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DESAFIO INTEMPORAL TERESINA

Por:   •  31/10/2018  •  5.759 Palavras (24 Páginas)  •  290 Visualizações

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Palabras clave: Intermodal reto. Teresina. Mobilidad urbana. Sostenibilidad. Tránsito.

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como tema um relato de experiência do I Desafio Intermodal ocorrido na cidade de Teresina, capital do Piauí, nordeste do Brasil, no dia 19 de abril de 2016. O evento foi realizado por iniciativa da professora Pamela Franco e dos seus alunos, na disciplina Planejamento de Trânsito e Transportes, do curso Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Uninovafapi, como forma de viabilizar a coleta de dados para uma avaliação da mobilidade urbana na cidade, além de promover, com esta atividade de extensão, a vivência prática do sistema de transportes de Teresina por parte dos estudantes e da comunidade em geral, já que a participação foi aberta ao público.

Esse estudo objetiva, por meio dos dados coletados, dar base para uma discussão sobre mobilidade urbana na cidade. Será feita a análise das dificuldades enfrentadas por cada tipo de modal durante o trajeto, a caracterização de cada um e a indicação de melhorias para o trânsito.

Os desafios intermodais têm ocorrido em diversas cidades do Brasil, como Belém (PA), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC), Joinville (SC), Maringá (PR), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Santo André (SP), São Paulo (SP), dentre outras. Segundo Lacerda (2012), no Brasil essa ideia nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no século XX. O nome "Desafio Intermodal" só veio depois, em 2006, e vem de uma tradução

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Revista Equador (UFPI), Vol. 5, Nº 3 (Edição Especial 02), p. 260 - 277

Home: http://www.ojs.ufpi.br/index.php/equador

livre do termo "commuter challenge", uma iniciativa feita no exterior com a mesma finalidade. No Desafio Intermodal, os modais participantes saem juntos de um determinado local em direção a um mesmo destino, deixando por conta do participante a definição do percurso que fará, a partir disso é feito um teste comparativo de eficiência dessas formas de mobilidade urbana, baseados no tempo e custo para o deslocamento. O Desafio surge com a proposta de chamar a atenção de gestores e comunidade em geral para os diversos de meios de transporte possíveis para locomoção na cidade.

As cidades foram mudando muito ao longo desses anos, principalmente em relação a necessidade de solucionar, de maneira inteligente, problemas com os congestionamentos. As grandes cidades tem uma realidade urbana próxima, pois, em diferentes condições, enfrentam engarrafamentos e perda de qualidade de vida crescentes. Dentro desse contexto, é natural que os desafios intermodais tenham ganhado tanto espaço no século XXI.

Em sua primeira edição em Teresina o desafio teve como ponto de partida a Praça Marechal Deodoro da Fonseca (Praça da Bandeira), espaço em torno do qual se concentram os principais prédios institucionais, dentro do centro histórico e comercial da cidade. O início do percurso foi às 18h00, com destino ao Parque Potycabana, local público voltado para lazer e práticas de esporte. Calcula-se um percurso de aproximadamente quatro quilômetros. A escolha por este trajeto e horário se deu por se concentrar um elevado fluxo de veículos e pessoas, característica fundamental para coleta de dados em um Desafio Intermodal.

O relato de experiência deste desafio intermodal adiante apresentado tem por intenção promover o repensar da mobilidade urbana em Teresina, através de consulta pública, disponibilizando à gestão pública, à sociedade e até às empresas este estudo.

METODOLOGIA

A fim de atingir os objetivos do artigo, o procedimento metodológico estabelecido foi um levantamento de dados de relatos dos participantes abordando suas dificuldades enfrentadas durante o percurso. Os referidos dados foram coletados durante a realização do desafio intermodal. A escolha da metodologia de realização do evento foi feita pautada em ampla pesquisa sobre os desafios intermodais ocorridos em diversas cidades brasileiras. Discutiu-se o plano diretor da cidade de Teresina, volume Transportes e mobilidade urbana, como também foi feito um levantamento bibliográfico, realizado no decorrer de todo o processo, que consiste na pesquisa em

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Revista Equador (UFPI), Vol. 5, Nº 3 (Edição Especial 02), p. 260 - 277

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relatórios de Desafios Intermodais já realizados, artigos, dissertações e teses, que trazem por temática a mobilidade sustentável.

MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL

Na Lei 12.587/2012 em seu artigo 4º, traz a definição de mobilidade urbana como: “condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano.” (BRASIL, 2012). Trabalhando um pouco mais esse conceito, pode-se entender como as diversas formas e possibilidades de locomoção de cargas e pessoas, no espaço urbano, utilizando um modal.

As contribuições contemporâneas de debate sobre mobilidade urbana defendem que as políticas públicas de trânsito e transportes devem priorizar ações atentas à sustentabilidade, que minimizem impactos ambientais, ou seja, dar prioridade aos modais não motorizados e coletivos. Experiências em diversas cidades, sobretudo europeias, ligadas a esse debate contemporâneo, mostram que as melhorias em mobilidade urbana, ligadas à sustentabilidade ambiental, proporcionam maior qualidade de vida para população. Para além da maior fluidez do tráfego e facilidade de circulação das pessoas e cargas, claro objetivo das intervenções, com o uso de modais não motorizados, há uma melhoria da saúde pública por meio da prática esportiva da caminhada, corrida e/ou ciclismo. E ainda, há a vivência mais íntima entre as pessoas e a urbe, fortalecendo a relação de afeto e responsabilidade social.

Associadas ao estímulo dos modais não motorizados e coletivos, as políticas públicas de mobilidade urbana têm se caracterizado também por desestimular o uso de modais motorizados individuais, um meio de transporte não sustentável, altamente prejudicial ao ambiente, e que têm sido o mais adotado pela população (BRASIL, 2004). De acordo com dados do Departamento

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