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Recuperação de Area Degradada

Por:   •  28/3/2018  •  1.571 Palavras (7 Páginas)  •  391 Visualizações

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Os indicadores podem ser quantitativos ou qualitativos. Para Brancalion et al. (2012) indicadores quantitativos se valem da mensuração de determinados parâmetros descritores da área em processo de restauração, tais como a altura média dos indivíduos, a densidade de indivíduos regenerantes, a riqueza e diversidade de espécies, a mortalidade etc.

Sánchez-Fernandez (2009) descreve indicadores quantitativos (ou objetivos) como mensuráveis, podendo ser medidos de forma direta ou indireta enquanto indicadores qualitativos (ou subjetivos) fazem referência à informação baseada em percepções subjetivas da realidade tornando-se dificilmente quantificáveis. Para Brancalion et al. (2012), indicadores qualitativos são obtidos de forma não mensurável, com base na observação e julgamento do observador. Tais indicadores são utilizados normalmente de forma abstrata e subjetiva sem que haja um conjunto de dados para que determinado indicador seja incluído em cada categoria de qualidade. Por exemplo, ocorrência de processos erosivos pode ser categorizada como alta, média ou baixa intensidade a partir da observação visual.

- INDICADORES ECOLÓGICOS PARA MONITORAMENTO DE ECOSSISTE MAS EM RESTAURAÇÃO OU REABILITAÇÃO

Um projeto de restauração ecológica ou de recuperação de área degradada, especialmente se executado por força da lei ou com recursos públicos, pode (e deve) ser avaliado, inicialmente, quanto à sua elaboração ou execução. Isto significa verificar se foi bem desenhado, de modo a contribuir para aumento de conectividade da paisagem, se os custos foram compatíveis, se cumpriu normas técnicas, como a instalação de cercas ou controle de erosão, por exemplo, ou até mesmo se tratou adequadamente as questões sociais. Esses, porém, não são itens adequados para monitoramento do ecossistema em restauração, pois não representam transformações temporais na composição, estrutura ou funcionamento do ecossistema, itens estes para os quais devem ser selecionados indicadores ecológicos (DALE; BEYLER, 2001; RUIZ-JAEN; AIDE, 2005). Bons indicadores ecológicos para projetos de restauração ou de recuperação de áreas degradadas, em qualquer região ecológica ou por qualquer técnica, exemplificados a seguir de acordo com as características.

3.1 Estrutura

A estrutura da área em processo de restauração diz respeito à forma como a comunidade vegetal está organizada espacialmente. Diferentes indicadores podem ser avaliados para caracterizar esse atributo, tal como a altura média do dossel, a presença de indivíduos emergentes, o número de estratos, a cobertura do solo pela copa das árvores, a estrutura do sub-bosque, a densidade de indivíduos, etc.

3.2 Composição

A composição da área em processo de restauração diz respeito às espécies e aos grupos funcionais que integram a comunidade vegetal. Diferentes indicadores podem ser avaliados para caracterizar esse atributo, tal como a riqueza e a diversidade de espécies nativas regionais, a presença de gramíneas e de árvores exóticas invasoras e não invasoras, os diferentes grupos funcionais em que as espécies nativas regionais estão agrupadas, tal como em relação à forma de vida (árvores, arvoretas, arbustos, herbáceas, lianas, epífitas, parasitas), ao grupo sucessional (pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias, clímaces), ao grupo de plantio (preenchimento e diversidade), à perda foliar (perenifólias, caducifólias e semicaducifólias), à síndrome de polinização (zoofilia e sub-síndromes referentes ao diferentes tipos de animais, anemofilia, hidrofilia), à síndrome de dispersão de sementes (zoocoria, anemocorica, barocoria, hidrocoria, etc.), às espécies-chave para a fauna, às fixadoras de nitrogênio, e assim por diante.

3.3 Funcionamento

O funcionamento da área em processo de restauração diz respeito ao restabelecimento dos processos ecológicos que permitem a auto-perpetuação da comunidade vegetal. Diferentes indicadores podem ser avaliados para caracterizar esse atributo, tal como a mortalidade, a herbivoria, a predação de sementes, a fenologia, a polinização, a frutificação, a dispersão de sementes, a chuva de sementes, o recrutamento, o fluxo gênico, a sucessão secundária, a ciclagem de nutrientes, a formação de serapilheira, o restabelecimento da fauna, o acúmulo de biomassa, e assim por diante.

- INDICADORES UNIVERSAIS

Segundo dados do Caderno Mata Ciliares (2009), organizado pelo estado de São Paulo. Os indicadores universais elencados como os mais pertinentes para um monitoramento simples e objetivo de ecossistemas florestais em recuperação são a cobertura de solo, a estratificação, a fitofisionomia (três indicadores estruturais) e a presença de espécies lenhosas invasoras, um indicador de função ecológica.

Esse conjunto de indicadores foi escolhido por representar os parâmetros ecológicos mais importantes e indicar a qualidade da área em restauração, independentemente da técnica (ou estratégia) utilizada para a recuperação.

4.1 Cobertura do solo por espécies lenhosas

Método: devem-se estabelecer linhas onde se vai avaliar a cobertura do solo por espécies lenhosas nativas. Ela pode ser mensurada em uma linha transversal nos casos de plantio ou semeadura em linha, ou em linhas aleatórias nos demais casos.

Frequência: 3, 5 e 10 anos após a implantação da técnica.

4.2 Estratificação

No estrato superior espera-se encontrar as espécies pioneiras e no estrato inferior espera-se encontrar as espécies tardias, que apresentam crescimento mais lento.

Método: avaliação visual dos estratos presentes. Identifica-se a presença de dois estratos pela descontinuidade na distribuição vertical das copas e apenas um estrato quando as plantas apresentam altura das copas aproximadamente uniforme.

Frequência: 3 e 10 anos.

4.3 Fitofisionomia

A aparência apresentada por uma comunidade. Expressa o arranjo das espécies que compõe a comunidade quanto aos números de indivíduos e padrões de distribuição que apresentam, suas formas de vida, etapas do ciclo de vida, fenofases, arquitetura das copas, tamanho, forma e coloração das folhas. Deste modo, sintetiza um conjunto grande de propriedades da comunidade, incluindo riqueza e diversidade. Deve-se

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