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RELATÓRIO ESTÁGIO SUPERVISIONADO V

Por:   •  19/9/2018  •  1.877 Palavras (8 Páginas)  •  438 Visualizações

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2.2 Estruturas clínicas

Para a psicanálise existem três tipos de estruturas clínicas: as neuroses que são sub divididas em histeria, neurose obsessiva e fobia. A estrutura perversa, e psicose, subdividida em esquizofrenia, paranóia e melancolia.

- Neurose histérica

As neuroses tem relação direta com o Édipo. É quando o indivíduo consegue internalizar as leis, ou seja, passar pelo Édipo, havendo assim a castração.

A neurose histérica é a neurose do “dar se a ver”. A busca da visibilidade é também segundo Ferreira e Mota (2014), a neurose do desejo insatisfeito, sendo esse desejo, é o desejo do desejo do outro; o indivíduo diante do desejo não realizado se coloca sempre na posição desejante, nunca haverá acoplamento perfeito entre o sujeito e o objeto desejado, assim diz Lacan no seminário 5: “O desejo é desejo daquela falta, que no Outro designa um outro desejo”.

- Neurose Obsessiva

Na neurose obsessiva o conteúdo recalcado está relacionado à transgressão a lei do pai, há uma rivalidade e disputa com o pai. Freud descreveu a formação do sintoma da neurose obsessiva, onde as ideias obsessivas são produtos de um compromisso. O encontro do neurótico com o sexo é sempre traumático, mas é acompanhado por um excesso de gozo que o culpa e o recrimina. (Ribeiro, 2003).

- Fobia

Na fobia, tanto o conteúdo ideativo, quanto o afeto insuportável são distanciadas da consciência e o Eu se comporta como se não houvesse representação. Porém, no momento em que isto ocorre, o indivíduo entra num estado de confusão alucinatória. Isto é, o Eu combate a ideia incompatível através da fuga para a psicose. Porém, tendo o Eu rompido com a referida representação, esta fica de alguma forma ligada a um fragmento da realidade, à medida que ele, também, perde o contato parcial ou total com a mesma. (FIRME, 2005).

- Psicose

De acordo com Freud a psicose seria comparado ao desfecho de uma tal perturbação nos laços entre o Eu e o mundo exterior, ou seja o individuo não conseguiu passar pelo Édipo, não conseguindo internalizar as leis, assim não houve a castração. (FREUD, 1924).

O aspecto mais essencial da abordagem freudiana é que a teoria das psicoses é incluída em uma doutrina mais abrangente do que as da neuroses. Os sintomas psicóticos, especificamente os paranóicos são caracterizados por revelarem “exatamente aquilo que os neuróticos mantêm escondidos”. (FREUD, 1911, pg 21).

Freud alega como um dos traços que distinguem a neurose da psicose, que na primeira o Eu, em sua dependência da realidade, reprime uma parte do Id (da vida instintual). São os conflitos interiores do indivíduo, assim esses conflitos serão recalcados e acessíveis pela transferência, enquanto na psicose o mesmo Eu, a serviço do Id, retira-se de uma parte da realidade, onde os conflitos entre o indivíduo e o mundo serão dificilmente acessíveis pela transferência, mesmo com revelações do inconsciente. Para a neurose, então, o fator decisivo seria a influência prevalecente da realidade, para a psicose, a influência do Id. A psicose existiria a perda da realidade desde o início; já na neurose ela apenas seria evitada. (FREUD, 1924).

- Subdivisões da psicose

Na esquizofrenia o indivíduo cria outra realidade paralela, ocorrendo situações de alucinações como: delírio auditivo ou visual, tentativa de suicídio etc. Na paranóia, a intelectualidade não está comprometida, nem a melancolia, que tem como uma das característica ou sintomas do transtorno bipolar ou PMD- Psicose Maníaco Depressiva e o Autismo. (FREUD, 1913 apud. MEIRA).

- Perversão

Na perversão segundo a psicanálise, uma pessoa se torna perversa quando a energia libidinal ganha um percurso diferente, seguindo um padrão de normas diverso do esperado, ganhando outra dimensão para a realização do desejo que vem do inconsciente. Ao mesmo tempo que ele se identifica com a realidade da castração ele rejeita, tornando assim um fetichista. Segundo a psicanálise um perverso é aquele que se torna pedófilo, homossexual, fetichista, masoquista etc. (FREUD, 1913 apud MEIRA).

3. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA E FRAGMENTO DE UMA SESSÃO

A hipótese apresentada será bem preliminar, sendo que o trabalho terá continuidade no semestre que vem.

A paciente A.C chega e me convida para brincar de desenhar no quadro personagens de histórias infantis pra que eu adivinhe as dela e ela as minhas, e vai marcando no quadro quem consegue acertar mais.

Quando eu acerto ela usa a expressão “ai, mais que saco”, aí digo “ah é ruim eu acertar”, ela responde que não. Em todas as brincadeiras ela contabiliza quem fez mais pontos. No final de todas as sessões segue sempre o mesmo ritual, abre a porta da sala e chama a mãe.

Assim a hipótese levantada é de uma neurose obsessiva. Segundo Miranda (2013), o obsessivo tem falsas conexões, considerada precária. E como consequência, tem a tentativa de retirar do pensamento aquela representação conflitante, através de outros pensamentos, assim cria estratégias como diversos pensamentos, rituais, para lidar com essas representações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio clínico é o momento que proporciona ao aluno colocar em prática tudo aquilo que ele vem aprendendo durante o curso. Apesar da insegurança dos primeiros atendimentos foi possível observar que só se aprende fazer clínica, na prática.

Não poderia deixar de destacar a importância das supervisões, já que esses são os primeiros passos que damos na clínica. É o momento que levamos os fragmentos das sessões para serem analisados e também temos oportunidade de ouvir nossos colegas. As supervisões também se tornam trocas de experiências.

É importante que identifiquemos a mensagem que o inconsciente traz, devolvendo-a ao paciente para que esse também possa reconhecer algo que ele próprio desconhece.

Como diz Lacan (1998) é preciso conter o “furor sanandi”, e não se apressar em produzir interpretações que revelem precipitadamente ao sujeito seu desejo recalcado, pois é preciso tempo para o estabelecimento da transferência e a sua possibilidade de elaboração.

REFERÊNCIAS

BRAUER,

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