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A Epistemologia da Psicologia

Por:   •  19/11/2018  •  4.281 Palavras (18 Páginas)  •  315 Visualizações

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Por fim, a APA lançou no ano de 2000, a revisão do quarto Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais abreviada como DSM-IV-TR. Essa versão do manual estabelece cinco tipos de transtornos de personalidade de acordo com Widiger: o Lábil, o Desinibido, o Apático, o Paranoide e o Agressivo que se referem quase que exclusivamente ao TPAS. No entanto, os diagnósticos específicos de transtornos de personalidade permanecem os mesmos publicados no DSM-IV.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) é o padrão de classificação dos transtornos mentais usados ​​por profissionais de saúde mental nos Estados Unidos. Destina-se a ser aplicado em uma ampla variedade de contextos e usado por médicos e pesquisadores de muitas orientações diferentes (por exemplo, biológica, psicodinâmica, cognitivo, comportamental, interpessoal, familiar / sistemas). O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quarta edição (DSM-IV) foi projetado para uso em ambientes clínicos (internação, ambulatório, hospital parcial, interconsulta, clínica, consultório particular, e dos cuidados primários), com a população da comunidade. Ele pode ser usado por uma grande variedade de profissionais de saúde e de saúde mental, incluindo psiquiatras e outros médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e de reabilitação, e conselheiros. Também é uma ferramenta necessária para a recolha e comunicação de estatísticas precisas de saúde pública.

O DSM é composto por três componentes principais: a classificação diagnóstica, os conjuntos de critérios de diagnóstico, e o texto descritivo.

Há meses, especialistas e leigos vêm discutindo como as mudanças previstas na nova edição manual, elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria (American Psychiatric Association, ou APA, na sigla em inglês), poderão impactar o diagnóstico de doenças mentais, em um momento em que, segundo estudo da Universidade de Harvard, quase metade dos americanos adultos em algum momento da vida sofrem de algum transtorno mental. Segundo seus críticos, o novo manual que será lançado durante o encontro anual da APA, de 18 a 22 de maio, em San Francisco na Califórnia amplia ainda mais o número de doenças mentais, além de aumentar as chances de alguém ser diagnosticado com os transtornos já existentes, reduzindo o número de sintomas necessários para que um paciente se encaixe em determinado diagnóstico.

Com isso, cresceria o número de pessoas tratadas com medicamentos para transtornos mentais e consequentemente, o mercado para a indústria farmacêutica. Uma das principais críticas é a de que o DSM-5 estaria transformando em doenças comportamentos até agora considerados comuns, como o sofrimento após a perda de alguém próximo (a partir de agora, o luto que durar mais de duas semanas será considerado sintoma de depressão), colocando em discussão a fronteira entre o que é considerado "normal" e o que pode ser definido como doença mental. "As fronteiras da psiquiatria continuam a se expandir; a esfera do normal está encolhendo", disse o psiquiatra Allen Frances, que comandou a comissão responsável pela quarta edição do DSM, em uma carta ao jornal The New York Times.

"Como presidente da Força-Tarefa do DSM-IV, eu devo assumir responsabilidade parcial por essa inflação de diagnósticos. Decisões que pareciam fazer sentido foram exploradas por empresas farmacêuticas em campanhas de marketing agressivas e enganosas. Elas venderam a ideia de que problemas da vida cotidiana são na verdade doenças mentais, causadas por desequilíbrios químicos e curadas com uma pílula" diz Frances, que é professor emérito da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, e um dos maiores críticos do DSM-5."O novo manual (DSM-5) representa o mais sólido sistema atualmente disponível para classificar doenças (mentais). Reflete o progresso que fizemos em várias áreas importantes", disse Kupfer.

Mesmo críticos como Frances ou Insel reconhecem que, apesar dos problemas, o DSM ainda é a melhor alternativa disponível no momento.

Para que recebam reembolso das seguradoras de saúde por tratamentos, os pacientes precisam que as doenças das quais sofrem sejam diagnosticadas oficialmente. O mesmo vale para alguns programas e benefícios governamentais nos EUA, o que faz com que muitos defendam a ampliação do número de diagnósticos.

"O impacto do DSM é muito amplo", disse à BBC Brasil o psicoterapeuta Gary Greenberg, autor do livro The Book of Woe: The DSM and the Unmaking of Psychiatry ("O livro do Infortúnio: O DSM e o desfazer da psiquiatria", em tradução livre).

"As pessoas não deveriam se preocupar especificamente com o DSM-5, as versões anteriores já fizeram seu estrago. O que o DSM-5 está fazendo é chamar a atenção para os problemas atuais da psiquiatria, mas isso deve preocupar mais os psiquiatras do que os pacientes", disse.

FONTES:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/05/130515_manual_psiquiatria_ny_fl.shtml

http://www.psych.org/practice/dsm

- A partir das informações acima pesquisadas, responda em relação aos conteúdos vistos na disciplina: (responda às questões de A a F em uma única redação)

- Qual a relação do texto com a ciência psicológica?

- Qual o compromisso do saber psi (psiquiátrico e psicológico), filiado a APA, com os sujeitos que apresentam sofrimento mental – qual a ideologia?

- Qual a relação do saber científico e o poder nos dias de hoje?

- Como essa relação de poder se inscreve na organização social de hoje (produção, circulação e fixação de riquezas?

- Como o texto se relaciona com a ideia de crise da subjetividade privatizada?

- Como a proposta da APA relaciona-se com a proposta de uma psicologia comprometida com a liberdade, igualdade e autonomia dos sujeitos?

- Em que tradição psicológica inscreve-se a APA (biologicista ou humanista)? Porque?

Acordei doente mental

A quinta edição da “Bíblia da Psiquiatria”, o DSM-5, transformou numa “anormalidade” ser “normal”

ELIANE BRUM – Revista Época

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