O QUE FAZ COM QUE A PSICOLOGIA SEJA CONSIDERADA CIÊNCIA?
Por: Hugo.bassi • 30/9/2018 • 1.116 Palavras (5 Páginas) • 275 Visualizações
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Enquanto a psicologia deu continuidade na investigação dos filósofos e assumiu o status de disciplina de filosofia se manteve imune às influências do positivismo que ditava as regras para que determinada disciplina fosse reconhecida como ciência. Para Auguste Comte, representante do movimento positivista, a ciência implica na busca por conhecimento baseando-se na construção de sistemas explicativos com capazes de prever novas ocorrências de um dado fenômeno. (FIGUEIREDO, 2001).
A psicologia do século XIX elege a consciência, com Wundt, e depois o comportamento, com Whatson, como objeto de estudo ingressando assim no rol das ciências modernas. Tendo essa direção, a psicologia passa para uma modalidade específica de investigação que toma a realidade como passiva não mais caracterizada pela linguagem filosófica ou metafísica, mas sim para uma linguagem empiricista, passando a sofrer influência pela visão quantitativista (CAMARGO, 2011).
Com o emprego de métodos de investigação, construção e aquisição do conhecimento cada vez mais rígido, começam a surgir critérios mais complexos e teorias com mais fundamentações tendo como base a observação e o êxito da experiência laboratorial. O conhecimento que foi criado baseado no comportamento humano postula que a ciência é capaz de torná-lo compreensível em sua razão de ser ou em suas múltiplas formas de expressão, mas também capaz de predizê-lo.
Ainda nos dias atuais, a visão de ciência ainda está ligada ao positivismo, onde primeiro se observa e experimenta para depois comprovar e generalizar. A psicologia aderiu a essa visão, o que foi de grande relevância no processo de reconhecimento e consolidação da psicologia enquanto ciência, principalmente para as escolas como o Funcionalismo, o Estruturalismo e o Behaviorismo (CAMARGO, 2011).
Devido à necessidade de responder a novas características, a psicologia acabou por se afastar e negar uma parte da constituição humana e a subjetividade. Desta feita, a dimensão subjetiva do homem foi sendo abandonada e discriminada. Dentre as principais escolas envolvidas nesse processo pode-se destacar a psicanálise e a fenomenologia que encontraram dificuldades para se apresentarem como práticas de investigação com reconhecimento de status científico. Sendo assim, lidar com a subjetividade, ao invés da objetividade, e o lidar com as abordagens qualitativas, ao invés das abordagens quantitativas, representa o irromper de um novo paradigma na história da psicologia.
- CONCLUSÃO
Diante do arcabouço teórico lançado neste estudo, entende-se que a Psicologia constitui-se em ciência, tendo em vista seus avanços na definição do seu objeto de estudo, tendo desenvolvido seu referencial teórico-metodológico e, ainda, por consolidar suas estratégias de pesquisa e construção de conhecimento.
- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARGO, Mario Lázaro; CORRER, Rinaldo. A pesquisa em psicologia: ensaio sobre a psicologia enquanto ciência, a pesquisa qualitativa e o uso da entrevista como principal instrumento de coleta de dados. Mimesis, Bauru, v. 32, n. 2, p. 147-172, 2011.
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2010.
FIGUEIREDO, L. C. M. Matrizes do pensamento psicológico. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
FREIRE, I. R. Raízes da Psicologia. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
SCHULTZ, D.; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 8. ed. São Paulo: Pioneira Thonson Learning, 2005.
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