A ESCOLA E O MUNDO DO ALUNO

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Muitos docentes com um olhar centrado apenas na escola, estando esta numa periferia, gera um contraste, pois seu olhar está de fora da situação á qual se encontram os alunos, mostrando-nos polos distintos, pois são duas realidades diferentes, a do educador e do educando, mascadas por ideologias distintas.

Dentre tantas dificuldades acerca da linguagem utilizada nas escolas, deveria o professor ser o mediador, promovendo uma ponte entre a cultura escolar exigida e seus alunos. Porém o processo de formação de professores tem dificuldade de formar docentes que saibam lidar com a diversidade e as diferenças que caracterizam os sistemas educativos de massa.

Visto que as relações culturais geram uma relação social, de poder. Logo caberia à escola fazer a mediação desses conflitos socioculturais, desenvolvendo seu papel de forma democrática de fato e de direito.

O capítulo 18 tem por objetivo realizar uma breve abordagem sobre a experiência de Daniel Miguez e trata da problemática dos conflitos que envolvem docentes e discentes no ambiente escolar.

Inicialmente, Miguez narra sua experiência vivenciada no cotidiano de uma unidade escolar de ensino médio situada na cidade de Buenos Aires, Argentina. O estudo de campo em questão narra a rotina de violência que passou a ser considerada normal em determinados locais de ensino. Além disso, são citados fatores externos que funcionam de modo a contribuir negativamente para esse quadro violento no âmbito das unidades de ensino.

Em seguida, o texto aborda o papel da mídia, uma vez que esta com seu sensacionalismo exacerbado superdimensionando eventos de violência. Ademais, é citado o fato de não ter como mensurar se os fatos mais brandos poderiam implicar o acontecimento de situações de agressões mais extremas. Para entender melhor a situação, faz-se necessário buscar os elementos sociais que tendem a ocasionar a ocorrência de agressões nas escolas.

Outra abordagem diz respeito à dualidade conflito x violência. Esse é inerente à condição humana, em que a discordância pode ocasionar inúmeras situações problemáticas entre os seus atores. Já aquela pode ser percebida como uma atitude extrema, podendo ser física, psicológica e social.

Por fim, é relatado detalhadamente o estudo de caso realizado na escola da capital argentina. Tendo sido constatados vários fatores que permeiam o ambiente escolar e são responsáveis pelo acontecimento dos inconvenientes, conflitos e atos violentos. Primeiramente cabe destacar as dificuldades encontradas pelos professores em ministrar suas aulas, já que havia uma barreira comunicativa entre eles e seus alunos. Alunos estes advindos das mais diversas realidades sociais, cada um com uma situação familiar diferente. Merece destaque também a questão da transição política ocorrida naquele país (passagem de um regime ditatorial para democrático), fato que marcadamente influencia o comportamento de todos os envolvidos no processo de aprendizagem enquanto sujeitos sociais.

Logo, pode-se inferir do texto que se faz necessária à prática do diálogo entre alunos e professores. A devida comunicação entre esses elementos tende a proporcionar um melhor convívio entre os envolvidos no processo educacional o que, consequentemente, possibilitará uma melhor aquisição do saber.

REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS

- A Escola e o Mundo do Aluno – Estudos sobre a construção social do aluno e o papel institucional da escola.

Marcelo Baumann Burgos

Garamond – Universitária.