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Psicologia Atlas Parasitologia Clínica

Por:   •  19/11/2018  •  Dissertação  •  1.453 Palavras (6 Páginas)  •  383 Visualizações

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Saúde e doença mental

Trabalho sobre o capítulo 2 (A doença como sofrimento) do livro “A doença” de Giovanni Berlinguer.

Basicamente, sofrimento é relativo a sentir-se mal, é a perturbação, a dor, a necessidade de cuidados e tratamento (físico ou psicológico) à um indivíduo. Porém, nem sempre sofrer é sentir dor, como ocorre por exemplo com uma pessoa diabética, que passa a ter restrições alimentares e do cotidiano. No caso da loucura, muito se tem feito para a reintegração do indivíduo à sociedade através da tolerância e da solidariedade.

A doença pode afetar a dignidade humana, tanto do paciente quanto dos seus próximos. Vemos casos de pessoas menos favorecidas que recebem atendimentos precários ou em certos casos nem são assistidas pelo Estado. E quando internadas, são expostas ao sistema de saúde que afetam sua dignidade com incômodos nas trocas de turnos dos profissionais da saúde durante as madrugadas, os incômodos para tomarem medicamentos, o livre acesso aos seus leitos, dentre outros constrangimentos.

Se comparados as máquinas, o ser humano diferencia-se por ter consciência, que o faz sentir prazer e dor. Logo, os homens sofrem pela consciência e não pelo raciocínio.

         Se temos a doença como sofrimento, o que ela não é então?

Doença não é culpa. Muitas culturas primitivas afirmavam que as doenças ocorrem por se burlar uma ordem, um tabu, um dogma, etc. Podendo obter a cura pelos curandeiros em seus rituais de expulsão, expurgando de forma simbólica o que causou a dor e a doença no indivíduo. Já na Grécia antiga (berço dos jogos olímpicos), a saúde é disseminada entre seus habitantes e as doenças vistas de forma racional, tendo os médicos como semideuses quando estes traziam à saúde aos corpos então enfermos. Das fogueiras aos purgatórios, os doentes sempre incomodaram a sociedade em todos os tempos e eras. O doente, por vezes é pesado aos seus, ao Estado, aos profissionais da saúde, às religiões que por não terem explicações a tudo, condenam o indivíduo doente por seus ais, o colocando como o próprio culpado de suas doenças. A ignorância é muitas vezes a causa das dores do homem. O “transgressor”, pode ser visto até mesmo por ter um estilo de vida que segundo o Estado lhe coloca em grupos de risco, em condições autodestrutivas, como por exemplo os alcoólatras, etc. Não levando em conta as pressões sociais, a falta de acompanhamento psicológico, o desemprego, entre tantos fatores que contribuem para tais comportamentos ocorrerem.

Doença não é privilégio. Prega-se por vezes que a doença é um sinal de salvação, de dom divino, de escolha para uma determinada missão na terra, e que são enviadas por vezes pelos deuses aos seus eleitos. A doença desobriga em alguns casos o enfermo de certas tarefas, a criança não vai à escola, o trabalhador não comparece ao ponto de trabalho, estes, buscam refúgio na condição de doentes. Porém, se a doença se apresentar grave estes doentes irão estar afastados de suas rotinas e dos seus amigos, sem contar suas limitações físicas. A legislação social faz a avaliação da doença e a enquadra nos benefícios econômicos ou trabalhistas, segundo cada causa (acidente de trabalho ou doença profissional), assegurando ao trabalhador seus direitos legítimos.

O estar e poder estar doente. O estar doente, são as alterações no corpo e nas funções por conta da doença. O sentir-se doente, é a percepção destas modificações no corpo. Identificar a doença também faz parte deste ciclo, sendo feita a identificação pelos conhecimentos da época sobre tal doença, e pelos conhecidos do indivíduo. A desigualdade social, as culturas, exposições à ambientes hostis, dentre outros fatores, fazem com que a taxa da natalidade e mortandade sejam calculadas de formas distintas. Por exemplo: uma pessoa que trabalha em um lugar inóspito desde criança, alimentando-se de forma errada, com pouco descanso, sem lazer, tende a ter uma vida mais curta e com mais probabilidade de adoecer do que aquele que trabalha em local seguro, com boas condições de vida, acesso a planos de saúde, que pratica atividades físicas regularmente, etc. Em alguns casos, algumas dores são tidas como normais, como a dor nas costas entre grupos menos favorecidos e com trabalhos mais pesados. Os mais pobres tendem a não ouvir os sinais que o corpo emana, já entre os mais ricos, tais sinais são mais percebidos e levados em conta (tratada). Por isso, ricos previnem ou procuram por ajuda e tendem a ter doenças detectadas no princípio e os menos favorecidos procuram socorro quando a doença se encontra em estado mais avançado. O poder estar doente está atrelado também aos tipos de doença e de trabalho.

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