TRANSTORNO DESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA
Por: SonSolimar • 4/9/2018 • 1.244 Palavras (5 Páginas) • 410 Visualizações
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2.1 ETIOLOGIA
Este é um transtorno muito raro e muito menos comum do que o Transtorno do Espectro Autismo e estima-se que sua prevalência é de um em cem mil meninos.
A causa ainda é desconhecida. Estudos recentes apontam fatores genéticos e ambientais. Pesquisadores tentam encontrar alguma mutação genética que crianças com este transtorno possam ter herdado dos pais. Quanto aos fatores ambientais, estudos tentam confirmar se desequilíbrios metabólicos, stress, infecções, exposição a substâncias químicas tóxicas e outras complicações durante a gravidez, podem levar ao desenvolvimento do transtorno. (SADOCK & SADOCK, 2007).
2.2 DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS
No DSM-V, os Transtornos Globais do Desenvolvimento, que incluíam o Autismo, Transtorno Desintegrativo da Infância e as Síndromes de Asperger e Rett foram absorvidos por um único diagnóstico: Transtornos do Espectro Autista. Contudo, é importante ressaltar que o TDI é diagnosticado próximo aos 3 anos de idade e possui características mais severas e significativas.
O diagnóstico é feito de acordo com os aspectos característicos de cada idade. O início pode ser insidioso no decorrer dos meses ou de forma abrupta, diminuindo as capacidades em dias ou semanas. A criança pode apresentar inquietação, nível de atividade aumentado e ansiedade antes de perder a função. Outras características deste transtorno é o declínio na capacidade de comunicação, apresentação de movimentos estereotipados, comportamento compulsivo, perda do controle dos esfíncteres, perda de habilidades nas áreas da linguagem, motora, comportamento social e adaptativo. O principal aspecto neurológico é o transtorno convulsivo. Sintomas afetivos e regressão das habilidades de autoajuda também estão presentes nesta síndrome (SADOCK & SADOCK, 2007).
Em alguns aspectos, a síndrome lembra a demência na vida adulta, mas difere em três aspectos: não há nenhuma evidência de qualquer lesão ou doença orgânica; a perda das habilidades pode ser seguida por um grau de recuperação e o comprometimento na comunicação e socialização tem qualidades desviadas mais típicas de autismo do que de declínio intelectual (OMS, 1993).
Entretanto, a OMS (1993) salienta que o prognóstico é usualmente pobre e a maioria dos indivíduos acaba evoluindo para um retardo mental grave. Qualquer condição neurológica associada deve ser codificada separadamente.
2.3 CURSO E PROGNÓSTICO
O curso do transtorno é variável e pode alcançar uma progressão determinante em casos raros e apresentar certa melhora em algumas situações ocasionais, a ponto de haver recuperação na capacidade de falar algumas frases. A maioria fica com retardo mental moderado.
2.4 TRATAMENTO
O tratamento do TDI é basicamente igual a do Transtorno do Espectro Autismo. Ressalta-se a importância de um trabalho multidisciplinar.
Enquanto conhecedor e pesquisador do desenvolvimento humano, o psicólogo deve intervir de maneira flexível e adaptativa frente às mudanças que ocorrem no desenvolvimento da criança. Todas as abordagens teóricas possuem vantagens e limitações e, por isso, é importante que o psicólogo desenvolva uma terapia diferenciada e que possa atender as necessidades específicas de cada criança, considerando a individualidade do sujeito (SOUZA et al., 2004).
Este profissional também deve atuar com os familiares para que compreendam e tragam à tona seus sentimentos de culpa, rejeição, frustração, negação e fantasias para que possam ser trabalhados.
O uso de medicamentos faz-se necessário, mesmo que nenhuma droga se mostrou específica para o tratamento deste transtorno.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste trabalho, foi possível compreender as características presentes no Transtorno Desintegrativo da Infância, bem como, sua etiologia e tratamento.
É certo que os transtornos do desenvolvimento infantil são debilitantes e exigem dedicação e atendimento especializado. Família, psicólogo, equipe multidisciplinar e outras pessoas do convívio devem somar forças.
O diagnóstico é o ponto de partida para intervenções específicas. A partir de então, o psicólogo deve focar na potencialidade e não na deficiência em si e atuar contra o preconceito e a exclusão e, principalmente, trabalhar com as expectativas, sentimentos, fantasias e emoções no intuito de miniminar o sofrimento psíquico e obter melhor relacionamento e qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
CORDEIRO, M. L. ; FARIAS, A. C. Transtornos Mentais em Crianças e Adolescentes - Mitos e Fatos. Curitiba: Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro, 2010.
MERCADANTE, M. T. ; GAAG, R. J. V. ; SCHWARTZMAN, J. S. Transtornos invasivos do desenvolvimento não-autísticos: síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância e transtornos invasivos de desenvolvimento sem outra especificação. Rev. Bras. Psiquiat. São Paulo, 2006.
OMS – Organização Mundial da Saúde. Classificação de Transtornos mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. Porto Alegre: Artmed, 1993.
SADOCK,
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