadania, para a paz, para a ética nas relações interpessoais, para a crítica as desigualdades sociais e culturais.(LOPES, 1987, p.21).

Com isso podemos perceber que o currículo escolar, deve contemplar, além do conteúdo sistematizado, vivências que abordem temáticas essenciais para a formação da identidade dos educandos, trabalhando atividades que despertem valores como respeito ao próximo, independente da sua etnia, da sua posição política, ou seja, para que haja o respeito mútuo, tanto no ambiente escolar como aos arredores.

Segundo os pressupostos de Freire (1984), o processo educativo é organizado na relação entre o currículo, conhecimento e cultura. Assim, para que o processo educativo de fato se efetue, faz-se necessário que a escola atrele as suas práticas educativas a cultura, como forma de promover a valorização desta e fortalecer as relações de respeito.

Em 09 de janeiro de 2003, foi promulgada pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva a Lei nº 10.639/03, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e inclui no currículo oficial dos estabelecimentos de ensino das redes públicas e particulares a obrigatoriedade do estudo e do ensino da temática sobre a História e Cultura Afro-brasileira.

Após a promulgação da referida Lei, vê-se por meio das secretarias, gestores e professores algumas pequenas iniciativas para realmente vivenciar na escola um pouco da cultura étnico-racial.

O artigo 26, inciso 4º, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB, retrata que o ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.,

O currículo para a diversidade deve ser pensado coletivamente, considerando todos os aspectos sociais, políticos, econômicos e étnicos de todos os indivíduos que compõem o ambiente escolar, para assim haver a introdução de elementos da cultura popular e de alguns temas que são pertinentes serem discutidos com os educandos, como a miséria, o desemprego, o preconceito, seja ele racial, sexual, o racismo, as drogas, o álcool, dentre outros temas que estão presentes no convívio social.

Salienta-se que o currículo não deve contemplar apenas os conhecimentos das vivências dos educandos, mas este deve sempre propor novos conhecimentos que contribuem para o formação integral destes. Nessa perspectiva, um currículo para a formação humana é aquele orientado para a inclusão de todos no acesso aos bens culturais e ao conhecimento (LIMA, 2006).

- AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ÉTNICO-RACIAIS NA ESCOLA

A Lei 10.639/2003, que inclui no currículo oficial dos estabelecimentos de ensino públicos e privados o estudo e o ensino da temática sobe a História e a Cultura Afro-brasileira, completou quinze anos em vigor, porém, como percebemos na realidade escolar, pouco se faz para a efetivação dos estudos e a valorização da cultura Afro-brasileira.

Para começar a mudar essa realidade as escolas precisam contemplar no seu currículo e no seu espaço educativo ações pedagógicas que valorizem personagens negros importantes na nossa história, realizar feiras estudantis tendo como tema a cultura Afro-brasileira, ornamentar algum de seus espaços com características da África, dentre outras atividades. A respeito disso, Conceição (2006) nos diz que:

Desenvolver práticas educativas a partir destas situações tem sido importante para que educandos e educadores conheçam histórias e culturas das populações negras, desmistificando o tema e tornando positiva e real a participação dos africanos e afro-brasileiros na história nacional. (CONCEIÇÃO,

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