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Família e Escola, a Educação do aluno com NEE

Por:   •  3/7/2018  •  3.348 Palavras (14 Páginas)  •  363 Visualizações

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da cultura na qual está inserida, sendo que essas interações, se desenvolvidas de maneira adequada, serão propulsoras de mediações e conflitos necessários ao desenvolvimento pleno do individuo e á construção dos processos mentais superiores (Vygotsky, 1987).

4. FAMILÍA E ESCOLA, A EDUCAÇÃO DOS ALUNOS COM NEE

O termo Família remete-nos para o conjunto de pessoas que possuem um grau de parentesco entre si. Esta é considerada uma instituição responsável por promover a educação dos filhos e transmitir valores morais e sociais. Contudo, há outro aspeto básico no conceito de família, “o lar, ou seja, a relação de coexistência debaixo do mesmo teto de grupos de seres humanos unidos entre si por uma relação de progenitor descendente” (Flores, 1994, p.51).

“A família revela a importância de nos pré-ocuparmos com as crianças, dando-lhes segurança, afeto, alimento, educação informal, etc. (Almeida, 2005, p. 83)

A família é um dos principais contextos de desenvolvimento da criança e, para além da existência do debate em torno do seu papel atual e da sua composição, a família preserva-se como elemento chave na vida e no desenvolvimento da criança. Assim, a escola deverá sempre envolver a família nas decisões mais importantes concernentes à criança, quer estas tenham um desenvolvimento sem problemas, quer sejam crianças com dificuldades de desenvolvimento e aprendizagem.

“A família é um espaço, por excelência, de afeto, confiabilidade e solidariedade, ou seja, é um contexto privilegiado de formação social da realidade, no qual através de interações entre os seus membros, recebem o seu significado e os une pelo sentimento de pertença aquela família. Deste modo, a família é o primeiro núcleo de pessoas onde o individuo inicia as suas experiências de interação ( Felizardo, 2013).

As famílias devem ser consideradas membros valiosos da equipe educacional e envolvidas na tomada de decisões. A participação dos pais deve ser encorajada pela escola e pelos serviços que lidam com eles e apoiam os seus filhos.

Epstein (1992) defende a necessidade de criar grupos educativos nos quais, é importante envolver a escola, a família e a comunidade. Portanto, aponta para uma tipologia de envolvimento parental que compreende seis tipos de aproximação dos pais à escola e da escola aos pais, de modo a que cada um implique diferentes conjuntos de atividades, de desafios e de resultados. Assim sendo, os tipos considerados por Epstein (1992) compreendem as seguintes modalidades:

• Ajuda das escolas às famílias: visa preparar os pais para exercícios de uma paternidade responsável;

• Comunicação escola-família e família-escola: proporciona a comunicação entre os dois agentes, de forma a incidir sobre questões acerca das aprendizagens dos alunos e dos programas escolares;

• Atividades de voluntariado na escola: procura envolver os pais em atividades na escola;

• Envolvimento em atividades de aprendizagem em casa: as famílias são apoiadas e informadas acerca de como podem ajudar os filhos;

• Participação na tomada de decisões: intervenção direta dos pais nos processos de tomada de decisão;

• Colaboração e intercâmbio com a comunidade: visa identificar e integrar recursos e serviços da escola e da comunidade de modo a rentabilizá-los através da sua gestão partilhada.

5. ENVOLVIMENTO PARENTAL NA EDUCAÇÃO DO ALUNO COM NEE.

Segundo Correia (1999) é importante conscientizar os profissionais de educação, particularmente os professores, da importância que o contributo dos pais pode ter na educação dos alunos.

“A nossa experiência diz-nos que a relação pais-professores ainda não é a melhor dado que, por um lado, estão os pais com as suas frustrações e a responsabilidade acrescida de educar um filho com NEE e, por outro lado, está o professor, quantas vezes sem formação nesta área, com a responsabilidade de alargar os seus horizontes no sentido de poder vir a atender com eficácia a criança com NEE.” (Correia, 1999, p.45)

Nesta mesma linha, Correia (1999) defende que para que o envolvimento parental seja um fator de sucesso da criança com NEE, é fundamental que o professor fique sensibilizado para as dinâmicas do sistema familiar, agindo entre ela e a escola, no sentido de que as suas atitudes e comportamentos possam convergir para a formação de uma boa relação de trabalho com os pais dos alunos com NEE. O professor deve disponibilizar o seu apoio aos pais, porquanto, para que o aluno com NEE se possa desenvolver emocional e socialmente, é necessário que receba apoio e seja aceite pelos seus companheiros, professores e pais.

A família considerada como um alicerce da sociedade, e deste modo um dos fundamentais contextos de desenvolvimento da criança, constitui um elemento-chave na vida e no desenvolvimento da criança. Neste sentido, a escola deve considerar a família nas decisões mais relevantes no que concerne a criança, quer sejam estas crianças com ou sem NEE.

“O envolvimento parental no processo educativo e a assistência especial dada ao aluno com NEE contribuirão para o seu sucesso escolar” (Nielsen, 1999, p.61). O professor deve proporcionar o seu apoio aos pais, no que concerne a formas de auxiliar o seu educando, nunca esquecendo que a sua abordagem deve ser cuidada e adequada aos pais. É importante que o professor estimule os pais a manifestar a sua afetividade e o seu apoio no momento em que a criança inicia uma nova fase ou atinge um novo objetivo.

Segundo Nielsen (1999), na maioria das vezes, os professores sentem muitas dificuldades em orientar os pais, enquanto estes recusam aceitar que o seu filho tem NEE. Deste modo, é essencial que os profissionais (educadores, professores) sejam sensibilizados para os problemas dos pais de forma ajudá-los a estabelecer para os seus filhos objetivos acadêmicos e sociais plausíveis.

O envolvimento parental é um aspeto importante na eficácia das escolas e na melhoria da qualidade do ensino. As crianças de que os seus pais se envolvem na escola e na educação, têm vantagens em relação às restantes, pois as famílias podem, através da maior proximidade com os professores e com a escola, aumentar as suas expectativas em relação ao sucesso escolar dos seus filhos (Marques, 2001).

De acordo com Zenhas (2004), o envolvimento dos pais dos alunos nas atividades da escola proporciona um recíproco conhecimento entre pais e professores, assim como uma mudança na forma como se pressionam podendo deste

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