Teoria e a política dentro do movimento feminista e suas diversas ramificações sob o modo de produção capitalista global
Por: Juliana2017 • 19/4/2018 • 1.345 Palavras (6 Páginas) • 321 Visualizações
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não constituem elementos homogêneos, mas derivam seus significados de outras categorias sociais). Por último, devido a seu compromisso histórico com o movimento de mulheres, para o feminismo a subordinação e a dominação estavam marcadas no próprio corpo, excedendo aí seus limites puramente teóricos. Em decorrer disso, a insistência na análise das dimensões subjetivas e simbólicas das experiências das mulheres, junto com o projeto político de intervenção nas estruturas do cotidiano dessas mulheres – projeto que orientou desde o princípio as pesquisas feministas dentro do campo dos estudos culturais, tanto na Inglaterra como nos Estados Unidos –, equipou as teorias com poderosos instrumentos para “cortar” na materialidade tanto da cultura como do poder. Se, por um lado, como nos mostra a autora, o entrelaçamento entre teoria e política no feminismo foi forjado histórica e conjunturalmente a partir do compromisso político na luta pela emancipação das mulheres; por outro, o fato de as feministas trabalharem em geral sob condições precárias e desumanas, obrigando-as a confrontar diretamente práticas acadêmicas e paradigmas dominantes.
Como nos coloca a autora:
Tensão entre um processo cada vez maior de concentração capitalista e de unificação econômica que coexiste com uma fragmentação cultural extrema, uma colonização capitalista de todos os cantos do globo e uma reivindicação inclusive exaltada das especificidades locais de todo tipo (étnicas, culturais, religiosas),um aumento brutal das desigualdades e uma retirada dos ideais de compromisso social. (Ciriza, Alejandra – pág. 62)
Apesar de serem obrigadas a uma existência contra a corrente, viver à margem permitiu às feministas compreender melhor as diferentes faces do poder e da dominação, e a contradição das alianças frente às práticas discursivas hegemônicas, o que redundou em maior entendimento das possibilidades de resistência.
O feminismo contemporâneo traz consigo um grande leque de discursos sobre as relações de poder a partir da economia política da mulher concebida em toda sua diferença interna (sexual, de gênero, de raça, de classe, etc.). Esses discursos são muitas vezes antagônicos entre si e não resulta numa única proposição. Não obstante, tal heterogeneidade interna não foi capaz, até o presente, de fragmentar ou debilitar o luta política do feminismo contra a dominação e a exclusão. Pelo contrário, seu compromisso político com a teoria constitui a principal diferença do feminismo quanto a outros movimentos sociais ou discursos. Tal diferença é produto da necessidade histórica do feminismo, primeiramente, de identificar os pontos de reprodução da subordinação social nas estruturas de desigualdade; e segundo, de construir articulações entre seus diversos sujeitos perseguindo metas políticas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do esboço já feito, podemos identificar que as novas condições das mulheres na sociedade trouxeram transformações no âmbito político, cultural e econômico. De modo geral, o desenvolvimento da luta política está diretamente relacionado ao que pode assim dizer condições materiais e também ao reconhecimento da mulher no coletivo.
O que nos deixa muito marcada é a urgência de uma leitura que advirta as conexões entre as práticas e a teoria. Como coloca a autora necessitamos de que:
“Os processos que cruzam as relações entre acadêmicas, técnicas e militantes, entre teóricas e políticas, excedem as fronteiras do feminismo. É preciso não ignorar que os requerimentos da divisão do trabalho nos alcançam e supõem uma recolocação de nossos lugares como intelectuais; que os processos dos últimos anos conduziram à diferenciação das práticas, à especialização e à profissionalização, à institucionalização e à fragmentação, à autonomização dos saberes e a uma dependência muito mais estreita com respeito às demandas da academia do que com as demandas do movimento (movimento?) feminista e de mulheres.” (Ciriza, Alejandra – pág. 68)
E será a partir de uma análise marxista que conseguimos nos aportar de uma análise concreta e histórica do feminismo, não só isso, como também encontrar e estabelecer as relações que se dá no capitalismo tardio de maneira desigual. A partir disso, o que nos resulta é que a libertação das mulheres só pode ser alcançada através de uma reestruturação radical da economia capitalista atual.
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