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MORTALIDADE POR PNEUMONIA EM BARRA DO GARÇAS – MT NO ANO DE 2015

Por:   •  1/9/2017  •  2.893 Palavras (12 Páginas)  •  451 Visualizações

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As taxas de incidência de pneumonia são consideravelmente mais altas em países em desenvolvimento, onde uma larga proporção da doença deve-se a causas bacterianas (GOMES, 2001). A principal bactéria implicada na etiologia da pneumonia é o Streptococcus pneumoniae, embora também se destaquem outras gram-positivas (Staphylococcus aureus) e gram-negativas (Haemophilus influenzae), além de bactérias anaeróbicas. Os vírus também participam como agentes etiológicos da pneumonia, com destaque para o vírus da Influenza (RODRIGUES, 2002).

Dados revelam que no Brasil, a pneumonia é responsável por 14,2% dos óbitos e por 36,3% dos pacientes internados por causas respiratórias. Tais valores correspondem a 1,6% de todas as causas de morte e a 2,5% de todas as causas de internação para o mesmo período (DATASUS, 2002).

Quando o diagnóstico de pneumonia é realizado simplesmente com base em critérios clínicos, corre-se o risco da utilização inadequada de antimicrobianos. Devido a esse fato, faz-se necessário a realização de técnicas mais sensíveis e específicas, tais como as culturas quantitativas por EBP ou LBA (TORRES, 2000).

Evidências demonstram forte influência exercida pelos extremos etários nos indicadores de pneumonia, especialmente na população menor de dois anos e maior de 65 anos de idade. Dessa forma, vale ressaltar a importância da cobertura das ações de saúde pública e assistência médica, sobretudo para crianças e idosos. Destaca-se nesse contexto a imunização por Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae tipo b e vírus da Influenza (GOMES, 2001).

O objetivo deste estudo foi analisar uma coorte de óbitos ocorridos em 2015 em Barra do Garças – Mato Grosso, segundo a causa básica Pneumonia, para determinar assim a incidência de mortalidade ocasionada por este agravo.

- DESENVOLVIMENTO

PNEUMONIAS

Um século após William Osler ter feito suas observações sobre pneumonia, e com o desenvolvimento de antibióticos, pode-se dizer que as pneumonias ainda fazem parte do rol das principais causas de morte. Em alguns momentos da sua carreira, William Osler referiu-se à pneumonia como a maior inimiga do idoso, e, em outros, como sua companheira. A última caracterização explica-se pela frequência com que lhes ceifava as vidas (FREITAS et al., 2006).

Doença que anteriormente atingia mais os jovens tornaram-se comum também entre idosos, debilitados e aqueles indivíduos portadores de pneumopatia crônica (TARANTINO, 1997). Entre os idosos, as pneumonias também são responsáveis por grande número de internações hospitalares, que geralmente são mais prolongadas, exigindo antibióticos de maior potência (FREITAS et AL. 2006).

O aumento da expectativa de vida, em conseqüência da melhoria da qualidade da assistência médica e do saneamento básico, e a redução da fecundidade são fatores responsáveis pela modificação da pirâmide etária no sentido de um grande aumento da população idosa, a qual é mais vulnerável ao desenvolvimento de pneumonias, devido às alterações provocadas pela própria senescência (ALMEIDA; FERREIRA FILHO, 2004). A idade é um fator de risco para pneumonia e colabora para uma maior hospitalização, tornando-se um dos grandes problemas de saúde pública nos idosos, em razão de sua freqüência. As alterações do trato respiratório, próprias do envelhecimento, tornam o individuo idoso particularmente suscetível às infecções do trato respiratório (RAMOS; TONIOLO NETO, 2005).

A pneumonia continua sendo a maior causa de morte por doenças infecciosas no mundo, apesar de todo o avanço na área médica e social no decorrer do século e da disponibilidade de novos antibióticos. Ela é a sexta causa de morte nos EUA e a quinta no Brasil, na população idosa. Esse grupo etário representa 70% de todas as pneumonias em nosso país. Vários fatores, dentre eles idade avançada e presença de algumas doenças crônicas, como doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes mellitus e insuficiência cardíaca, estão associados à sua maior gravidade e mortalidade (ALMEIDA; FERREIRA FILHO, 2001).

As pneumonias são infecções das vias aéreas inferiores acarretando em processo inflamatório, podendo afetar um lobo pulmonar completo, denominado pneumonia lobar ou um segmento do lobo ou alvéolos próximos aos brônquios, chamado de broncopneumonia, ou tecido intersticial, onde é chamado de pneumonia intersticial. Pode ser definida então como infecção do parênquima pulmonar causada pela agressão de microorganismos, particularmente vírus e bactérias. Houve época em que o termo pneumonia significava, quase sempre, processo inflamatório agudo de um lobo pulmonar, provocado pelo pneumococo – pneumonia lobar. Posteriormente, a conceituação clinica da doença sofreu inevitável simplificação, passando o termo a traduzir a inflamação aguda, de qualquer natureza, localizada no parênquima pulmonar (TARANTINO, 1997).

A pneumonia bacteriana pode acometer qualquer parte dos pulmões, e provoca no início inflamação e edema dos alvéolos, os capilares ficam congestionados de sangue, ocorre destruição das membranas alvéolos-capilares, onde os alvéolos ficam cheios de sangue e exsudato, levando à atelectasia. Nas infecções bacterianas graves, os pulmões adquirem um aspecto maciço. A pneumonia viral geralmente causa pneumonia difusa, causando inflamação intersticial e descamação, espalhando-se para os alvéolos, tornando-os cheio de sangue e líquido. Nos estágios mais avançados pode haver formação de uma membrana hialina (FELTEN et al. 2005).

O agente infeccioso gera uma resposta inflamatória na circulação pulmonar, que tende a aumentar o fluxo sanguíneo local e a permeabilidade capilar, facilitando a passagem de células de defesa, do sangue para o interstício, alvéolos e/ ou vias aéreas periféricas; para que os microorganismos sejam eliminados. O preenchimento dos alvéolos, vias aéreas e/ ou interstício com leucócitos, eritrócitos e outras células tendem a condensar o tecido pulmonar, causando redução da complacência pulmonar e, sendo assim, há uma tendência à redução dos volumes pulmonares. As trocas gasosas ficam prejudicadas; fato que pode ser observado pela presença de hipoxemia (PRESTO; PRESTO, 2007).

A pneumonia ocorre em ambos os sexos e em todas as idades. Os idosos têm risco maior de desenvolver esta infecção porque sua musculatura torácica enfraquecida diminui sua capacidade de eliminar secreções. Os pacientes mantidos em instituições de longa permanência são particularmente suscetíveis. A infecção tem prognostico

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