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ANÁLISE DA TAXA DE MORTALIDADE EM PACIENTES PORTADORES DE PÉ DIABÉTICO

Por:   •  17/5/2018  •  3.687 Palavras (15 Páginas)  •  564 Visualizações

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Nos últimos anos, esperava-se um aumento de mortes por DM em relação às outras doenças, como doenças cerebrovasculares em não diabéticos, infarto agudo do miocárdio (IAM), pneumonia, entre outras, devido à assistência mais efetiva e ao aumento da esperança de vida. Contudo, o desfecho foi de óbitos cujas causas não se correlacionaram com a doença em si, mas sim às suas complicações crônicas (REZENDE, 2008).

Neste contexto, evidenciamos o pé diabético, conceituado pela presença de pelo menos uma das seguintes alterações: alteração neurológica, infecciosa, ortopédica ou vascular, que ocorre isoladamente ou em conjunto nos pacientes diabéticos (CAIAFA, 2011). A existência simultânea de isquemia, imunodeficiência e neuropatia, favorecem severas lesões em membros inferiores que, se não adequadamente tratadas, podem levar a amputações e ao óbito.

As úlceras podais acometem cerca de 15% dos diabéticos ao longo de sua vida, demandando tratamentos complexos, principalmente as infectadas e as que são profundas, pois aumentam significativamente a chance de amputações (REZENDE, 2008). Pecoraro et al (1990) demonstraram que pacientes diabéticos têm cerca de 40 vezes mais chance de amputações de membros inferiores quando comparados à população geral. O estudo de Rezende (2008) evidenciou que cerca de 66% das amputações em hospitais gerais são decorrentes de pacientes com DM.

As amputações são classificadas em menores, restritas aos pododáctilos ou ao antepé e em maiores que são as que ocorrem no retropé, perna, coxa ou na desarticulação do quadril (ASSUMPÇÃO, 2009).

Com relação aos óbitos ocorridos como consequência da doença, não há alusão ao diabetes como causa de morte na declaração de óbito, mas sim das complicações que a doença leva, como as cerebrovasculares e cardiovasculares. Estimou-se, no início do século XXI, que cerca de 5,2% de todas as mortes foram devido às consequências do diabetes, tornando a doença a quinta principal causa de morte no mundo (OLIVEIRA, 2015).

Por estas razões, o presente estudo tem por objetivos descrever a relação entre as amputações menores e maiores, bem como a incidência de óbito nos pacientes hospitalizados por pé diabético na cidade de Ponta Grossa, Paraná, no período de 2012 a 2016.

MATERIAIS E MÉTODOS

Tipo de estudo

Foi realizado um estudo descritivo, longitudinal, prospectivo no período de janeiro de 2012 a maio de 2016, com análise de dados nos prontuários de pacientes internados por pé diabético nos hospitais: Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa (SCMPG), Hospital Bom Jesus (HBJ) e Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HURCG). Os prontuários selecionados fazem parte do Projeto Pé Diabético, um projeto de extensão da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) que avalia e instrui os pacientes internados sobre o pé diabético.

Casuística

Foram realizadas anamnese e exame físico nos pacientes. No exame neurológico, para avaliação da sensibilidade tátil dos membros inferiores, utilizou-se o monofilamento de Semmes-Weinstein (MSW) de 10g. Através da distribuição de 10 pontos na região plantar dos pés, com um ponto para cada pododáctilo, três para os metatarsos (cabeças do primeiro, terceiro e quinto metatarsos), um no mediopé e outro no calcanhar, realizou-se pressão com o monofilamento levemente curvado em uma duração de um a dois segundos, sendo o paciente questionado em cada ponto sobre a presença ou não de sensibilidade.

Para a sensibilidade vibratória, utilizamos um diapasão de 128Hz em posição pendular na pele da cabeça do primeiro metatarso e no maléolo medial sendo o exame realizado, comparada posteriormente com a do processo estiloide do rádio em uma das mãos. Ambos os testes foram realizados duas vezes e os pacientes não observaram o exame para evitar alteração nos resultados.

Foram considerados pacientes neuropatas aqueles com quaisquer alterações no exame neurológico proposto. A arterioapatia foi avaliada com a utilização de um doppler vascular portátil, sendo analisados os pulsos pediosos e tíbiais posteriores dos dois membros inferiores. A partir do padrão de fluxo, foram considerados arteriopatas os pacientes com fluxo bifásico, monofásico ou ausência de fluxo.

Os dados sobre os procedimentos de debridamentos cirúrgicos e amputações foram coletados através prontuários. Para avaliar o desfecho desses pacientes, de dezembro de 2015 a maio de 2016, por meio de contatos telefônicos cadastrados nos prontuários, foi conversado com os pacientes ou seus familiares, a fim de constatar a situação atual quanto a novas amputações ou morte. Os óbitos foram confirmados através da pesquisa nominal no Cadastro Nacional de Falecidos (CNF BRASIL).

Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos no estudo pacientes que estiveram internados por pé diabético em um ou mais dos hospitais supracitados e que foi obtido contato com o mesmo ou seu familiar. Em relação às causas do óbito, foram inclusas: infecção, insuficiência renal, IAM, acidente vascular cerebral (AVC) e indefinida.

Todos os pacientes participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UEPG sob o parecer de número 903.495.

Grupos e desfecho

Foram formados dois grupos, um por pacientes que apresentaram qualquer tipo de amputação maior e tiveram óbito como desfecho, sendo denominado grupo de amputação maior e óbito (AMOB). O outro grupo foi formado por pacientes que realizaram amputação menor ou debridamento cirúrgico e que também foram a óbito, denominado amputação menor, debridamento e óbito (AmDOB). Os procedimentos foram definidos de acordo com seus níveis, previamente descritos.

Análise estatística

A amostra foi testada para distribuição normal (teste de Shapiro-Wilk). Os dados foram analisados mediante estatística descritiva, teste t de Student bicaudal para a comparação de variáveis quantitativas e, teste exato de Fisher bicaudal para comparação de variáveis categóricas. Em relação aos valores de p, foram considerados estatisticamente significativos valores MedCalc® versão 12.4.0 (Ostend, Bélgica).

RESULTADOS

De nossa amostra total de 90 pacientes, 30 foram excluídos por algum critério, totalizando 60

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