Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Estresse e seus aspectos fisio e neurofisiológicos

Por:   •  27/9/2018  •  1.998 Palavras (8 Páginas)  •  273 Visualizações

Página 1 de 8

...

Fase de exaustão ou esgotamento: Caracteriza-se pela incapacidade dos mecanismos responsáveis pela busca da adaptação do organismo aos efeitos dos estressores permanecerem por tempo prolongado. O estresse torna-se intenso e, consequentemente, esgota toda a energia adaptativa do organismo (Furlan V. - Stress em mães de crianças portadores do HIV, [dissertação] Campinas (SP)- 1997).

Portanto é necessária a compreensão do estresse, pois este está em situações do cotidiano, como perder as chaves, atrasar a entrega de um relatório, perder clientes ou até trabalhar exaustivamente, entre outros, e que acontece de forma silenciosa.

- ANÁLISE PSICOLÓGICA

O organismo promove respostas comportamentais por meio de mudanças na função e expressão gênica neuronal para lidar com as alterações físicas ou ambientais que podem ameaçar a homeostasia, isso faz com que permita um rápido restabelecimento do estado funcional, estas respostas fisiológicas são desencadeadas por meio de circuitos neurais interligados que incluem o eixo neuroendócrino-hipotálamo-pituitária-adrenal e o sistema límbico.

Segundo Lipp (2003), o hipotálamo regula as funções básicas à manutenção e sobrevivência do organismo, por meio de ações sobre o sistema nervoso autônomo e sistema endócrino, induzindo respostas orgânicas a alterações no meio ambiente interno e externo, embora estímulos estressores induzam várias alterações neuroquímicas e hormonais adaptativas, existem mecanismos regulatórios da atividade do eixo HPA responsáveis pela secreção de glicocorticoides em níveis toleráveis, inibindo neurônios produtores de CRH na região do núcleo para ventricular hipotalâmico causando uma diminuição significativa nos níveis de GCS circulantes.

De acordo com a autora, a ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal por regiões cerebrais capazes de interpretar estímulos estressores em relação à homeostasia sistêmica e às experiências anteriores faz com que haja o desencadeamento de respostas fisiológicas adaptativas a alterações físicas ou ambientais, da mesma forma em que a inibição da região para ventricular hipotalâmica permite com que o funcionamento dentro de limites toleráveis, e uma resposta inadequada ou controle inadequado em um resposta de estresse tem sido associados a patogenias de doenças sistêmicas, neurodegenerativas e de desordens afetivas, sendo os circuitos neurais do estresse excitatórios ou inibitórios fundamentais para a sobrevivência e funcionamento fisiológico e psicológico estáveis.

Os aumentos na pressão arterial designados como reatividade cardiovascular causados por fortes momentos de estresse podem desencadear papel patofisiológico na ontogênese da hipertensão arterial, sofrendo consequências da sua exacerbação. O sistema nervoso central e o sistema imunológico comunicam-se por meio de rotas hormonais e neuronais, todas com ponto final mecanismos bioquímicos e moleculares distintos. O sistema neuroendócrino e o sistema neuroimunológico fornecem uma auto regulação que é necessária para manutenção da saúde do indivíduo, sendo assim, distúrbios em algum desses sistemas e suas múltiplas conexões podem acarretar mudanças na susceptibilidade para desenvolvimento de doenças.

Quanto melhor for a compreensão desta complexa inter-relação, maior será a percepção da importância causal que acarreta o distúrbio ou alteração dessa comunicação na aparição ou regressão de muitas doenças que, atualmente, talvez pela falta desse entendimento, carecem de tratamento satisfatório. (Lipp Marilda; 2003 Pag. 49)

O estresse afeta a imunidade e o funcionamento do sistema de defesa do organismo, em alguns indivíduos aparecendo herpes, em outros pioram alergias e em algumas doenças autoimunes como a esclerose múltipla, avançando e piorando os sintomas persistentes. O estresse pode funcionar como liberador de catecolaminas como cortisol, desregulando o ritmo circadiano normal, persistindo enquanto durar o estresse. O efeito do cortisol sobre o sistema imune é múltiplo, melhorando o controle de alergias entre outros fatores, o ritmo circadiano pela manhã libera cortisol endógeno pela suprarrenal, acompanhado de liberação de catecolaminas que aumentam a pressão atrial e afetam o sistema nervoso ajudando despertar e ativando os leucócitos.

Conforme Lipp (2003), o sistema imune funciona com dois tipos de defesa: o sistema imune humoral e o celular, sendo o humoral responsável pela defesa contra organismos extracelulares como bactérias, e o celular contra vírus, fungos e células cancerosas, em situações de estresse ocorre desregulação na secreção de endorfinas e citosinas com consequências diretas para a imunidade, tendo também a perda de sono fisiológico, efeitos nos linfócitos, diminuindo a produção de citosinas estimuladoras e reguladoras no combate à infecção e restauração da homeostase.

O estresse pode estar associado com problemas físicos-emocionais, desencadeando relação e influência no pré-natal, influência da diátese personológica, na formação e desenvolvimento da criança, doenças dermatológicas, ginecológicas, cardiovasculares, gástricas, entre outras.

O tratamento médico do estresse, independente da forma de tratamento instituído, quanto mais precoce for iniciado o tratamento sintomático ou causal, melhor será o prognóstico e menor o tempo necessário para o tratamento, os métodos utilizados podem ser tratamento comportamental do estresse, tratamento medicamentoso e suporte psicológico à família e ao indivíduo. O tratamento psicológico deve ser feito por um psicólogo clínico especializado no assunto, visando, sobre tudo, a causa e não simplesmente o alívio dos sintomas, mas também buscando a resolução e a contribuição para eliminação das situações desconfortantes causadoras do estresse. O tratamento psicofarmacológico diminui a ansiedade, que faz parte do quadro da doença, baseado na escolha dos medicamentos que vem da avaliação clínica acurada dos sintomas, levando em conta o perfil e a personalidade do indivíduo e tempo de duração do tratamento, são utilizadas com a finalidade de psicofármaco os ansiolíticos e os antidepressivos para a diminuição da ansiedade, sendo os dois grupos principais os benzodiazepínicos e as azaspironas.

A maneira mais adequada de evitar as consequências do estresse é a sua prevenção e a implementação de estratégias que o reduzam. Uma vida organizada, mas não ao extremo, produtiva, com uma alimentação equilibrada, a pratica sistemática de atividade física e de lazer, manutenção e estreitamento de laços de amizade,

...

Baixar como  txt (14.3 Kb)   pdf (58 Kb)   docx (17.3 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »
Disponível apenas no Essays.club