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MOVIMENTO FEMINISTA E DISCUSSÃO DE GÊNERO

Por:   •  29/8/2018  •  1.529 Palavras (7 Páginas)  •  249 Visualizações

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Contudo, o conceito de gênero impõe em nossa relação, isto é, nas nossas sociedades os estereótipos femininos e os masculinos nos quais são considerados opostos, porém complementares. Sendo assim, “gênero pautaria a percepção das diferenças entre os sexos, sendo construído significante a demarcar relações de poder.” (SCOTT, Joan 1990).

O movimento feminista, durante toda a sua existência, teve como referencial de luta o homem. Para a sociedade o masculino e feminino possuem valores diferentes, onde o que é considerado masculino possui mais valor. Desta forma, as relações de gênero produzem uma distribuição desigual de autoridade, de poder e de prestígio entre as pessoas de acordo com seu sexo. É por isso que se diz que as relações de gênero são relações de poder.

1.1.3 As relações de gênero

Como vimos, as relações de gênero são construídas a partir das diferenças sexuais, portanto, não são naturais. São criações das sociedades. Sendo gênero uma construção social ele não se apresenta sempre do mesmo jeito em todas as épocas e lugares. Depende dos costumes de cada lugar e sociedade, da experiência cotidiana das pessoas deste lugar, variando de acordo com as leis, as religiões a maneira de organizar a vida familiar, a vida política de cada povo ao longo da história. As relações de gênero e as representações de gênero não variam apenas de um povo para outro.

“Gênero ê representação da relação, ao fato de se pertencer a uma classe ou grupo. Gênero constrói a relação entre uma entidade e as outras, previamente constituídas como classe. Representa, portanto, um indivíduo para a classe.” (LAURETIS,1987).

Dentro de uma mesma sociedade elas também podem mudar de acordo com a classe social da pessoa, de acordo com a raça, de acordo com a idade. É por isso que a situação entre as mulheres é muito diferente entre si, mesmo que todas as mulheres compartilhem a vivência da discriminação e da opressão. Por exemplo: a situação de opressão de uma mulher trabalhadora rural jovem pode ser bem diferente da opressão vivida por uma operária, que vive na cidade, é negra e adulta. “A inclusão da mulher como sujeito diferenciado das políticas públicas é o único caminho possível para o alcance mínimo de equidade social, nas sociedades contemporâneas” (FEGHALI, 2000, p. 279).

Entender gênero enquanto categoria de análise implica compreender melhor as relações sociais e culturais entre os sexos, uma vez que as relações entre os sexos são construídas socialmente, mas é preciso explicar como essas relações são construídas e por que são construídas desigualmente privilegiando o sujeito de sexo masculino.

[...] tem duas partes e diversas subpartes. Elas são ligadas entre si, mas deveriam ser distinguidas na análise. O núcleo essencial da definição repousa sobre a relação fundamental entre duas proposições: gênero é um elemento constitutivo das relações sociais, baseadas nas diferenças percebidas entre os sexos e mais, o gênero é uma forma primeira de dar significado às relações de poder (SCOTT, 1994, p. 13).

Concluindo, o conceito de gênero se refere as relações entre mulheres e homens, mulheres e mulheres, homens e homens. Todas estas relações criam várias desigualdades, fazendo com que alguns tenham mais poder sobre outros, sendo considerados mais importantes e respeitados na sociedade. Isto também faz com que algumas pessoas tenham mais oportunidade e liberdade para se desenvolver do que outras.

CONCLUSÃO

Apesar do movimento feminista ser taxado como algo inútil ainda nos dias de hoje, é imprescindível a sua importância para o desenvolvimento social e entendimento de que a igualdade entre homens e mulheres são ganhos sociais. Entretanto ainda se tem muito o que conquistar e transformar, quebrar estereótipos e padrões pré-estabelecidos por essa sociedade altamente conservadora e patriarcal na qual estamos inseridos. E saber que a “condição feminina” encontra-se extremamente associada ao cenário e ao meio social onde vive, é um processo de construção e reconstrução da mulher, em seu papel social, suas funções, desejos.

REFERÊNCIAS

BESSA, Karla Adriana Martins (ORG). Trajetórias do Gênero, masculinidades... Cadernos PAGU. Núcleo de Estudos de Gênero. UNICAMP. Campinas, São Paulo. 1998.

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. 8ª. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.

FEGHALI, J. Gênero e controle social na saúde. In: COSTA, A M., MERCHÁNHAMANN, E. e TAJER, D. (Orgs.). Saúde, equidade e gênero: um desafio para as políticas públicas. Editora Universidade de Brasília, 2000.

GROSSI, Miriam Pillar. Identidade de gênero e sexualidade. Estudos de Gênero: Cadernos de área n. 9. Goiânia: Editora da UCG, 2000.

LAURETIS,Teresa de. The Technology of Gender. In:______The Technologies of Gender. Indianapolis, A Midland Book, 1987.

MURARO, Rose Marie. Sexualidade da mulher brasileira. Corpo e Classe social no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 1983.

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