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Recuperação de Áreas Degradadas - Porto de Areia Rio Grande

Por:   •  23/3/2018  •  2.607 Palavras (11 Páginas)  •  394 Visualizações

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- AFF – Autorização Ambiental de Funcionamento emitida pela SUPRAM (Superintendência de Regional de Regulação Ambiental);

- Outorga de Direito de Uso da Água emitida pelo IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas);

- DAIA – Documento Autorizativo para Intervenção Ambiental emitido pelo IEF (Instituto Estadual de Florestas);

- Registro no DNPN – Departamento Nacional de Pesquisa Mineral.

- Alvará de Funcionamento Municipal emitido pelo Prefeitura de Ribeirão Vermelho;

O empreendimento está localizado na zona rural do município de Ribeirão Vermelho, numa área total de 15.000 m², onde é exercida a extração de areia e cascalho para utilização imediata na construção civil, numa quantidade de aproximadamente 50m³/ano.

A areia é lavrada no leito do Rio Grande através de dragas de sucção (tipo de embarcação especialmente projetada para execução de várias funções que envolvam remoção de materiais/sedimentos em cursos d’água não muito profundos) com um bocal aspirador chamado escarificador interligadas ao conjunto moto-bomba, suportado por flutuadores (Foto 2), ao qual é conectado a tubulação até o classificador de areia, onde a mesma é passada por peneiras e direcionadas a silos, ligados a caixa de decantação para escoamento da água, a areia é retirada diretamente dos silos para os caminhões.

Foto 2: Draga de Sucção e tubulação – Fonte: arquivo pessoal

A AAF tem validade de 4 anos e para que sua renovação fosse realizada, uma das condicionantes impostas foi a recuperação do entrono do empreendimento com mudas de espécies nativas.

Foram doadas cerca de 1.250 mudas pela CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais), de diversas espécies (Foto 3).

Foto 3: Muda doada pela CEMIG – Fonte: Arquivo pessoal

- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DEGRADADA

- Aspectos Físicos: depreciação da qualidade da água, aumento da turbidez da devido ao material particulado suspenso, além da contaminação por resíduos do maquinário como graxas e óleos.

- Aspectos Biológicos: eliminação temporária das áreas de refugio dos peixes, alteração da microbiota aquática e redução espacial do habitat silvestre devido a remoção da cobertura vegetal levando ao afugentamento dos animais nativos.

- Aspectos do Solo: supressão da vegetação nas áreas destinadas a construção de bem feitorias, silos, caixa de contenção, diminuição da infiltração de água e queda da qualidade do solo devido à compactação causada pelo uso de máquinas pesadas, diminuição da fertilidade e aeração, por causa da compactação e da remoção da matéria orgânica na áreas onde o solo foi exposto e aceleração de processos erosivos nos taludes pelo retorno da água bombeada que também causa assoreamento do margem do rio.

- Vegetação do Entorno: manchas florestais espaçadas em estado de sucessão secundária e clímax, presença de capoeirinha e vegetação rasteira. Como o plantio das mudas foi feito em 2013, atualmente há algumas espécies em vários estágios sucessionais diferentes (Fotos 4 e 5).

Foto 4 e 5: Área com solo desnudo antes da recuperação – Fonte: Arquivo pessoal

- PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

- OBJETIVO GERAL

Recomposição florestal com espécies nativas da região tendo como objetivo a restituição da flora local, propiciando assim uma melhora no aspecto visual, interação entre ambiente natural e o artificial, bem como a restauração das interelações fauna x flora x homem, de forma a restabelecer as relações ecológicas existentes antes da degradação ocorrida no ambiente.

- OBJETIVO ESPECÍFICO

- Evitar o surgimento de processos erosivos laminares;

- Aumento da biodiversidade de espécies;

- Estabilização do solo;

- Reduzir insolação direto sobre o solo;

- Possibilitar maior infiltração de água no solo;

- Reduzir o carreamento de sedimentos para o curso d’água;

- Enriquecimento de espécies nativas;

- Incorporação de matéria orgânica no solo;

- Melhorar o aspecto visual da área;

- Proteção das margens do curso d’água;

- METODOLOGIA APLICADA AO PLANTIO

Há vários passos a serem seguidos antes do desenvolvimento e manejo do projeto de recuperação ecológica, entre eles está o tipo de técnica a ser aplicada, para a área em questão a técnica aplicada foi o plantio de mudas (Foto 6).

Foto 6: Muda plantada – Fonte: Arquivo Pessoal

Apesar ser uma forma de restauração de área degradada com custo mais elevado comparado a outros métodos, as chances de sucesso do desenvolvimento das plântulas é maior se feitas as corretas adequações de solo, escolha de mudas apropriadas, entre outros fatores, além do crescimento mais rápido.

Com a alta eficácia deste processo de restauração, com o passar do tempo há o desenvolvimento de espécies vegetais de outros níveis de sucessão e a atração de animais frutívoros dispersores de sementes.

Sendo o plantio de mudas uma técnica com altos índices de sucesso, se utilizadas espécies de rápido desenvolvimento, em aproximadamente um a dois anos após do plantio têm-se áreas onde espécies arbóreas venceram a competição com espécies invasoras herbáceas e gramíneas, através do sombreamento.

Tem-se a possibilidade de abaixar os custos deste tipo de atividades de restauro com o plantio de mudas em ilhas de diversidade. O plantio de mudas pode ser feito por ilhas de alta diversidade são formações de pequenos núcleos onde são colocadas plantas de distintas formas de vida (ervas, arbustos, lianas e árvores). Com a utilização de uma alta diversidade e densidades de espécies arbóreas, essas ilhas serviriam como apoio para restaurar a conexão entre os fragmentos florestais e auxiliar no processo de restauração de florestas nativas.

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