Recuperação de areas degradadas
Por: Jose.Nascimento • 20/2/2018 • 1.502 Palavras (7 Páginas) • 328 Visualizações
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No processo de recuperação de áreas degradadas (RAD), um dos pontos mais importantes e cruciais refere-se aos aspectos relacionados à tecnologia de sementes e produção de mudas, já que a qualidade dos reflorestamentos está intimamente ligada à qualidade dos indivíduos que o compõem. Sendo assim, a propagação vegetativa (assexuada) é pouco recomendada, principalmente devido ao fato de reduzir a variabilidade genética das espécies, atuando na contramão dos princípios básicos na implantação de florestas heterogêneas. a (FARIA, 1999 apud RORIGUES 2013)
É imprescindível, então, que as mudas destinadas à recomposição vegetal sejam produzidas a partir de sementes (propagação sexuada), provenientes de lotes que garantam a variabilidade genética das espécies e, para isso, diversas pontos devem ser contemplados (DAVIDE et al., 1995; FARIA, 1999; BARBOSA, 2000).
Outra preocupação que deverá ser levada em conta é a qualidade genética das sementes, considerando o conceito de tamanho efetivo, uma vez que o plantio de uma população a partir de uma ou de poucas árvores é o principal exemplo da redução genética causada pelo homem. O tamanho efetivo de uma população tem implicação na sua capacidade de manter a diversidade genética ao longo de mais gerações, sendo imprescindível para a análise de sua viabilidade a médio e longo prazo. A natureza genética do material introduzido pode influenciar profundamente o comportamento dos indivíduos, os quais podem afetar a dinâmica futura de toda a comunidade implantada (KAGEYAMA, 2003 apud RODRIGUES, 2013).
A conservação de recursos genéticos vegetais pode ser efetuada através da proteção de populações na natureza (in situ) ou através da preservação de amostras em jardins botânicos, bancos de germoplasmas e coleções de culturas de tecidos (ex situ) (COHEN et al., 1991; SILVA & SALOMÃO, 2005; LI & PRITCHARD, 2009 apud RODRIGUES, 2013)
Sabe-se que a conservação in situ de recursos genéticos tem sido considerada a forma mais efetiva, principalmente para os casos em que toda uma comunidade de espécies está sendo o objetivo da conservação, como por exemplo, os de programas com espécies florestais tropicais. Nesse caso, não só as espécies alvo, que têm valor econômico atual, como também aquelas de valor potencial, devem estar incluídas no programa de conservação genética, inclusive também os seus polinizadores, dispersores de sementes e predadores. Ressalta-se a necessidade de se conhecer geneticamente as espécies em conservação, não bastando apenas mantê-las intocáveis na área onde as espécies em conservação estejam ocorrendo. (BARBOSA, 2006).
A conservação ex situ atua como apoio para a conservação de certos segmentos da diversidade que poderiam ser perdidos em ecossistemas naturais ou antropogenizados, sendo ambos os métodos importantes e complementares (COHEN et al., 1991; HAVENS et al., 2006 apud RODRIGUES 2013).
- ANÁLISE CRÍTICA
O atual desafio para a recuperação de áreas degradadas é utilizar diversidade genética suficiente para permitir adaptações às novas circunstâncias e evolução ao longo do tempo, bem como evitar os efeitos adversos da introdução de genótipos mal adaptados aos ambientes a serem recuperados (RICE & EMERY, 2003 apud RODRIGUES 2006)
Apesar de a utilização da diversidade genética como ferramenta para recuperação de áreas degradadas ser uma alternativa eficaz e importante, é preciso de uma boa base genética em populações implantadas, levando em consideração o tamanho efetivo populacional existente, o tamanho populacional mínimo viável necessário para a manutenção das populações ao longo do tempo e os fatores que os influenciam, pois caso isso não ocorra, poderá resultar em uma série de problemas, como aumento da deriva genética, endogamia, diminuição do crescimento e da capacidade adaptativa e reprodutiva; e estes problemas podem levar à morte dos indivíduos, a não formação das próximas gerações e à extinção local da espécie, fazendo com que os esforços realizados para promover a recuperação da área sejam perdidos.
Neste contexto, devemos buscar a recuperação dos ambientes degradados com material com diversidade genética, não apenas para resgatar a representatividade das espécies antes existentes naquele ecossistema, mas também para resgatar a diversidade genética propriamente dita, ou seja, para que as futuras gerações de plantas mantenham o processo evolutivo das espécies, garantindo a sustentabilidade de suas populações naturais. Essa diversidade genética é importante para que os diferentes locais, com suas particularidades, possam ser ocupados pelas combinações genéticas mais adequadas. Porém, apesar da questão de a variabilidade genética ser negligenciada na grande maioria dos projetos e iniciativas de plantios de recuperação, ela possui grande importância ecológica e econômica, visto que permitirá que os plantios sejam autossustentáveis e não requeiram futuras intervenções humanas.
- REFERENCIAS
BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: Acesso em: 27 de abr,2016.
CARBONARO, T. M. Variabilidade Genética e sua Importância. Disponível em:Acesso em: 27 de abril
MARTINS, L. C.; RUFINO, M. S.; MARIOT, A.; TANAKA, M. A genética como ferramenta na restauração de áreas degradadas: o caso da
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