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LUTA ANTIMANICOMIAL

Por:   •  24/1/2018  •  2.172 Palavras (9 Páginas)  •  330 Visualizações

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pessoas que tiveram suas vidas destinadas ao

Colônia. Muitos dos pacientes morreram pelos choques elétricos, utilizados como forma de

calmante. Além dos procedimentos de lobotomia, o uso de camisas de força, tratamento

coercitivo como forma de amedrontar os demais pacientes também foram utilizados.

Como se não bastasse conviver com todos esses procedimentos terapêuticos, os pacientes

ainda tinham que enfrentam as más condições de higienização do local, que na verdade, não

existiam. Frequentemente os pacientes por estarem com fome, pois a comida era uma das

escassezes do lugar, se alimentavam de ratos que devido ao esgoto à céu aberto eram

constantes no Colônia. Os pacientes faziam todas as necessidades fisiológicas a céu aberto e

todo esse conteúdo permanecia no local durante dias, sem nenhuma limpeza. Para matar a

cede muitos se viam na alternativa de tomar a própria urina e banhar-se nas águas sujas do

esgoto. As más condições eram tão extremas, que nem mesmo vestimenta os pacientes

possuíam, muitos tiveram que queimar as roupas que tinham para se aquecerem a noite, pois

estes eram colocados para dormir no pátio e devido as baixas temperaturas da cidade de

Barbacena tentavam se aquecer fazendo uma fogueira com suas vestimentas. Os homens e

mulheres passavam os dias nus e com os pés descalços, tendo contato direto com todas as

impurezas do lugar.

O Colônia foi responsável pelo afastamento de famílias, por mortes de pessoas inocentes e por

maus tratos que marcaram para sempre a vida das pessoas que sobreviveram a esse lugar.

Estima-se que 190 pessoas sobreviveram a esse Holocausto, dados referentes ao ano de 2011.

Sabe-se que essas formas de tratamento não foram empregadas somente em Barbacena, mas

em vários manicômios e por isso a luta contra esses lugares se faz tão importante e foi graças

a ela e a várias discussões acerca desse assunto, que hoje foi possível chegarmos aos órgãos

que vieram para substituir esses péssimos modelos de tratamento. No entanto, ainda se faz

importante levarmos informações na tentativa de ampliarmos o olhar da sociedade para o tipo

de tratamento que pessoas com deficiência mental devem realmente ter.

 Órgãos substitutivos aos modelos Manicomiais

Como dito no início desse trabalho, graças a reforma psiquiátrica e o Movimento da Luta

Antimanicomial temos hoje os modelos substitutivos dos manicômios, que mudaram

completamente e garantem uma série de direitos aos doentes mentais. Um deles, se não o

primordial, é a garantia ao acesso à cultura, a socialização e um tratamento digno.

Nos dias atuais temos vários centros de referência que dão assistência a pessoas com doenças

mentais, hospitais de internação particulares e aqueles disponibilizados pelo Ministério da

Saúde, como por exemplo, os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e os CERSAMs

(Centros de Referência em Saúde Mental). Esses órgãos podem ser considerados como

sinônimos e não como centros de referência distintos, a forma como são chamados só vão

depender dos municípios e da função que obtém conforme o Projeto de Saúde Mental que

fazem parte.

 O funcionamento e a função dos CAPS

OS CAPS atuam de acordo com a portaria GM 336/2002 a qual fornece os critérios mínimos

para defini-los. Seu horário mínimo de funcionamento é das 08 às 18 horas, tendo dois turnos,

durante os 5 dias uteis da semana. Também existem os CAPS que atendem durantes às 24 h

de segunda a segunda. Estes são responsáveis pelos pacientes que obtém a deficiência mental

num grau mais avançado e persistente. Tem seu funcionamento em um ambiente

independente de qualquer estrutura hospitalar, com equipes próprias que trabalham

interdisciplinarmente. Dentre os recursos terapêuticos oferecidos estão: o atendimento

individual e coletivo, atendimento familiar, atividades que proporcionam o convívio social e a

interatividade com a comunidade, oficinas terapêuticas e visitas domiciliares.

Quando o paciente dá entrado ao CAPS tem atendimento individual diário com seu técnico de

referência, com o qual passa a ter um diálogo na busca de um melhor entendimento de si

próprio. Também se faz necessário em casos de crise, o auxílio com a higiene pessoal e os

cuidados com o corpo. A participação em atividades prazerosas e o contato com a família,

aspecto esse que tem grande importância para a reabilitação do paciente, ajudam para um

convívio de harmonia e um tratamento eficaz. O uso de medicamentos

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