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As Teorias sobre a atracão interpessoal e a escolha amorosa

Por:   •  19/11/2018  •  1.868 Palavras (8 Páginas)  •  305 Visualizações

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Quanto à tipologia do amor, o amor romântico e o amor companheiro (de amizade) estão longe de esgotar todas as cambiantes ou variedades do amor. Lee (1973) distingue seis “cores” ou estilos de amor, sendo três primários:

- Erós -paixão,

- Ludus-jogo,

- Storgê-amizade, e três secundários:

- Pragma-prático,

- Mania-possessão, pessoais

- Agápe-altruísmo.

Os primários são comparados às três cores principais (vermelho, amarelo, azul) e os secundários podem identificar-se com as cores mistas, como no caso dos compostos químicos, resultando, das diferentes combinações, amores com características diferentes.

- Assim, Pragma é composto de Storgê e de Ludus;

- Mania provém da combinação de éros e de ludus;

- Agápê é um composto de eros e de storgê.

Deste hexágono proviriam seis modos possíveis de amar conforme os diferentes níveis de desenvolvimento, e que foram descritos particularmente por Lasswell e Lasswell (1976) e por Lee (1977). Podemos descrevê-los num crescendo valorativo:

1 Mania : amor obsessivo, possessivo, ansioso, dependente, ciumento, incapaz de tolerar a perda do amado, podendo até desenvolver doenças. Esta espécie de amor anda associada a um baixo- conceito e auto-estima. É típico de pessoas num estádio de desenvolvimento do eu impulsivo e autoprotectivo;

2 Ludus : o amante joga aos amores procurando obter o máximo lucro com o mínimo custo e abstendo-se de qualquer dependência ou compromisso. Tal amor é mais tipico das pessoas num estádio de desenvolvimento autoprotectivo;

3 Pragma : amor prático, sensível, consciente, realista, provocando ou desfazendo a relação por razões práticas. Tais pessoas denotam ainda um estádio de desenvolvimento do eu autoprotectivo, com aspectos também conformistas, mas em vias de superação;

4 Eros : amor romântico ou apaixonado que idealiza o amado e procura agradar-lhe. Fixa-se sobretudo nas características de beleza física. Denota um estádio conformista;

5 Storgê : amor de ternura, afeição, relação, interdependência, mutua abertura e realização, comprometido a longo prazo, próprio de amigos íntimos ou de casais que atingiram um estádio de desenvolvimento onde prevalece a autonomia;

6 Agapê : amor puro, oblativo, altruísta, gratuito, desinteressado. O amante quer e procura o melhor bem para o amado que corresponde da mesma maneira desinteressada e incondicionalmente, sem olhar a sacrifícios e recompensas. Pode encontrar-se eventualmente num casal que atingiu a maturidade, e é símbolo sobretudo do amor maternal e mais ainda do amor divino.

Componentes do amor

Sternberg, a exemplo do que tinha feito com a sua teoria da inteligência, distingue três dimensões fundamentais no amor, propondo um modelo triangular, ou “teoria triangular do amor”, considera em cada vértice do triângulo um dos elementos principais do amor:

- 1 Intimidade: sentimentos de proximidade e de união entre os amantes e que geram alegria e entusiasmo;

- 2 Paixão: impulsos que levam à atracção e à união física dos amantes;

- 3 Decisão/compromisso de assumir eventualmente uma relação a longo prazo.

Sternberg aponta ainda algumas propriedades do amor (estabilidade, controlabilidade, etc.) mais ou menos presentes em cada uma das três componentes. Por exemplo, quanto à estabilidade, a intimidade e o compromisso desempenham um papel fundamental nas relações a longo prazo, enquanto a componente passional está mais presente a curto prazo, podendo com o tempo desaparecer. Sternberg, analisando as três componentes do amor, identificou oito espécies de amor, dependendo da presença ou da ausência de cada componente. A sua taxonomia é constituída por: não amor, amor de gosto, amor louco, amor vazio, amor romântico, amor companheiro, amor insensato, amor-perfeito. Por exemplo, uma relação envolvendo compromisso, mas não intimidade nem paixão, é um “amor vazio”, uma relação envolvendo intimidade e compromisso mas não paixão, é um “amor companheiro”, um amor com três componentes seria um “amor perfeito” que pode estar presente nos casais e mesmo na relação pais- filhos.

Pode haver, e há, outras classes de amor, mais ou menos autênticos ou apaixonados, mais ou menos duradouros ou efémeros, mas o amor conjugal tem a sua especificidade própria. Para tentar defini-lo é melhor dizer antes o que não é ou não deve ser:

1 Um amor-paixão que tem sempre algo de patológico e de trágico, a exemplo do romance Romeu e Julieta, etc, os que contribuam para o mito ocidental de que o amor verdadeiro tem de ser dramaticamente apaixonado,

2 Uma alienação que julga, por influencia freudiana, que a verdadeira auto-realização não deve conhecer barreiras ou proibições, dando antes largas a todos os instintos,

3 Uma repetição permanente do passado, sem abertura para o futuro.

Ao contrário, o verdadeiro amor conjugal deve ter algumas características principais:

1 Compromisso futuro que implica uma intencionalidade, uma vontade de continuarem unidos e mutuamente se fazerem felizes,

2 Necessidade de criação contínua que passa não apenas pelos filhos mas pelos problemas quotidianos de habitação, trabalho, etc,

3 Aceitação duma transcendência que pode não ser religiosa mas aceita o sacrifício de si para renascer o outro,

4 Corresponsabilidade em todas as dimensões, pressupondo igualdade e colaboração.

Patologias do amor

O amor autêntico e normal é oblativo, dom de se, centrado no outro, na vontade de lhe agradar e de o tornar feliz, é solicitude responsabilidade pelo outro, é livre e libertador, não possessivo ou obcecado unicamente pelo sexo ou por outros interesses sócio-económicos que não seja a pessoa em si.

Se existe um amor autêntico também há muito amor patológico e doentio, fruto de personalidades imaturas e possessivas, que utilizam o outro

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