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TEORIAS MOTIVACIONAIS: ANÁLISE DE OBRA DE JEAN PIERRE MARRAS

Por:   •  12/3/2018  •  1.827 Palavras (8 Páginas)  •  608 Visualizações

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McGregor completa as ideias de Maslow, criando a Teoria X e Y. Essa teoria pode ser interpretada no sentido de "ser" X ou Y (o trabalhador) ou de "ver" X ou Y (o gerente). O trabalhador X "não gosta de trabalhar e o faz somente quando é compelido. Não gosta de assumir responsabilidade, é um pouco ou nada ambicioso e busca acima de tudo segurança". Já o trabalhador Y, "sente-se bem no trabalho e busca atingir os objetivos que lhe são colocados, é alguém criativo e com potencialidades que podem e devem ser exploradas" (2011, p. 27). Esse ponto de vista abordado por McGregor, pode afetar as relações na empresa e muda a maneira de ver os indivíduos passando a percebê-los não apenas como membros de um grupo.

Herzberg afirmou que, para o homem, o maior fator motivacional encontra-se no interior de seu próprio trabalho. Cria então, a Teoria dos dois fatores, classificando-os em Fatores Motivadores (sua presença causa motivação) e Fatores Higiênicos (sua ausência costuma causar insatisfação).

Outro autor citado por Marras, é Skinner, que emitiu o conceito do reforço no comportamento, onde "um comportamento recompensado tende a ser repetido" (2011, p. 29). Dessa forma, esse modelo pode criar padrões, onde o gerente compensa aquilo que é desejado e não recompensa aquilo que não lhe interessa.

Por fim, Marras analisa a teoria de Vromm e Rotter, que traça uma reflexão sobre o comportamento humano resultando na teoria de que "as pessoas fazem coisas esperando sempre outras em troca" (2011, p. 30). Para tanto, existem duas variáveis: o valor da recompensa e o que se espera como recompensa.

Após a análise dos teóricos, o autor traça uma análise entre os interesses pessoais e organizacionais. O autor compara as diferenças de interesse à uma estrada de mão dupla: "é preciso determinar claramente as regras e os parâmetros de como circular, estabelecendo limites entre o dar e o receber, não criando expectativas desnecessárias e extremamente perigosas durante a relação entre as partes" (2011, p. 31).

Marras termina o capítulo 4, afirmando que é preciso adotar e difundir o papel de líder organizacional, fazendo o grupo participar, delegando responsabilidades e recompensando seus subordinados à altura.

O capítulo 22 trata de Plataforma motivacional. Segundo o autor, "essa linha de trabalho cuida de criar condições e de mantê-las ao longo do tempo, para o florescimento da motivação dos indivíduos" (2011, p. 279). Dessa maneira, há três ações básicas para realizar o trabalho motivacional: "estimular os trabalhares a atingir seus objetivos pessoais e profissionais; não desmotivá-los com ambientes, condições ou políticas inadequadas; propiciar condições financeiras, físicas e psicológicas a ponto de permitir atingir um nível médio de qualidade de vida muito próximo do desejado" (2011, p. 279).

Como o modelo tradicional de gestão já satisfez as necessidades higiênicas, a administração estratégica de recursos humanos "tem como meta trabalhar os fatores motivacionais (Herzberg), que agem a médio e longo prazos, mantendo o ciclo motivacional ativo por períodos prolongados" (2011, p. 282).

Marras cita pesquisas realizadas por McClelland, que provam que "as forças motivacionais das pessoas refletem elementos da cultura na qual elas cresceram - família, escola, religião e livros...". (2011, p. 283).

Segundo o autor, o princípio fundamental da AERH é fazer com que as tarefas, responsabilidades ou trabalhos como todo, sejam mais valorizados pelo empregado, que utilizará assim, todas as suas forças motivacionais para desempenhar tais tarefas.

Assim, concluí-se que "a plataforma motivacional é o elemento-chave na gestão da AERH para obter os níveis produtivos e qualitativos desejados" (2011, p. 288).

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2.2 Discussão

Para discutir as teorias apresentadas por Marras, foi realizada uma revisão bibliográfica baseada no artigo de opinião de Paulo Vieira de Castro, consultor de empresas e diretor do Centro de Estudos Aplicados em Marketing no Instituto Superior de Administração e Gestão em Porto (Portugal). O artigo selecionado é entitulado "Maslow não conheceu a sociedade de consumo e isso faz toda a diferença".

A reflexão gira em torno da hipótese de uma nova hierarquia de necessidades humanas, tendo em vista a transformação do consumo no mais importante ideal de afirmação social, econômica, status, entre outros. Segundo o autor, "a motivação se encontra entre o estado real e o desejado, ou seja, entre as forças e os conflitos [...] onde o ser humano titubeia face ao impulso biológico e à estimulação social". Para isso, Castro apresenta três tópicos centrais a este respeito: a Neofilia (o efeito sedutor provocado pela novidade), a Oniomania (febre de compras) e a explosão do crédito ao consumo.

Levando em consideração o fato de estarmos cada vez mais expostos à publicidades atraentes, poderemos compreender a razão pela qual o ciclo motivacional de Maslow pode vir a sofrer grandes alterações, uma vez que profundas transformações de comportamento do homem moderno ante ao consumo, modifica as suas necessidades fisiológicas, alterando assim, as suas motivações.

De fato, o mundo capitalista alterou significativamente o homem e suas relações de consumo e necessidades. O consumo surge no contexto da auto-afirmação na busca por status, mas o fato não pode se generalizar uma vez que nem todos os seres inseridos no modelo capitalista apresentam essa mesma necessidade.

Com isso, a pirâmide de Maslow ainda se faz atual, tendo em vista que, apesar do capitalismo ter alterado as relações de consumo, as necessidades primárias ainda precisam ser satisfeitas. Essa tão debatida “sociedade de consumo”, existe para aqueles que não tem que se preocupar com a obtenção de suas necessidades básicas, de que falou Maslow, porque já a satisfazem, subindo assim, um nível na pirâmide.

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Conclusão

O estudo dos capítulos 04 e 22 da obra de Marras foi importante para compreender a aplicabilidade das teorias motivacionais no campo do trabalho. A discussão levantada pelo tema mostrou que, apesar das teorias terem surgido na década de 50, elas ainda são aplicáveis e atuais em um mundo transformado pelo modelo capitalista.

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