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OS DESAFIOS IMPLÍCITOS NAS RELAÇÕES DE VÍNCULO ENTRE O PSICÓLOGO E USUÁRIOS DOS CAPS

Por:   •  11/12/2018  •  2.444 Palavras (10 Páginas)  •  259 Visualizações

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O CAPS é composto por uma equipe multidisciplinar, visando sempre o bem estar do sujeito, os psicólogos atuam através das intervenções clinicas, escutando o sujeito e fazendo atividades em busca de melhorar a capacidade do sujeito no que se refere à socialização dele.

Segundo ministério da saúde (Brasil 2004), o trabalho em grupo é o principal eixo de trabalho utilizado pelo CAPS, elas podem distinguir-se da formação e objetivo de cada técnico, equipe multiprofissional, monitores ou estagiários.

A produção cientifica acerca do CAPS mostra que este, vem como uma estratégia organizacional para com os cuidados prestados para saúde mental, com enfoque na reinserção no convívio social. O aumento de estudos para este assunto abre um leque de possibilidades que podem fazer com que aumente a compreensão frente as questões existentes para a saúde mental, e estes estudos partem primariamente de áreas como Enfermagem, Psicologia e Medicina, outras áreas também contribuem para este enriquecimento cientifico, no entanto mostra uma lacuna com relação aos constructos feitos por alunos em formação acadêmica, ou seja, os estudos são produtos de profissionais experientes. Um apontamento importante destas pesquisas para a produção cientifica é que apresenta não apenas as eficiências como também as falhas dos CAPS.

Pesquisas em volta do trabalho interdisciplinar vem mostrar uma necessidade de capacitação para todos os profissionais envolvidos , passível de observação através dos resultados que se obteve, possibilitou percepção de características dos trabalhos ofertados, características dos processos desenvolvidos, indicar o conhecimento atual e direcionar para novas ideias de projetos que valorizem aquilo que ainda não foi contemplado em seu valor singular, tal como as relações familiares dos pacientes e de certa forma contribuir para as praticas diárias.

CAPS tornou- se referencia em tratamento de pacientes em sofrimentos psíquicos, isso se tornou possível com a postura contra ao movimento hegemônico que centralizava apenas a doença. O paciente se tornou ativo em seu tratamento, cujo o objetivo é a construção de sua autonomia, reinserção social e com isso anular a internação psiquiátrica. Contudo familiares neste contexto tem o papel imprescindível, a participação neste processo se faz importante para o estabelecimento de vinculo e fortalecimento dos compromissos assumidos entre equipe, paciente e família promovendo uma relação singular, possibilitando a criação de Projetos Terapêuticos Singulares.

Através deste Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) é possível ter acesso a identificação de vulnerabilidades, dos riscos, das intervenções necessárias de acordo com a necessidade, ou seja, um aprofundamento singular para cada paciente, realização do PTS promove ainda o respeito e a valorização da historia do paciente, acontece por meio de um profissional- referencia para o paciente e família, e deste também para com toda a equipe por meio de discussão do caso.

A realização do PTS implica empoderamento tanto do paciente quanto do familiar, união familiar, esclarecimentos acerca dos transtornos mentais, avaliação critica dos profissionais e também dos familiares envolvidos, ocasionando assim quebras de paradigmas, produção de novos conhecimentos e inovação.

È observável ainda que existe dificuldades ainda para aplicação de PTS, mas o enfoque deve ser a possibilidade de se utilizar deste instrumento que visa colaborar com a autonomia e reinserção do paciente que apresenta sofrimentos psíquicos e que isso contribui grandemente para as mudanças num cenário que vem de mudanças e retrocessos, tendo em vista os desafios para a efetivação da Reforma Psiquiátrica.

1.2 A Atuação Psicológica

Dentro da rede psicossocial e principalmente da área da saúde, a Psicologia ganhou espaço devido as mudanças das reformas psiquiátricas, com o intuito de afastar a ideia de atendimento em consultórios e preocupar com a função social da psicologia na sociedade. Com a necessidade desse abandono no Sistema Único de Saúde (SUS), a ideia de clinica passou a ser denominada clínica ampliada e o trabalho em equipes multiprofissionais tornou prioridade.

A importante a atuação do psicólogo dentro dos serviços públicos de saúde, no âmbito do CAPS não é diferente, mas desde que vem se inserido nesses ambientes muitas dificuldades são encontradas e acabam sendo questionados qual o seu papel.

Muitas dificuldades foram encontradas pelos profissionais da saúde no CAPS no momento que inicio a ideia antimanicomial, a insegurança, o medo e temor diante dos pacientes foi o impacto da equipe, pois, na época eram enviados sem experiência ou até mesmo indicação e muitas vezes não tendo conhecimento sobre o serviço que a unidade oferecia. Ainda nos dias atuais muitos desconhecem as propostas do CAPS, pelo fato de haver uma carência na formação acadêmica sobre os ensinamentos em Saúde Mental.

A esse respeito, Carvalho (2008, p. 171) discorre:

(...) o debate sobre políticas de saúde pública nos cursos de graduação da cidade parece ser ainda escasso, isso contribui para que muitos profissionais comecem a nele trabalhar sem conhecer a que se refere sua proposta e em que consiste seu funcionamento.

O modelo clinico permanecia no começo e a forma de trabalho não era em equipe, o psicólogo trabalhava com o modelo médico e se isolava desconsiderando o social. Lima (2005), chama atenção para as dificuldades que os profissionais tinham em desenvolver o trabalho coletivo.

Os psicólogos diante dessas dificuldades tiveram que reinventar práticas psi, maneiras de tornar a saúde coletiva e fazer a desinstitucionalização da loucura, para atingir o trabalho clinico-institucional.

O papel principal da equipe no CAPS, seja o psicólogo, assistente-social, psiquiátrica entre outros é a escuta, pois mostra uma breve noção sobre o sintoma do paciente em transtorno e possibilita que ele encontre nos momentos com o profissional sua subjetivação.

Andeira, Pitta e Mercier (2000) “Consideram que a satisfação no trabalho de profissionais que atuam na saúde mental é resultado de seu grau de satisfação com relação: à qualidade dos serviços oferecidos aos pacientes, à sua participação no serviço, às condições de trabalho e ao seu relacionamento no serviço. A satisfação laboral pode ser definida como um sentimento resultante da interação dos profissionais com seus valores, suas crenças e seu ambiente de trabalho, influenciando sua saúde

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