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UMA PERSPECTIVA PARA O DESENVOLVIMENTO

Por:   •  24/12/2018  •  4.865 Palavras (20 Páginas)  •  431 Visualizações

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Neste contexto, uma das áreas sociais mais influenciadas é a educação. A aprendizagem teve um novo enfoque a partir dessa inovadora forma de comunicação e informação por meio dos aparatos tecnológicos. Atualmente, os conhecimentos científicos da humanidade, acumulados desde a Antigüidade, podem ser acessados livremente pela Internet. Dessa forma, não haveria necessidade de professor e também de escola, pois os conhecimentos já estão prontos e disponíveis. Entretanto, há uma elementar carência de que a escola participe desta evolução, recriando suas metodologias, suas práticas, frente a esta realidade social.

Entre outras questões, há uma que se reveste de suma importância para o professor: a intermediação entre a criança e a máquina. Ou seja, a orientação ao aluno sobre como transformar a informação em conhecimento útil para a sua vida, haja vista o infinito leque de opções e informações que ele tem ao acessar os recursos tecnológicos multimidiáticos.

O hipertexto possui como características: a não-linearidade, a multilinearidade, a heterogeneidade, a interatividade, a intertextualidade, a interdisciplinaridade, a dialogicidade e a polifonia. Vamos descrever sucintamente cada uma dessas categorias.

A não-linearidade indica que o hipertexto possui várias seqüências e direções, ao contrário dos textos tradicionalmente elaborados, que têm predefinidos o começo, o meio e o fim. Esta categoria suscita uma outra, que é a multilinearidade. Assim, o hipertexto não somente é a-linear, como também permite múltiplas trajetórias de leitura.

O hipertexto é heterogêneo, pois dispõe de imagens, sons, palavras, diversas sensações, modelos, e na comunicação as mensagens podem ser multimídias multimodais, analógicas, digitais, etc. Ou seja, não é somente letras que compõem o texto. Os recursos multimidiáticos modernos trabalham com vários equipamentos adicionais que dão suporte e possibilidades diversas de uso (scanner, impressora, câmera digital, dispositivos de áudio, videoconferência, etc.), tornando o texto potencialmente heterogêneo.

A intertextualidade é a presença implícita, sutil, de outros textos no texto presente. Isto quer dizer que o hipertexto é composto de diferentes textos referenciais. Isto também ocorre durante a leitura. O leitor utiliza seu referenciais para construir seu texto interpretativo. Assim, há uma junção de diferentes textos tanto na composição quanto na leitura de um texto. Esta característica não é exclusiva do hipertexto, pois também é imanente aos textos lineares, tradicionais.

A dialogicidade e a polifonia são complementares. Baseadas na concepção bakhtiniana[3] de dialogismo, Dias & Moura dizem :

Bakhtin afirma que são os julgamentos de valor do falante que irão orientá-lo em seu discurso e, que, portanto, irão determinar a estrutura do discurso a ser proferido a determinado ouvinte. O modo como o ouvinte recebe e seleciona o discurso proferido pelo outro também é influenciado pelos julgamentos de valor que este estabelece. Esse conjunto de valores e crenças é pressuposto do meio social, de forma que os julgamentos estabelecidos pelos sujeitos são produtos da interação social, de um discurso que vem sendo construído historicamente.

O discurso é, então, uma resultante de várias vozes, que se amalgamam durante o processo histórico individual, isto é, no enfrentamento coletivo do indivíduo ao longo do tempo. Isto significa que a nossa palavra não é exclusividade nossa. Ela é fundamentada nas relações sociais, nos parâmetros sociais convencionados e sedimentados pela sociedade. A polifonia, por sua vez, é a presença de diferentes vozes na composição textual. Ocorre, por exemplo, numa citação, numa referência bibliográfica, num link orientado para um artigo, etc. Esta característica é fundamental quando analisada na dimensão da construção coletiva do conhecimento.

A interatividade é uma categoria que permite ao usuário leitor interagir com o texto. A multilinearidade permite que o leitor faça conexões variadas, dando sentido próprio ao texto. A capacidade de traçar rotas próprias e associar pontos, de forma subjetiva, constituem o que chamamos interatividade. Esta interface pode ainda se dar em outra via, pela presença de chats, fóruns, murais eletrônicos, em que o usuário pode expor opiniões, argumentar, discordar, propor, recomendar, ou seja, participar da construção coletiva do conhecimento.

Finalmente, a interdisciplinaridade é uma conseqüência da flexibilidade inerente ao hipertexto. Por ser heterogêneo, não-linear, intertextual, polifônico e interativo, o hipertexto possibilita uma relação de complementaridade entre as diferentes disciplinas do conhecimento científico. Assim, por exemplo, ao pesquisar um dado objeto, este objeto pode ser analisado no escopo das diferentes disciplinas. A interdisciplinaridade é a base de elaboração dos novos Parâmetros Curriculares Nacionais.

Por seu caráter multiforme, o hipertexto sugere inúmeras possibilidades à educação. Podemos fazer analogias entre o mundo real e o mundo virtual. As características do hipertexto permitem que pensemos o mundo virtual também em forma de rede. Assim como no mundo real, no mundo virtual os fenômenos estão dispersos mas interligados uns com outros, não havendo uma previsibilidade, determinismo ou constância em suas relações. Esta comparação nos permite inferir que o mundo virtual é uma reprodução, ou tentativa de reprodução, do mundo real, onde as relações se dão em forma de teias e ramificações, em que tudo pode ser conectado, dependendo dos nossos interesses e objetivos.

Esta similaridade entre os mundos virtual e real dá uma outra conotação aos estudos do hipertexto, pois reforça ainda mais a idéia de que o tema pode ser estudado dentro e/ou fora do âmbito das tecnologias da informação e comunicação (TIC). Sobre isto, Dias & Moura[4], concluem:

Essa nova maneira de produção e organização do conhecimento rompe com as práticas educativas tradicionais baseadas na transmissão, linearidade e hierarquização, abrindo possibilidades para a estruturação de um currículo em rede...

- 3. A frustração da ciência e a era da incerteza; a concepção holística de mundo e a formação de uma nova sociedade

Durante a Idade Média houve uma revolução no campo do conhecimento humano. Até então, os saberes acumulados eram compreendidos em uma só ciência: a filosofia. Como surgiram novas descobertas, os cientistas da época definiram que houvesse uma divisão do conhecimento

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