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Assistência Da Enfermagem a Pacientes Portadores de Hanseníase Virchowiana

Por:   •  1/2/2018  •  3.206 Palavras (13 Páginas)  •  489 Visualizações

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O período de incubação é de três a cinco anos. A classificação das formas clínicas da hanseníase divide-se basicamente em quatro: indeterminada, tuberculóide, dimorfa e virchowiana. Os dois tipos mais importantes são a tuberculóide e a virchowiana ou lepromatosa. A formatuberculóide é carcterizada por nódulos sob a pele e regiões de anestesia circunscrita, pelas lesões dos nervos periféricos. A forma mais grave é a vichowiana ou lepromatosa que causa ulcerações e deformidades, com mutilações de mãos, nariz e orelha.

Entre as pessoas que adoecem, algumas apresentam resistência ao bacilo, constituindo os casos Paucibacilares abrigam um pequeno número de bacilos no organismo, insuficiente para infectar sendo capazes de em alguns casos se curara espontaneamente) e os casos multibacilares (pessoas que não apresentam resistência ao bacilo e são capazes de eliminá-lo para o meio exterior, podendo infectar outras pessoas).

A principal forma de contagio é a inter-humana e o maior risco está relacionado com a convivência domiciliar com doentes bacilífero sem tratamento. O bacilo pode permanecer vivo fora do organismo humano por até 90 dias, o bacilo pode ser transmitido através de picadas de artrópodes, por meio de fômites ou por transfusão sangüínea, mas não existem evidencias substanciais para isso ocorrer.

Os aspectos clínicos observados são: manchas pigmentares ou discrômicas (resultante da ausência, diminuição ou aumento de melanina ou depósitos de outros pigmentos ou substancia na pele), placa (lesão que se estende em superfície por vários centímetros), infiltração (aumento da espessura e consistência da pele) tubérculo (pápula ou nódulo que evolui deixando cicatriz) e nódulo (lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de um a três centímetros).

Nesta mesma linha de raciocínio podem também ser descrito que além das lesões na pele há também lesões no sistema nervoso, as quais são decorrentes de processos inflamatórios dos nervos periféricos (nefrites) e podem ser causadas tanto pela ação do bacilo nos nervos, como pela reação do organismo ao bacilo ou por ambas. Dentre as principais manifestações apontadas estão: a dor e espessamento dos nervos periféricos, perda de sensibilidade e da força nos músculos inervados por esses nervos.

A Polioquimioterapia tem contribuído muito na melhora da organização dos programas de controle de Hanseníase. Houve simplificação dos critérios diagnósticos e de classificação, e assim ela pôde ser implementada mesmo em unidades básicas de saúde com recursos limitados. Além de ser muito mais eficaz que a monoterapia sulfônica, reduz o período de tratamento, previne desenvolvimento de resistência medicamentosa, reduz o risco de recidiva, previne o aparecimento de deformidades, aumenta a aderência do doente ao tratamento e melhora a atitude da comunidade para com os pacientes e a doença.

2.4 Epidemiologia

Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) esteja anunciando a eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública, isto é, chegar a uma prevalência de menos de um paciente para cada 10.000 habitantes, no início do terceiro milênio, a doença continua sendo um sério problema no mundo.

Com a introdução da poliquimioterapia (PQT), a partir de 1981, a prevalência da Hanseníase reduziu drasticamente. A prevalência global foi reduzida em mais de 80%nos últimos 10 anos Em 1997 a estimativa no mundo era de 1,15 milhões de casos em contraste com os 10 a 12 milhões de casos estimados na década de 70. Cerca de 0,89 milhão dos casos estavam em tratamento, no início de 1997, contra 5,4 milhões de casos em 1985. Contudo cerca de 560.000 casos novos ainda são detectados a cada ano no mundo, cerca de 2 bilhões de pessoas vivem em países onde a prevalência é maior do que um doente para cada 10.000 habitantes e, aproximadamente, 2 milhões de doentes têm incapacidades físicas devido a Hanseníase.

Atualmente, a maior prevalência da Hanseníase se encontra no Sudeste Asiático, seguido de regiões da África e das Américas. O Brasil é o segundo país com o maior número de casos registrados, estando atrás apenas da Índia. No Brasil após a assinatura do compromisso para a eliminação da Hanseníase, em 1991, houve uma redução da prevalência de 60%, em decorrência das altas por cura, no entanto, houve um aumento na detecção de casos novos em mais de 100%.12

No Brasil, a partir de 1998 o Sistema Único de Saúde (SUS) introduziu o método de descentralização da questão da assistência à saúde da população. O Ministério da Saúde (MS) ampliou a atenção básica por intermédio do Programa de Saúde da Família (PSF) atualmente chamado de Estratégia de Saúde da Família (ESF), cujas propostas estão fundamentadas no trabalho em equipe e na abordagem integral dos problemas de saúde. Segundo informações do Ministério da Saúde em 1994, quando o PSF foi implantado, os primeiros 55 municípios colocaram em ação 328 Equipes de Saúde da Família, já em 2001 existiam mais de 12 mil atuando em mais de 4.500 municípios, correspondendo ao alcance de 38 milhões de pessoas (cobertura de 23% da população Brasileira).

2.5 Aspectos clínicos

A hanseníase manifesta-se através de sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos que podem levar à suspeição diagnóstica da doença. As alterações neurológicas podem causar incapacidades físicas que podem evoluir para deformidades.

Assim são encontradas alterações que se manifestam através de lesões de pele que se apresentam com diminuição ou ausência de sensibilidade: lesões dormentes, sendo as mais comuns: manchas esbranquiçadas ou avermelhadas – alterações na cor da pele; placas – alterações na espessura da pele, de forma localizada, com bordas elevadas; infiltrações – alterações na espessura da pele, de forma difusa, sem bordas; tubérculos – caroços externos; e nódulos – caroços subcutâneos.

Estas lesões podem estar localizadas em qualquer região do corpo e podem, também, acometer a mucosa nasal e a cavidade oral. Ocorrem, porém, com maior freqüência, na face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas. 15,18 Nessa patologia as lesões de pele sempre apresentam alteração de sensibilidade. Esta é uma característica que as diferencia das lesões de pele provocadas por outras doenças dermatológicas.

A sensibilidade nas lesões pode estar diminuída (hipoestesia), ou ausente (anestesia). Na fase inicial da lesão, porém, pode haver um aumento da sensibilidade (hiperestesia).

A hanseníase

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